Ela penteou seus cabelos com seus dedos compridos, uniu os fios em um rabo de cavalo no alto de sua cabeça e deixou sua franja solta. Estava se olhando fixamente, admirando a si mesma enquanto seus pensamentos estavam no dia do comunicado e seu corpo dando sinais de ansiedade pelo seu primeiro dia trabalhando com o seu melhor amigo em um local de trabalho nada convencional para mulheres.
Ela vestia uma calça colada ao seu corpo, realçando suas curvas e pôs uma blusa de manga comprida que mostraria seus ombros mas cobriria seus braços metade de seus dedos das mãos e sua cintura era abraçada por um espartilho preto. Era a mais nova moda entre as jovens da cidade e ela havia prestado bastante atenção no dia em que esteve por lá. E claro, a bela jovem não deixou de usar seu belo par de botas pretas de couro.
Desceu as escadas segurando no corrimão da mesma até finalmente chegar no andar debaixo onde seu pai estava. Ele tinha um jornal da semana em suas mãos e lia atento até ser distraído pela sua filha que retirou o jornal de suas mãos para que soubesse que estaria de saída para um longo dia de trabalho.
— Bom dia pra você também.
— Estou indo trabalhar, não tenho hora pra voltar pra casa então tentem não se preocupar — ela sorria de orelha a orelha como se estivesse indo para um show de palhaços ou á um bar com muitos amigos.
— Você não vai trabalhar em uma loja daquelas — ele se levanta, em um certo desespero pela decisão de sua filha.
— Não há nada que me impeça. Já sou maior de idade e sei o que faço — recrutou ela. Desmanchou seu sorriso no mesmo instante e ficou séria encarando o seu pai que tinha uma aparência um pouco acabada por conta do árduo trabalho, dos dias andando á cavalo em um sol escaldante.
— Quem vai te proteger dos homens que fizerem alguma gracinha com você?
Ela continuou encarando o seu pai fixamente e soltou uma gargalhada não acreditando na pergunta dele ou até mesmo na sua insistência em achar que é uma pobre garota inocente. Ela caminhou em direção as prateleiras ao lado do sofá e iria pegando algumas de suas adagas feitas pelo seu melhor amigo ao passar dos anos e as amarrava em algumas partes do corpo. Até que pegou sua mais antiga espada já a colocando na bainha amarrada á suas costas e se virou novamente para o seu pai.
— Quem vai me proteger? Eles quem deveriam ter medo de tentar algo contra alguém como eu.
— Eu não quero que se envolva em confusões, Alda. — suplicou mais uma vez para que ela não fosse mas não adiantaria muita coisa, sua teimosia era maior do que qualquer palavra final de sua família por mais que machucasse eles.
— Pai, eu não preciso de um homem para me proteger tendo uma espada como a minha e dons como os meus.
— Dons que você ainda não sabe controlar, eu não quero que eles saibam que temos uma bomba relógio aqui em casa — suspirou se tomando por vencido mesmo querendo que ela fique. No fundo, ele sabia que era uma boa escolha ela ir para aprender tudo o que não puderam ensinar nesses anos em casa, mas, seria orgulhoso demais para admitir.
— Não é para tanto. Eu sei me cuidar muito bem, Azael me ensinará muitas coisas que fogem do seu conhecimento, meu bom velho
— Certo — bufou ele. — Não posso te impedir de seguir seu coração mas posso te pedir para ficar atenta.
Ela fez um sinal com sua destra ao aproximá-la de sua testa, como um "entendido capitão" e deu as costas para o seu pai, já abrindo a porta da sala para que fosse sair mas, ela se virou para ele novamente. Esme se lembrou da conversa não terminada que teriam de ter novamente pois sabia que seu pai lhe esconderia muitas coisas para preservar suas vidas e não incentivar ela á ir mais afundo em suas pesquisas.
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Saga: Os Elementares
ФэнтезиApós tantos anos participando e vencendo batalhas clandestinas, Esmeralda acaba sendo convocada de última hora para participar da seleção de novos guerreiros de seu reino. Ela se instala no castelo após tantos acontecimentos que quase a fazem desist...