Capítulo 32 - Baile

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Eu não sabia como reagir diante de tudo que aconteceu nesses últimos dias. As palavras de Karin ficaram martelando em minha mente, me deixando atordoada e sem sono à noite. Chorei muito naquele dia, sozinha em meu quarto, apenas disfarçava quando mamãe aparecia. Não queria que ela soubesse, isso não. E Sasuke... eu não sabia o que fazer, ele não havia comentado o fato de ter sido aceito na universidade de Oxford.

Eu esperei os outros dias seguintes, aflita, ele abrir o jogo comigo, mas ele agia como se o nosso plano inicial ainda estivesse de pé. Nenhum indicio da tal briga com os pais ou o fato de ele ter duas opções válidas para a universidade foi mencionado. De alguma forma eu me senti traída, como se ele não confiasse em mim, aquilo doía muito.

E como doía, deixando a angustia ficar sufocante.

Karin sabia mais da vida dele do que eu. Ele parecia confiar mais nela em certos assuntos delicados do que a mim, a sua namorada. E aquilo doía tanto saber essas coisas, mas também doía saber que de uma certa forma a Karin estava certa.

Também não comentei sobre a minha conversinha com Karin, e ela pelo jeito não havia dito mais nada e os dias que se passavam. Karin se mantinha na dela, faltava alguns dias da semana e aparecia com uma cara péssima. Por um certo momento e sabendo agora a barra que ela passava com sua doença, eu senti pena dela. Hinata estava sempre com ela, ficando ausente em nossa roda de amigos nos intervalos. E não pude deixar de me sentir péssima por saber que a minha presença estava barrando Karin a se juntar aos outros e como consequência levando Hinata.

E com isso os dias continuavam passando, arrastando até o meu último final de semana como colegial. A surpresa foi nítida quando o correio entregou uma carta endereçada a mim na manhã de sábado. E novamente foi mamãe que recebeu. Eu estava na cozinha lavando a louça suja do almoço quando ela apareceu com o envelope branco na mão.

- Acabou de chegar uma carta para você – ela disse enquanto olhava o remetente. – É da universidade de Nagoya.

Sequei as minhas mãos no pano de prato e peguei o envelope de suas mãos.

- Universidade de Nagoya? - Franzi as sobrancelhas, lembrando que havia prestado vestibular para aquela universidade na mesma semana que prestei prova para a de Tokyo.

Eu nunca coloquei expectativa naquela universidade, pois além da prova ter sido muito difícil, Nagoya ficava na ilha de Honshu, muito longe de Tokyo. Eu teria que me mudar. E mudança não estava nos meus planos.

- Você não vai abrir? – Mamãe perguntou quando percebeu que eu simplesmente olhava o envelope em minhas mãos.

Suspirei, cansada, sem vontade alguma de abrir, pois já sabia qual seria o resultado. Se não havia conseguido uma boa pontuação na de Tokyo, eu iria conseguir na de Nagoya?

Provavelmente não.

- Não vale a pena, já que é meio óbvio o resultado – e joguei o envelope em cima da mesa, pronta para voltar os afazeres domésticos e arquitetar um plano de vida depois que terminasse o colegial.

- Como pode saber o resultado se ainda não abriu? – Mamãe questionou levemente chateada, o cenho franzido. Pegou o envelope e agarrou minha mão e o colocou nela. – Abra pelo menos e vê se passou.

Prendi a vontade de revirar os olhos e bufei contragosto, abrindo o envelope, fazendo a sua vontade. Puxei a folha e desdobrei lentamente para logo minha visão focar naquelas letras impressas e o selo da universidade. E foi questão de segundos que senti meu coração acelerar quando lia com mais atenção o conteúdo da carta. Eu havia sido aceita na universidade e com uma boa pontuação, oitenta e cinco por cento numa bolsa universitária.

A Garota do UchihaOnde histórias criam vida. Descubra agora