A vila dos elfos estava calma e não havia ninguém à vista. Ela havia sido reconstruída por completo.
Me lembro da primeira vez que presenciei um ataque e de como o local ficou destruído. Olhando agora aquela paisagem, a destruição perece nunca ter acontecido.
Vou a uma pequena casa e bato a porta.
— Lira! Sou eu Maeli. Você se lembra de mim?
A porta se abre lentamente a senhora surge com um longo vestido de tecido fino e cabelos presos num coque elegante.
Ela olha meu rosto com gentileza e percebe minhas orelhas. Aquilo faz sorriso.
— Creio que aconteceu muita coisa desde que nos vimos pela última vez.
— Você nem imagina!
Enquanto Lira nos serve um chá de rosas silvestres com frutas vermelhas conto resumidamente os fatos.
Os elfos da vila estavam trabalhando numa plantação não muito longe dali, porém as colheitas eram escassas.
—A senhora acha que irão se unir a nós? — Freda coloca sua xícara sobre a mesa ao centro.
— Fomos informados recentemente sobre uma guerra por terras com elfos negros, muitos estão dispostos a lutar, agora não afirmamos nada de qual lado.
— Eles acreditam na profecia do cervo?— Killian pergunta.
— Alguns, outros acreditam na união de seu irmão. Nosso povo se distanciou, iniciou batalhas entre si, entre criaturas da floresta, essa desunião causou falha em nossa magia. Um casamento não é algo sem sentido. A união dos povos pode trazer de volta a magia, mas isso não depende apenas de nós.
— Não consigo entender. Os elfos negros nunca chegaram até aqui, sempre mantivemos o equilíbrio. Não nos gostamos, todavia sempre nos respeitamos. O que mudou?— Killian pensa alto.
— Isso só eles podem responder menino.— Lira diz calmamente.
— Existem muitas questões a serem resolvidas.— Freda olhava um canto qualquer concentrada.— Será que guerrear resolverá?
— A guerra nunca foi a solução. Não será agora, porém é o caminho que foi trilhado. Isso pode trazer resultados mas, não vejo os resultados de uma guerra com bons olhos.
— Por qual motivo? —pergunto.
— Você quer devolver a magia. Como isso vai acontecer? E você sabe onde a nossa árvore sagrada se encontra?
Encaro Killian.
— Não era necessário te assustar por hora, nem sabíamos se você iria se tornar uma guerreira decente.
— Killian!— continuo o encarando seriamente.— Onde está ?
— Na terra dos elfos negros.
Era nítido seu descontentamento. Eu treinei pensando que em nosso caminho encontraríamos inimigos e não que o objetivo estivesse em terras inimigas.
— Devia ter dito antes. – afirmo.
— Eu tinha planos. Apresentado você ao meu pai e ele a aceitando, eu esperava que ele nos ajudasse com uma escolta. Esperava isso antes de te contar nosso verdadeiro destino. Você ficaria extremamente nervosa se soubesse desde o começo.
Nesta parte ele não estava errado. Era uma grande surpresa saber o que eu era e inicialmente saber que teria que invadir a terra dos elfos negros tornaria toda apavorante.
Suspiro.
— E como vou resolver as coisas?
Todos se olham. Ninguém sabia como.
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𝔓𝔯í𝔫𝔠𝔦𝔭𝔢 𝔈𝔩𝔣𝔬: ℜ𝔢𝔦𝔫𝔬 𝔈𝔰𝔠𝔬𝔫𝔡𝔦𝔡𝔬
FantasyO coração de Maeli por anos pertenceu a um desconhecido elfo que a salvará uma vez , quando ainda era criança. A jovem por anos procurou por seu salvador sem sucesso, até um dia finalmente conseguir seu objetivo, porém o elfo possui um grande precon...