11°Capítulo

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- Achei que tinha te dado um dia de folga para espairecer um pouco - ergueu suas sobrancelhas assim que percebeu a presença da garota em seu armazém. A garota se abaixou no balcão á frente dos dois á procura da última espada forjada nos pilares encantados ao lado mata proibida e pegou a mesma enrolada sob um pano branco.

- Eu não posso parar minha vida mesmo depois de perder meu pai - ela respondeu estando de pé ao lado de seu amistoso gerente. Colocou a enorme espada atrás de suas costas enquanto sentia o olhar julgador do homem que a amparou no instante em que ficou desacordada e soltou um leve suspiro em uma tentativa de afastar os pensamentos tristes em sua mente.

- Irá pelo trajeto mais longo ou vai cortar caminho pelas montanhas de gelo?

- As montanhas de gelo parecem uma ótima ideia, preciso esfriar a cabeça mesmo - ela sorriu olhando para ele enquanto ajeitava sua blusa amarela por debaixo de sua jaqueta de couro escura.

- Que trocadilho ruim, até mesmo pra você - ele riu baixo da junção de semelhanças irônicas da garota. Lhe entregou um arco-flecha pois a jovem precisaria dele naqueles lados perigosos e dificilmente visitados até mesmo por soldados experientes e acompanhou a garota até a porta de saída do armazém.

Foram para o lado de fora da loja onde seus cavalos selvagens estavam presos ao cercado branco, subiu no pedal da sela de seu animal branco e montou no mesmo com o auxílio de seu amigo. Esmeralda se ajeitou em cima de seu cavalo, conferindo suas armas afiadas presas ao seu corpo e a encomenda que estava atrás de si.
Ela pegou um velho mapa de dentro do bolso externo de sua jaqueta para
conferir o longo trajeto que tomaria até chegar em segurança em seu destino. Guardou novamente o papel em seu bolso já movimentando as cordas do cavalo, fazendo o mesmo galopar rapidamente em direção ao rio vermelho metros á frente.

Esmeralda ergueu o capuz preto de sua longa capa que esconderia suas espadas em suas costas assim como também ergueu um pano em volta de seu pescoço, que cobriu metade de sua face, deixando apenas a área de seus olhos a mostra. Ela sabia que ao chegar nas montanhas cobertas de gelo seu corpo seria atacado pelo frio intenso daquelas florestas frias e misteriosas e provavelmente estaria nevando pela aliança dos dois reinos ao lado sul. Os seus longos cabelos estavam jogados para trás pela capa que teria colocado e alguns fios de sua franja voavam sob seu rosto á medida que ela chicoteava a bunda do cavalo para que ele corresse mais rápido ainda.

A jovem teria cruzado a fronteira de seu reino assim que saiu do mesmo, observando ele sumir de seu campo de visão por cima de seus ombros ao virar um pouco sua cabeça para trás.
O seu cavalo corria rapidamente em direção á estrada inabitável e pouco conhecida pelas pessoas de seu reino que não se interessavam em estudar tudo sobre a geografia local e global, eram poucos os homens que tinham conhecimento sobre aquelas terras desertas. Ela percebeu um ar gelado atingir seu rosto iluminado pelo sol daquela tarde nublada, as árvores iriam se inclinando em direção ás estradas de terra, para fazerem os seus viajantes desistirem de ir em frente para onde queriam descobrir.

Percebeu uma enorme torre de puro concreto se aproximando enquanto seu cavalo trotava na velocidade em que o comandou pelas cordas, ela se surpreendeu ao passar em frente ao desconhecido local que mais parecia estar assombrado do que com gente morando dentro. Ela desconhecia as histórias sobre os conselheiros reais que observavam todos os reinos dali de cima quando iam para o topo da torre em dias mais turbulentos, em que os líderes de suas respectivas nações estavam descontrolados ao ponto de deixarem seus poderes se expandirem e afetarem inocentes.

O cansaço mental era perceptível, a sua decepção em não ter feito nada no momento em que presenciou seu pai ser atacado se alastrava em seu coração. O medo de perder seu único irmão aumentava, o seu desejo de se vingar daqueles homens cruéis teria tomado conta de seus pensamentos e parte de seu coração que aos poucos seria envolvido pelo lado sombrio de sua pessoa, uma fração de sua bela pessoa que não deixaria a assumir tão facilmente depois de tantos anos se protegendo da parte obscura de seus poderes. Ela sentiu seus olhos lacrimejarem ainda sentida pelo dia anterior, lembrando-se da cena de seu irmão enterrando o seu pai em total negação do que estava fazendo, mas segurou suas lágrimas pois teria feito uma segunda promessa. Não demonstraria fraqueza mesmo em sua própria companhia, seus olhos não derramariam mais lágrimas em público e ela não permitiria que mais ninguém machucasse alguém de sua família.

Saga: Os ElementaresOnde histórias criam vida. Descubra agora