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Helena

Respiro fundo e entro em casa ouvindo gemidos vindo do quarto.

Que merda, justo na minha casa?

Vou para o quarto e encaro os dois, adivinha quem é a puta? Kamila.

Kamila - não é isso que você está pensando -

Helena - você tá com a minha lingerie nova? - cada vez piora mais ainda.

Jean - amor fica calma -

Helena - eu não tô preocupada com você, tu faz o que quer, mas na minha cama? Com a minha lingerie? -

Kamila - agora que tu já sabe -

Helena - porque tu me fez afastar do talibã? -

Kamila - você não se afastou dele, hoje mesmo vi tu entrar na casa dele -

O Jean me olha furioso.

Jean - tu tá se encontrando com ele? - ele se levanta e vem pra cima de mim.

Abro o meu guarda-roupa que estava atrás de mim e pego a arma.

Jean - tu tem uma arma em casa? -

Kamila - ela é filha do Santos? Braço direto do talibã, dono daqui, tu é burro né -

Jean - porque tu não me falou antes? -

Helena - porque eu não estava com vontade -

Jean - abaixa essa arma por favor -

Helena - eu não - engatilho e ele se assusta.

Jean - você não tem coragem - fala rindo.

Helena - tu que pensa - dou um tiro estourando a janela, passou raspando na Kamila.

Jean - por favor, larga isso -

Helena - eu não, matar você é pouco, eu deveria te deixar na salinha de tortura, mas tô sendo bem boazinha com você -

Jean - tu nunca matou alguém -

Helena - pra tudo tem sua primeira vez -

Jean - eu não tô sozinho nisso, se eu morrer eles vão atrás de você -

Helena - azar deles, também não tô sozinha nisso -

Jean - faz isso não, eu tenho filho -

Helena - ah agora tu lembra do filho né, e quando a gente tava junto, você lembrou dele? Não né, tenho certeza que até a mãe desse seu filho tá querendo te ver morto -

Ele vem correndo e dou dois tiros fazendo ele cair no chão.

Faz tempo que não atirei, meu pai me treinava com aquele lance da vela sabe, de que tem que dar um tiro pra vela apagar.

Eu sempre conseguia, mas faz tempo que eu não fazia isso.

Ele ainda estava acordado, dei outro tiro vendo ele morrer.

Kamila - tem alguma coisa pra comer? Tô com fome - ela tava chapada.

Helena - acho melhor tu ir pra casa - ela sai.

A minha ficha cai e eu começo a entrar em desespero, nunca pensei que eu iria ter que fazer isso algum dia.

Fico andando de um lado para o outro, no chão já estava formando uma poça de sangue.

Alguém bate na porta, olho pela janela do quarto e vou abrir a porta já sabendo que era o talibã.

Ele encara as minhas mãos cheias de sangue.

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