(EM PAUSA) - Nunca Deixei de Te Amar

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Quartamos!

Vocês já sabem como funciona, se batermos a meta de pelo menos 50 comentários relevantes sobre o capítulo, temos capítulo extra antes de sábado. Caso contrário, sabadaremos!

Posso contar com você?

Boa leitura!!!

Beijos purpurinados,

Kami <3

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22 de novembro de 2022

SAMUEL

Ao passar pela placa que anuncia minha chegada à cidade, um misto de sentimentos me invade. "Bem-vindo à Felicidade", diz o letreiro, ironizando minha própria história. Sinto uma onda de nostalgia misturada com uma pontada de amargura ao perceber como o tempo transformou este lugar que um dia chamei de lar.

Refletindo sobre os últimos vinte anos desde a última vez que estive aqui, percebo como a cidade mudou. Ruas que antes eram familiares agora são adornadas por construções modernas e paisagens renovadas. Enquanto a cidade evoluiu, questiono o quanto eu mesmo mudei nesse período e como essas mudanças me afetaram. Eu claramente não sou mais aquele moleque apaixonado que se iludia achando que tudo poderia dar certo.

Apesar das mudanças, algumas coisas permanecem iguais: as crianças brincam na praça, as pessoas estão ocupadas trabalhando e os fofoqueiros estão sentados em suas portas prontos para o próximo fuxico que irão espalhar. Essa é a previsibilidade das pequenas cidades do interior.

Por mais que muita coisa permaneça igual, quando me mudei da cidade, sequer havia hotel aqui, mas, depois de checar na internet, descobri que havia um no centro da cidade que não encontrei. Deliberadamente ignoro a casa dos meus pais, mas não consigo encontrar o raio do centro.

— Não tenho dinheiro não, só uso pix! — um morador idoso sentado na porta de casa avisa logo que paro minha moto próxima a calçada.

— Eu só estou procurando o hotel. — tiro o capacete.

— Ah! Você é filho de quem?

— Não sou da cidade — minto. Em cidade pequena, se identifica quem você é pelos seus pais, avós e afins, nunca pelo seu próprio nome.

— Nesse caso, filho, você pode seguir reto toda vida, no terceiro coqueiro, você vira e segue até ver a vaca roxa, Coralina, — eu lembro da estátua da vaca, mas ela não tinha nome 20 anos trás. Realmente nomearam realmente a vaca? E a pintaram de roxo? — quando chegar no poste pequeno, o hotel fica na frente.

— Não tem mais uma fonte no centro?

— É, tem, mas a viagem é melhor se você passar pela Coralina, é ponto turístico aqui. — o velho dá de ombros.

— Obrigado, senhor! — agradeço e coloco de volta o capacete acelerando minha moto e seguindo o caminho informado pelo senhor.

Um flash de memória me atinge enquanto piloto a moto pelas ruas antes tão conhecidas por mim. Por um breve instante, imagens do passado ressurgem, lembranças de encontros e despedidas, e a imagem dela, tão viva como se estivesse ao meu lado. Sacudo a cabeça, afastando os fantasmas do passado. A última vez que ouvi falar dela, estava vivendo uma vida feliz em outro continente. Ainda assim, os resquícios do passado insistem em assombrar meus pensamentos.