Renascer das Cinzas

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Depois de semanas, voltamos para a Califórnia.
Jasper observava ansiosamente do alto de uma colina, seus olhos fixos na estrada sinuosa abaixo. Cada sombra que se movia entre as árvores fazia seu coração acelerar. O plano parecia simples: atrair Robert até uma cabana abandonada e convencê-lo a levá-los diretamente até Matthew. No entanto, o tempo estava passando e não havia sinal de Robert.
O crepúsculo começava a tomar conta do céu quando Jasper percebeu que algo havia dado errado. "Ele não vai aparecer," murmurou para si mesmo, frustrado. Ele sabia que não podia contar com a sorte para sempre. Com um suspiro resignado, puxou um pequeno caderno de anotações do bolso interno de sua jaqueta. Era hora de ativar o plano B.
Jasper havia passado semanas arquitetando cada detalhe. Enquanto o plano A dependia da astúcia e da manipulação direta, o plano B era uma teia intricada de blefes e diversões. Ele se virou para Anderson, que estava ao seu lado, sua expressão sombria refletindo a urgência da situação.
- Precisamos agir agora. - disse ele, sua voz firme. -Envie a mensagem ao Sebastian. Diga que é hora de colocar a segunda fase em prática.

Anderson assentiu, seus dedos ágeis digitando rapidamente no dispositivo de comunicação criptografado. A mensagem era curta, mas carregada de significado: "O corvo pousou."

Enquanto a mensagem voava pelo éter, Jasper e Anderson desceram a colina e entraram em seu veículo. O motor roncou com vida e, em instantes, estavam na estrada, dirigindo-se para a cidade. São Francisco não era apenas um ponto no mapa;era um tabuleiro de xadrez onde Jasper havia posicionado suas peças com precisão meticulosa.
Ao chegarem, foram recebidos por Sebastian, que sorriu ao vê-los, mas seu olhar atraiu uma preocupação latente.

- Recebi sua mensagem. Tudo está preparado. - Sebastian.

Jasper deu uma última olhada nas instruções detalhadas em seu caderno antes de entregá-las a Sebastian.

- Precisamos que Robert acredite que Matthew está aqui em São Francisco - explicou Jasper. - As informações falsas que plantamos devem chegar até ele nas próximas horas. Ele virá, movido pelo desespero e pela esperança de encontrar Matthew. Quando ele chegar, estaremos prontos.

O plano B era um jogo de paciência e precisão. Eles espalharam boatos cuidadosamente fabricados pela cidade, usando contatos locais para disseminar a desinformação. Cada detalhe foi pensado para ser convincente, desde o avistamento de Matthew em um antigo armazém até relatos de policiais à procura do incendiário, que causou a "morte" de uma família semanas antes.
Horas se passaram como séculos, até que finalmente, Robert apareceu. Seus passos eram rápidos, e seu rosto estava marcado pela determinação. Ele seguiu as pistas falsas, cada vez mais fundo na armadilha cuidadosamente preparada por Jasper.
Quando Robert finalmente entrou no armazém abandonado, encontrou-se cercado. Jasper saiu das sombras, uma expressão de triunfo em seu rosto.

- Parece que você mordeu a isca. - Jasper disse, sua voz ecoando pelo espaço vazio.

Robert ergueu os olhos, compreendendo tarde demais o engano.
- Onde está Matthew? - Robert perguntou, sua voz cheia de frustração.

Jasper sorriu.
- Não tão longe quanto você pensa. E agora, você vai nos levar até ele.

Com o plano B concluído com sucesso, a trama de Jasper se fechava como uma rede, prendendo Robert e levando-o diretamente ao seu objetivo final. O jogo de xadrez continuava, mas desta vez, Jasper estava um passo à frente, movendo suas peças com maestria e precisão.
A noite caía rapidamente, trazendo consigo um manto de escuridão que cobria o terreno acidentado à frente. Jasper, eu, nossos amigos e aliados nos preparávamos para a jornada final em direção ao esconderijo de Matthew. O ar estava pesado com uma tensão quase palpável, e cada som parecia amplificado no silêncio da floresta.
Jasper liderava o grupo, seus olhos atentos varrendo o caminho à frente. Eles sabiam que a estrada para Matthew não seria fácil. Robert havia revelado, sob coação, que Matthew estava escondido nas profundezas da prisão de Alcatraz, onde nenhum turista tinha acesso.
Pegamos um barco e fomos em direção a antiga prisão, quando chegamos ao cais, começamos a caminhar.
Nosso grupo avançava lentamente, em formação, cada um sabendo que a segurança do outro dependia de sua própria vigilância. Jasper podia sentir a tensão em seus companheiros, mas também sentia a determinação que nos unia. Diante de nós, a prisão de Alcatraz, estávamos invadindo uma prisão que era considerada a mais perigosa onde nenhum detento poderia escapar, o que é meio irônico mesmo ela estando desativada, as sombras das árvores formavam uma parede impenetrável, um labirinto de escuridão e incerteza. Jasper fez um sinal para que o grupo parasse e se virasse para encará-lo.

Meu Privado Mundo - Parte 1Onde histórias criam vida. Descubra agora