Capítulo 2

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Letícia Hill

Meu nome é Letícia Hill, Hill de nada mesmo, da pobreza só se for, que não sei para que um pobre ter sobrenome de rico se não tem dinheiro, brincadeiras a parte,  moro em uma comunidade com a minha pequena Valentina a minha filha, sim porque mãe é quem cria. Ela foi deixada na porta da minha casa em uma cesta com uma mantinha rosa em um dia chuvoso, há cinco anos, desde então a adotei, perguntamos nos quatro  cantos da comunidade se alguém conhecia os pais mas não tivemos retorno e com isso decidimos registra-la meus pais eram vivos na época e disseram no cartório que a pequena era deles, quando eles faleceram  eu era maior de idade e como não tinha parentes a guarda dela ficou comigo.
– Vamos mamãe, vou me atrasar, hoje tem cachorro quente na merenda.
– Vamos meu raio de sol – Valentina é linda, muito parecida fisicamente comigo então ninguém desconfia de nada, ela deve ser filha de algum grã fino pois quando chegou aqui, tinha uma pulseira com um pingente rosa, que um tempo depois descobri ser um rubi muito valioso, que obviamente deixo guardado, quem sabe algum dia não encontro algum familiar de sangue, balanço a cabeça negando, ela é a minha vida, eu morreria se alguém tentasse tirá-la de mim, afastando esse pensamento, chegamos na escolinha, fico na sua altura.
–Se comporte meu raio de sol, mamãe vai trabalhar e mais tarde volta para te buscar, te amo.
– Te amo mamãe! – Me dá um beijo e abraço e entra com a professora.
Viro as costas e deixo as lágrimas caírem, hoje é o dia que ela chegou para nós, então considero como seu aniversário, choro de tristeza por não poder fazer nenhum bolinho para ela muito menos dar presente. Por mais que ela seja muito compreensiva, Valentina é uma criança e não deveria passar por esses apertos, o sentimento de ser uma péssima mãe me persegue, por mais que trabalhe na lanchonete do hospital São Rafael na zona Sul, o salário quando vem os descontos só dá para pagar o aluguel, água, luz e fazer a compra das coisas para ela. Eu deveria conseguir suprir todas essas coisas para ela, mas por mais que faça hora extra, mal dá para comprar um sorvete de vez em quando.
Depois de duas horas no ônibus chego no meu trabalho, aqui é um hospital particular de alto padrão, muita gente metida, mas também fiz bastante amizade, como por exemplo o Doutor Vinícius que é um excelente profissional e de um coração enorme. Estava atendendo quando o dono do hospital chegou, pergunto o que ele quer e o infeliz me passa uma cantada, fixo sem jeito, mas nunca que um homem lindo desse ia olhar para mim, uma pobre e com uma filha para criar, nunca tive um relacionamento, só alguns beijinhos, me guardo para o homem da minha vida, alguém que me respeite e que esteja apaixonada, sou virgem mas não sou cega, homens como  o doutor Ricardo e vários médicos daqui só querem diversão e cair fora, afasto esse pensamento o gostosão foi simpático e também fui desejando um ótimo trabalho.
O dia passou rápido, quase na hora de ir embora, o doutor voltou na lanchonete e pediu uma tapioca, depois de atender o pedido, quando fui entregar, nossos dedos se tocaram e ele segurou a minha mão.
– O que falei hoje de manhã é verdade, você é linda, mas gostaria de me desculpar se pareci invasivo, não foi minha intenção.
– Fique tranquilo doutor, já tinha até esquecido do senhor, aqui tenho muito trabalho e passa muitas pessoas – Letícia sua mentirosa safada, quem é que esquece esse gostoso? (meu diabinho falou na minha cabeça) vejo esse Deus grego sorrir e acabo rindo também.
Logo chegou a doutora Carolina uma das pediatras e sentou ao seu lado, essa mulher é insuportável, daquelas bem arrogantes e cheia de não me toque, tem horas que tenho vontade de mandar ela ir a merda como agora.
– Ei mocinha, me traz a mesma tapioca que fez para o doutor Ricardo.
–Sim senhora, já vou fazer.
– Mas anda logo que não tenho todo tempo do mundo não minha filha.
Argh que mulher filha da puta, fico vermelha de raiva, mas me controlo pois preciso desse emprego. Os dois ficam conversando e comendo, as vezes olho de canto de olho, eles tem um caso não é possível, sou tirada dos meus devaneios quando estou indo embora e doutor Vinícius chega.
–Nao acredito que não consegui pegar seu plantão, vou chorar, agora ficarei com fome? – Colocou a mão no peito fazendo drama, ele é um homem muito lindo e virou meu amigo.
– Deixa de ser dramático doutor, a Ana faz a sua tapioca, boa tarde. – Lhe dou um sorriso.
–Até amanhã meu Moranguinho - Escuto um baralho forte em uma das mesas quando me viro, o doutor Ricardo está vermelho e parece furioso, eu hein homem doido, a coleguinha dele se levanta assustada e tenta entender, mas o homem, passa em nosso meio quase levando o braço do Vinícius embora.
–Olha Moranguinho, se fosse em outra circunstâncias e não soubesse o quanto o Ricardo é devoto da falecida mulher, diria que ele está com ciúmes de você comigo.
–Deixa de ser bobo, esse doutor tem dona e nem se não tivesse ele me remete perigo. – Dou risada e sigo meu caminho até o ponto, até parece um homem como esse com ciúmes de mim.

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Boa noite,
Letícia Moranguinho já está deixando o doutor gostosão doido hahaha

Prazer, Sr.R.Vingança Onde histórias criam vida. Descubra agora