𝔓𝔯í𝔫𝔠𝔦𝔭𝔢 𝔈𝔩𝔣𝔬: ℜ𝔢𝔦𝔫𝔬 𝔈𝔰𝔠𝔬𝔫𝔡𝔦𝔡𝔬

21

Atrás do castelo uma densa floresta de grandes árvores se estendia. Caminhamos entre os grandes galhos sem preocupação e escalamos seus ásperos troncos com facilidade.

— Falta muito para chegar?— Questiono.

— Não me diga que está cansada!

Eiran ainda vestia os trajes do casamento,  não se preocupou em tirá-los. Eu o observava com atenção,  cuidadoso em cada movimento e ainda assim muito hábil. Sua roupa estava intacta.

— Seus trajes... — Digo.

— Tenho um reserva.— Diz despreocupado.

— Certo.

Continuamos nossa caminhada. Subindo pelas grandes árvores e cada vez mais adentrando na floresta.

— Achei que seus pais simplesmente me odiavam. — Comento.

— Não digo que eles a amam, mas Killian a escolheu. Só podem aceitar, mesmo sendo humana.

— Em outro caso eu seria tratada com desdém. — Afirmo.

— É. Nós elfos não simpatizamos com vocês, não é nada pessoal Maeli mas é de nosso instinto.

Chegamos no fim de um grande galho de uma alta árvore. Ao olhar para baixo apenas escuridão. Não havia mais caminho para seguir.

— O que pensa de mim Eiran?

— Inicialmente fraca e desnecessária, agora eu ainda penso que é fraca mas, existe uma força em você que ainda não sabe usar. — Me estende a mão.

— Acho que posso conviver com isso. — Seguro sua mão.  — E agora?

— Agora caímos!— Ele se joga me puxando para a escuridão.

Despencamos metros, numa velocidade absurda. Eiran ria enquanto eu gritava de pavor. Tentava manter os olhos abertos mas era quase impossível

O chão se aproxima rápido. Quando fecho os olhos fortemente para o impacto percebo que ele não vem. Nós ainda caíamos.

—Abra os olhos Maeli!— Ouço Eiran gritar.

Com medo e receio tento abrir. O vento ainda batia mas a velocidade não era mais a mesma.

Despencávamos na escuridão mais lentamente. A nossa volta pontos de luzes se moviam calmamente. Era como estar entre as estrelas.

Cada ponto daqueles era uma pequena fada brilhante.  Haviam tons de azul, verdes,  rosas, lilás, vermelhos,  laranjas em tons bem claros. Elas brincavam alegremente.

Cada vez que íamos mais a fundo nossa velocidade  diminuía até parecer que estávamos flutuando.

Eu não consegui dizer nada,  apenas admirar. Eiran que até então segurava minha mão me soltar. Eu voava. Aquilo me fazia rir como uma criança.  Era uma sensação maravilhosa.

Algumas fadas começam a descer rapidamente como se fossem estrelas cadentes. Era um sonho.

— Achamos esse lugar quando criança. — Eiran diz. — Se tornou nosso refúgio.

— Isso é incrível!

Descemos suavemente até enxergar uma luz ao fundo variando nas mesmas cores que as fadas.

Assim que passamos por ela, a luz ofusca minha visão. O ar se torna um pouco mais pesado e eu caio  alguns metros  sentada num campo de flores brilhantes, num pouso confortável.

— Está bem? — Eiran me ajuda a levantar.

— Estou mas como vamos voltar? — Olho para cima rumo ao teto.