Ela prendeu seus cabelos em uma trança embutida como de costume enquanto se observava no espelho redondo ao lado de sua cama, estava cansada do dia anterior. Não gostava de acordar muito cedo pois quando chegava o horário de dormir, o pico de energia percorria em seu sistema, a fazendo ficar acordada até tarde da madrugada desenhando em suas telas brancas que foram dadas de presente de aniversário pelo seu pai no ano passado.
Assoprou sua franja que estaria em frente á sua face, pegou suas armas que estariam em cima de suas cama já as prendendo em sua cintura, por debaixo de seu casaco preto. Pegou a espada dada de presente pela sua mãe quando há nove anos atrás sob encomenda do armazém de seu melhor amigo quando era apenas um aprendiz, a colocando na bainha de proteção atrás de suas costas. Ela não confiava no povoado em que convivia durante anos pois muitos ali queriam a sua cabeça, pelas suas vitórias em seus treinamentos na praça do centro da aldeia que recebia várias pessoas com poderes elementais diferentes.
Saiu de seu quarto com certa pressa enquanto seus pensamentos iam e vinham no dia do comunicado da rainha de seu povo. Ela desceu as escadas encaracoladas já avistando sua cunhada varrendo o chão sujo da sala enquanto cantarolava, era a sua distração enquanto os homens da casa não estavam em casa e sim, provendo o sustento da mesma em seus trabalhos pesados e braçais.
— Luna?
— Hum? Fale querida — subiu seu olhar para a sua cunhada e parou de varrer o chão.
— Estou indo para o armazém ajudar o ferreiro em algumas encomendas da semana que vem, não esperem por mim no jantar pois irei chegar.
Olhou em volta percebendo que a casa realmente estava apenas às duas jovens e sorriu de canto pois não precisaria discutir com os homens de sua vida para viver como gostaria.
— Como vai vim para casa? Você sabe que seu pai não gosta que você fique andando por aquela loja, tem muitos homens perigosos de todos os lugares do mundo — ela respirou fundo sabendo que seu marido iria brigar com ela quando chegasse e soubesse que ela não impediu a menor de andar sozinha pelas ruas do centro.
— Por isso mesmo que eu não pedi permissão para ir, estou apenas vos avisando de minha saída e a minha chegada noturna.
— Quem vai te trazer?
— Azael. — mentiu. Ela voltaria para casa sozinha com o cavalo favorito de seu irmão mais velho.
Joseph surtaria se soubesse que o seu cavalo foi pego pela sua irmã que não possuía muitos dons com animais daquele porte, ainda mais um cavalo rebelde como aquele. Ela deu de costas para a sua cunhada sem se despedir para que ela não a segurasse em casa, saiu do chalé após passar pela porta da sala e foi em direção ao cercado branco perto das plantações de Luna. Ela sorriu olhando o cavalo que estava calmo até o momento, desamarrou sua corda que o prendia naquele lugar e ajeitou a sela do mesmo para que a mesma lhe traísse durante o seu percurso até o armazém.
Ela apoiou seu pé no pedal, segurou no topo da sela já pegando impulso, passando sua perna por cima dela e se sentando de vez no cavalo que se agitou um pouco, a estranhando por ser a vez em que ela o monta. Levou seus dedos para perto dos cabelos do animal já o acariciando lentamente para que se acalmasse e segurou nas cordas já dando partida no mesmo para que cavalgasse para fora do jardim do chalé de sua família. Ela conseguiu o que queria pois o cavalo começou a trotar rapidamente pelo acostamento das estradas de terra que a levariam para o vilarejo, ele ultrapassava muitos cavalos que iam e vinham com calma pelo mesmo trajeto que eles e a jovem sorriu ao perceber que teria domínio sobre o animal mesmo sem tanta prática.
Seus cabelos voavam enquanto seu cavalo trotava rapidamente até a entrada da aldeia que se aproximou em poucos minutos, bem mais veloz do que os cavalos em que pegou carona para ir para casa tarde da noite quando ia para festas junto de seu ex interesse romântico. Ela teve alguns olhares sobre si quando seu cavalo passou em frente aos comércios locais da cidadezinha mas os ignorou pois era bastante comum já que eram acostumados com os guardas do palácio correndo de lá para cá quando havia emergências no povoado. Ela redirecionou o cavalo para uma estradinha de lama a direita que sairia do vilarejo, o guiando sentido ao castelo real mas iram parar antes de chegar perto do mesmo pois o armazém ficaria antes da pontezinha de madeira do rio vermelho.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Saga: Os Elementares
FantasyApós tantos anos participando e vencendo batalhas clandestinas, Esmeralda acaba sendo convocada de última hora para participar da seleção de novos guerreiros de seu reino. Ela se instala no castelo após tantos acontecimentos que quase a fazem desist...