Ele é um homem de muitas faces, cada uma mais cativante que a outra. Elisa se encontra hipnotizada pela sua inteligência aguda, sua presença magnética e seus olhos que parecem ler sua alma. Há uma segurança quase arrogante em seus movimentos, uma co...
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Elisa Clifford
Assim que ele saiu, eu me sentei na beira da cama, tentando acalmar a tempestade de emoções dentro de mim. A presença de Lorenzo, seu olhar penetrante e a pergunta sobre o colar, ainda ecoam na minha mente. A verdade é que eu lembrei. Lembrei dele. O colar, aquele colar que ele me deu anos atrás, era um elo do nosso passado.
Naquele momento em que Lorenzo perguntou sobre o colar, uma enxurrada de memórias voltou para mim. Eu vi o menino que, anos atrás, passava horas cuidando de mim, o mesmo garoto que parecia sempre estar ali para proteger e fazer-me sentir segura. Esse Lorenzo, doce e amável, contrastava com o homem duro e implacável que estava diante de mim.
Por um breve instante, vi o garoto do passado no Lorenzo de agora. Lembrei de como ele era, das tardes no parquinho e dos momentos em que ele estava lá para mim e eu por ele. Mas essa lembrança durou apenas um instante. O Lorenzo de agora é um homem diferente, marcado por anos de dor e violência, um homem que não reconheço mais.
Eu menti quando disse que o colar foi dado pela minha mãe. Eu precisava me proteger de alguma forma. Não queria admitir que ainda sentia algo por ele, uma conexão que ainda persiste mas o que ele se tornou, o que ele fez... é um reflexo de algo que eu não posso mais entender.
Eu ignoro esses sentimentos, não por falta de desejo, mas por uma necessidade de me proteger. Não quero me envolver com o homem que Lorenzo se tornou, aquele que não conheço e que carrega uma escuridão que eu não posso compreender.
A cena do colar e da nossa interação é uma lembrança dolorosa e confusa. Ele pode ter sido uma parte importante do meu passado, mas agora, o que resta é apenas um eco distante de uma conexão que não posso mais reconhecer.
Olho para o relógio, percebendo que o tempo está passando e que preciso me focar nas tarefas à minha frente. A visita de Lorenzo, embora inesperada, trouxe à tona sentimentos e memórias que eu preferia manter enterrados. Mas, por mais que eu tente, não posso apagar o que ele representou para mim.
Enquanto me preparo para a noite, sinto um peso no peito. A luta interna entre o desejo de reconectar com o passado e a necessidade de seguir em frente é um desafio constante. O Lorenzo do passado ainda é uma parte de mim, mas o Lorenzo de agora é um enigma que não sei se quero tentar resolver. Com isso em mente, tomo uma decisão firme: devo seguir adiante, não importa quão difícil isso possa ser.
Eu me visto e saio do apartamento, determinada a enfrentar o mundo com a força que sempre tive. A cidade está viva e pulsante, e eu preciso estar presente, mesmo que o passado continue a assombrar minha mente.
Enquanto caminho pelas ruas, me pergunto se encontrarei uma resposta para as perguntas que Lorenzo levantou. Mas, por agora, minha prioridade é viver o presente e enfrentar os desafios que a vida me oferece.
