Capítulo 3

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Ricardo

Sai puto da lanchonete e nem sei o motivo, a faça-me o favor Moranguinho, que porra de intimidade era aquela com essa ninfeta.
Tenho que começar a me aproximar mais dela ou nunca vou conseguir desmascarar e mandar prender essa vadiazinha. Sigo ela até o ponto de ônibus, começou uma chuva muito forte, estaciono o carro e aguardo um pouco, até agora não passou nenhum ônibus, vejo que está ficando aflita e não tem hora melhor para colocar meu plano em prática, logo o carro e ando alguns metros, paro em frente ao ponto e abaixo o vidro.
–Oi Letícia, quer carona? – Ela me olha desconfiada e faço uma cara de bom moço.
–Nao é necessário senhor, daqui a pouco meu ônibus passa.
– Vai chegar em casa ensopada e muito tarde – Dou a cartada final e vejo seu olhar de pesar, sorrio internamente, ganhei a primeira fase, ela corre até a porta e destravo, para ela entrar, está tremendo de frio e batendo os dentes, aquilo me incomoda então ligo o ar quente e dou meu paletó para ela se esquentar.
–Muito obrigada, doutor Ricardo, não posso me atrasar, principalmente hoje.
–O que tem hoje? Desculpe a minha indelicadeza – Ela para alguns segundos, se agarra ao meu paletó, aparentemente está realmente com frio, olha dentro dos meus olhos.
–Hoje é aniversário de alguém muito especial – Vadia safada sabe que é aniversário da minha filha, tanto que comemora no mesmo dia, aperto o volante com as mãos, pois não posso apertar o pescoço dela.
–Do seu namorado ou marido?
– Oh não tenho marido, na verdade é da minha filhinha, vou te mostrar a foto – Ela retira da bolsa um celular velho e na tela aparece a minha filhinha como está linda, parece bem cuidada um ponto a favor dessa ladra.
–Essa é a minha Valentina, hoje ela faz cinco aninhos. – Diz orgulhosa, sem me controlar deixo algumas lágrimas caírem, de saudade e incapacidade do tempo que perdi com a minha pequena, ela percebe que estou chorando e me abraça forte, como se fosse um colo de mãe e afaga meus cabelos.
– Não fique assim doutor, soube que a sua menina faleceu nessa mesma data junto com a mãe, imagino a dor que deve sentir, mas uma hora a ferida fecha e só  fica a saudade, vamos, se puder me levar, vou te apresentar a minha menina, você vai ver o quanto ela é amável – Diz sorrindo, travei, iria mesmo conhecer a minha filha? Nesse dia tão especial para ela, Deus estava olhando para mim novamente.
– Vamos logo então, quero conhecer a sua Valentina – Dei um sorriso vitorioso e ela apertou a minha mão, senti uma sensação boa, mas tratei logo de afastar. Fomos o caminho todo, com ela me contando sobre a minha filha das coisas que gosta de fazer, comer e que é uma criança muito compreensiva, elas moram do outro lado da cidade e quando chegamos em frente a creche, eu travei.
–Vamos doutor Ricardo, venha conhecer a minha pequena – Novamente pegou na minha mão e saiu me puxando, meus pés não me respondiam pareciam pesar toneladas, esqueci até de caminhar e nunca vou esquecer desse momento, quando a minha bonequinha, veio correndo com sua mochila em nossa direção, Letícia se abaixou e pegou ela no colo, ela é muito linda e fiquei fascinado de como parecia fisicamente com a minha esposa.
–Oi mamãe, você demorou.
–O minha filha, estava chovendo muito e o patrão da mamãe, deu uma carona, diga oi para o doutor Ricardo. –É aí que ela se vira para mim e as minhas mãos começam a tremer.
–Ola doutor, meu nome é Valentina, sabia que hoje é meu aniversário?
– Sei, a Letícia, é quer dizer sua mamãe me contou, princesinha, vamos tomar um sorvete?– Seus olhinhos brilharam em espectativa, pelo visto tinha herdado a minha paixão  por sorvete.
–Podemos ir mamãe?
–É não podemos Valen, deixa para outro dia, hoje o senhor Ricardo está ocupado e já fez muito em nós ajudar, agora ele vai voltar para casa dele e nós vamos para a nossa.
Quis gritar com ela que não, quando vi minha filha abaixar a cabeça triste.
–Vamos jantar e depois tomamos um sorvete, não estou com pressa.
Letícia se espantou, colocou a pequena no chão e me arrastou um metro de distância, ela chegou bem perto do meu ouvido para falar.
–Olha doutor lhe agradeço muito pela ajuda, mas não podemos ir, não tenho como pagar nem pelo sorvete e muito menos pelo jantar, então tenho que subir o morro até a minha casa para dar o jantar da minha filha – Seu cheiro de amora veio em meu nariz e pude perceber que ela ficou chateada por não poder dar uma vida melhor para a filha.
– Vamos fazer assim então, passamos no mercado e jantamos na sua casa, o que acha?
– Doutor não é uma boa ideia, eu moro em um cômodo e banheiro, não é lugar que o senhor está acostumado, é melhor ir para sua casa mesmo.
–De jeito nenhum, vamos, assim aproveito a companhia das mulheres mais belas da cidade – Dou-lhe um sorriso galanteador e a filha da puta cora novamente, será que ela fica vermelha assim quando está fudendo? Mais que porra de pensamento é esse Ricardo, ela é uma vadia.
–Sendo assim, vou aceitar mas vai ter que experimentar meu empadão é de comer de joelhos.
– Combinado.
E pela minha filha eu faço tudo até comer um empadão na favela e dando risada com essa ladra com cara de anjo, filha da puta gostosa do caralho.

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Estou reescrevendo, os personagens serão os mesmos mas com uma nova narrativa. ☺️

Prazer, Sr.R.Vingança Onde histórias criam vida. Descubra agora