Saga: Os Elementares

7°Capítulo

Ela apoiava o peso de seu corpo sob seu pé esquerdo enquanto estaria de braços cruzados observando aquele combate assirrado entre dois fortes e grandes homens. Sua torcida era um tanto óbvia pois havia sido ideia do mesmo, seu melhor amigo e também líder em seu horário de trabalho. Os seus olhos captavam cada detalhe de cada novo movimento realizado pelo seu amigo de infância que estava em melhor vantagem durante o embate.

Eram rápidos movimentos. Faíscas amareladas de espadas se chocando uma com a outra, sangue pingando sob o chão amarronzado de terra e o tal orgulho masculino acima de tudo o que acreditavam. Ambos estavam cansados de uma luta contínua por bem mais de dez minutos, provando que eram mais capacitados do que a plateia animada acreditava. Azael se desviava de muitos golpes da espada do homem que deixava sua raiva lhe consumir a cada segundo, percebeu que o mesmo estava cansado e teve seus pensamentos reorganizados para seus próximos movimentos.

A garota reparou a tensão vindo do adversário desleal de seu amigo que percorreu seus olhos por todos os lados das pessoas que os assistiam, ela sentia que algo estava errado e que ele não aceitaria perder tão fácil para alguém que ele desafiou. Logo ela percebeu homens fortes de cara fechada saindo do meio das pessoas ao seu redor, empunhando as suas espadas enquanto caminhavam em direção ao centro do campo de luta, era uma armadilha para Azael que pensou que seria uma luta justa.

— Isso não pode! — gritou a mulher do meio da multidão assim que os quatro homens cercaram o ferreiro que olhava para todos eles, confuso.

Esmeralda observou a atentamente cada um dos homens que rodeavam seu melhor amigo, procurando por objetos perigosos em suas mãos que ferissem o seu amigo. Sem ao menos imaginar, aqueles homens retiravam facas e adagas afiadas de seus bolsos  enquanto encaravam o ferreiro, que estaria afastado de todos com a sua espada em frente a si mesmo, em uma tentativa de se proteger. Eles sabiam que ninguém das multidões que os cercavam iriam se colocar no meio de uma luta que se tornou uma briga de rua e se aproveitaram disso para atacarem em conjunto.

— Eu avisei que a conta chegaria cedo ou tarde, que não adiantava se esconder — o homem diria em um tom zangado enquanto encarava o ferreiro em sua frente.

— Eu nunca me escondi, só evitei algo que sabia que não teria controle caso acontecesse e estava certo. Você é um covarde. — Azael deu alguns passos para trás, receoso quanto ao número de homens que iria o atacar se fizesse qualquer movimento errado ou que fizesse com que eles se sentissem ameaçados.

— Eu sou o que?

— Um covarde. Percebeu que iria perder e chamou seus amiguinhos pata te defender — Azael aumentou seu tom de voz ao perceber a covardia do homem em sua frente que precisou chamar reforços para o enfrentar.

O homem de cabelos ruivos avançou rapidamente em direção ao ferreiro que manteve sua alta guarda para se defender, mas foi surpreendido por uma barreira de fogo vivo surgindo da terra. Fortes chamas atraídas pela portadora do fogo que colocou-se em frente ao homem em quem confiava sua vida e alguns de seus segredos, o protegendo da brutalidade daqueles homens covardes que pensaram que ele estava sozinho ou, que ninguém se intrometeria por ele.

Os homens pararam de caminhar ao perceberem as chamas se tornarem mais intensas, afastaram-se receosos de se queimarem e olharam um para o outro estando confusos. Quando as chamas se apagaram por completo, a  figura feminina da jovem impulsiva se mostrou presente ao lado de sua aposta no campo de lutas, segurando a sua mais nova e bela espada que estaria ansiosa para usar.

Suas sobrancelhas estavam unidas, o seu semblante estava fechado e sua indignação pela quebra de regras era evidente em seu olhar. Ela olhou para cada um daqueles grandes homens que pareciam agressivos ao terem que fazer cobranças cruéis.