XVI

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- Quem é essa gatinha, Gab?

Sinto uma onda de ódio se espalhar por meu corpo.

Que.porra.é.essa?

Respiro fundo mais vezes do que posso contar.

Que merda eu tô sentindo?

Vejo que demoro demais para responder quando Jacob me olha com uma cara estranha.

Todos estavam esperando minha resposta.

- Eu sou Clare, amiga do Gabriel. Prazer! - Como se tivesse lido minha mente, ela responde em meu lugar.

Sinto sua mão apertar minha costas.

Não sei se isso foi um consolo ou um aviso.

Ignoro a situação.

- Deixem a menina em paz, pobrezinha! Mal conhece vocês e já recebeu essa atenção toda. Ela não pode nem torcer pro Gabriel que vocês ia vem igual urubu na carniça. Melhorem! - Louise tira a atenção voltada para Clare, fazendo todos desviarem o olhar e soltarem risadas discretas.

Agradeço silenciosamente e permaneço do lado da menor, apoiando meu braço na cabeça da mesma.

Ninguém mandou ser um pingo de gente.

Vejo que o técnico caminha lentamente até a nossa direção, cumprimentando meus amigos e, em seguida, reunindo o time.

- Vocês jogaram muito bem hoje, meninos. Dou um crédito a mais para o nosso pequeno Gabriel! Hoje você foi nosso destaque, garoto, mesmo que começando meio desligado. Você foi o maior pontuador da partida. - Roberto, nosso treinador, afaga meus cabelos e me puxa para um abraço apertado. - Você só precisava do incentivo da sua namorada!

Minha o quê? CALMA AÍ!

COMO FORAM ACHAR QUE ESSE LEITE ESTRAGADO NAMORA COMIGO? LOGO EU, UM DEUS GREGO?

Aí você brincou comigo, meu velho.

- Não somos namorados! - Eu e Clare falamos aqui mesmo tempo, arrancando uma gargalhada de todos.

- Quando vocês descobrirem, me chamem para a festa, viu? - Roberto fala com um sorriso, se despedindo na sequência.

Corno velho e mal amado, certeza que vai dormir sozinho no quarto vendo futebol na televisão e com uma lata de cerveja.

Ele é casado e tem dois filhos, mas ignoramos esse fato.

- Precisamos comemorar a vitória de hoje! Ainda mais com o nosso Gab sendo destaque! - Dan abraça meu pescoço e Lu aperta minhas bochechas.

Me sinto em casa com o toque dos dois, é como se, só existisse minha família aqui.

Bom, eu ESTAVA me sentindo em casa, até sentir uma mão na minha.

Achava que meu estômago só tinha resquícios de frutas, água e algumas coisas que ingeri e não me recordo. Mas, acabei de descobrir que, borboletas também vivem no meu estômago.

E elas acabaram de despertar.

Fico meio sem jeito e encaro minha vizinha. Vejo seu olhar esbanjar orgulho e, aos poucos, relaxo meu corpo e retribuo o aperto.

Por que estou cedendo para essa esquisita?

Não sou eu, me abduziram!

Devolvam o Gabriel aos seus sentidos, por favor!

SR. DESTINO, QUE RUMO É ESSE QUE VOCÊ DECIDIU COLOCAR NA HISTÓRIA?

Arranho a garganta e chamo a atenção de todos, ignorando a mão da bruxinha na minha. Dou o meu melhor sorriso e animo o grupo.

- Hoje a comemoração é lá em casa, todos vão?



(Deu por hoje, né não, galera? Ansioso para vocês verem a continuação dessa bagunça toda. O próximo capítulo é fogo!)

Querida vizinha.Onde histórias criam vida. Descubra agora