Capítulo 4

52 10 1
                                    

Letícia

Esse homem quer me por louca, ele exala perigo, lindo, charmoso, grande e rico muito rico, na verdade bilionário, então por qual motivo eu não consigo me afastar?
Depois da breve discussão estamos no supermercado, como uma família, ele está com a Valentina no colo e já colocou alguns fardos de refrigerantes, danones, bolachas e chocolates, essa porra é doido? Como vou pagar? Ele vai interagindo com ela e a safadinha só concorda e aí o homem coloca vários itens no carrinho.
–Ei doutor, pare, pare pelo amor de Deus! Não vou conseguir pagar. – Ele para e me olha como se tivesse duas cabeças e soltasse fogo.
–E quem disse que é você quem vai pagar? Estou presenteando a Valentina, não considere nada para você é apenas um agrado para a minha amiguinha! –Ele olha para a minha filha e bagunça seus cabelos, a danada só ri.
–Doutor vai estragar esse tanto de coisas, é sério pare, depois que acostuma-la mal não terei condições de bancar esse luxo todo.
Ele aperta a mão livre, se vira para mim e me acusa.
–Então porque caralho, foi arrumar um filho? Se é uma morta de fome que não consegue dar uma vida digna para a sua filha
Me assusto com a sua arrogância e é assim que o conto de fadas acaba, melhor assim, acabar sem nem antes começar, meus olhos  enchem de lágrimas, e viro de costas por um minuto, a raiva cresce em mim.
–Valentina Hill desça agora do colo do Doutor Ricardo e vamos embora.
Ele me olha espantado e minha filha coloca as suas mãozinhas em seu rosto.
–Tchau titio Ricardo, obrigada pelo passeio.
Ele aperta ela em seus braços não querendo soltar, ela por sua vez, deita sua cabecinha em seu ombro.
–Vamos agora Valentina, não vou falar outra vez - Ela tenta descer, mas o homem aperta ainda mais seu corpinho no peito, até parece que não quer largar e nunca vou me esquecer dessa cena o homem ajoelha com a minha filha e vejo seu corpo tremer, ele está chorando mesmo? Como assim? Ele beija sua cabeça e faz carinho por alguns minutos nenhum dos dois fala nada, que conexão é essa? Depois mais calmo, se levanta e  vira para mim, ainda com ela no colo.
–Olha me perdoe, eu falei o que não  devia, só que essa situação me tira do controle, ver vocês duas passando dificuldade e eu com tanto dinheiro não  acho justo não poder comprar as coisas que a minha... amiguinha quer –Seu olhar agora é de um homem amoroso, acabo soluçando e ele me abraça, sinto seu cheiro e o calor do seu corpo remete proteção.
–Xiu não chore, você faz muito pela pequena, me deixe fazer a compra do mês, e você me paga com o empadão, veja estou morrendo de fome.
–Esta bem, mas nunca mais falei assim comigo, é uma ferida grande em mim, não conseguir comprar coisas que uma criança gosta de comer.
–Prometo.
O resto das compras só ouvia ele interagindo com a Valentina, como doido que é, comprou a despesa para uns três meses. Chegando em casa, fiquei morrendo de vergonha da minha casinha, afinal não tinha móveis de valor, ele não pareceu ligar, sentou na cama parecia perdido e fascinado olhando a pequena, deve imaginar como seria sua filha, deixei os dois brincando e fui preparar a janta.
–Bom a janta ficou pronta, venha os dois comer.
Sentamos os três na mesa e começamos a comer, o homem parece que gostou mesmo da comida pois repetiu. Depois de jantar ela estava caindo de sono, então fui pegar ela e o homem quase me derrubou se apressando na frente, a pegou no colo e colocou na cama, cobrindo e dando-lhe um beijo.
–Boa noite minha jóia, dorme com os anjinhos.
Fiquei emocionada, pois qualquer pessoa que trate a minha filha com carinho, tem o meu respeito, ele se vira para mim.
–Obrigado pelo jantar!
– Imagina, eu quem agradeço por tudo e principalmente por ter feito ela sorrir.
–É acho que já está na minha hora, tchau Letícia.
–Tchau doutor te levo até a porta.
O levei até a porta, abri e quando ele foi sair nos esbarramos, de repente tudo ficou quente, um calor insuportável, minha respiração ficou pesada o homem me olhava como nenhum nunca olhou, tinha desejo, promessas e mais alguma coisa que não consigo identificar, ele foi se aproximando e involuntariamente fechei meus olhos, senti seu hálito perto da minha boca e abri um pouco, esperando o beijo, mas o homem parece ter visto o coisa ruim, pois me empurrou, entrou no carro e desceu a rua cantando pneu, que boba eu sou, até parece que um homem desses ia olhar para mim, pobre, sem classe e com uma filha para criar, acorda Letícia, esse aí só quer ser amigo da sua filha nada mais, fechei a porta e fui deitar.
–Feliz aniversário, minha pequenina, onde será que estão seus pais?

🌟🌟🌟🌟🌟🌟🌟🌟🌟🌟🌟🌟🌟🌟🌟🌟

Prazer, Sr.R.Vingança Onde histórias criam vida. Descubra agora