Capítulo 2 - Beijo

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Cheguei à loja de doces dez minutos adiantada, a senhora Chiyo - a dona da loja - estava atendendo alguns clientes no balcão. Ela sorriu quando me viu e retribui com um pequeno e miserável sorriso mínimo enquanto eu seguia para os fundos da minúscula salinha de funcionários.

Tenten, minha colega de trabalho, estava amarrando seus cabelos num coque alto. Ela estava arrumada com o uniforme da loja, um simples avental amarelo-creme cheio de desenhos de cupcakes coloridos e o nome da loja em letras grandes no meio do bolso que ficava em cima.

— Chegou cedo hoje. - Ela disse assim quando me notou.

Estava animada como sempre.

— Acho que sim. - Respondi guardando minha mochila no meu armário junto com o suéter amarelo da escola, ficando só com a camisa branca.

Coloquei o avental por cima da minha roupa da escola e fiz o mesmo que Tenten, prendi os meus cabelos num rabo de cavalo alto, e como ele era curto, vários fios ficaram soltos no pescoço.

Fomos para o interior da loja, e fiquei detrás do balcão atendendo alguns clientes, e Tenten foi arrumar algumas prateleiras enquanto a senhora Chiyo foi para a cozinha terminar de preparar algumas fornalhas de diferentes doces.

E assim se passou à tarde, foi um pouco movimentado, talvez seja por que hoje era sexta-feira. A loja fechou um pouco mais tarde do que o normal, mas acho que iria sair alguma coisa a mais no final do mês.

Peguei minhas coisas no armário, tirando o avental e o dobrei, deixando no canto. Vesti meu suéter e coloquei minha mochila nas costas e soltei os cabelos.

— Até segunda, senhora Chiyo. - Me despedi dela que estava arrumando algumas coisinhas para o outro dia. Tenten já havia ido embora fazia alguns minutos.

Ela me fitou e sorriu simpática como sempre, pondo uma mão em meu ombro.

— Até segunda, Sakura, e obrigada pelo dia de hoje.

Apenas sorri um pouco forçado e dei as costas e saí da loja. O vento frio batia em minhas bochechas, fazendo eu me encolher no suéter da escola. Aqui em Tóquio o dia sempre amanhecia lindo e ensolarado, mas quando a noite caía o frio era bem incômodo.

As ruas estavam pouco movimentadas, virei umas duas esquinas até chegar o ponto de ônibus mais perto. Naquela parte onde eu caminhava estava praticamente deserto, a não ser por mim, e não pude deixar de sentir aquela pontinha de hesitação.

Aquele ponto de ônibus era mais tranquilo do que o outro que ficava mais distante, mas a hora não era tão boa. Tirei meu celular do bolso da mochila, e vi as horas. 10hrs e 30 min. A bateria estava no vermelho.

Tomara que o ônibus venha logo.

Fiquei esperando por indetermináveis dez minutos e nada, meu pé esquerdo tremia de ansiedade para sair daquele lugar enquanto minhas mãos ficavam mais geladas. Pensei em ligar para a minha mãe vir me buscar, mas eu sabia que eu iria levar um sermão de que eu não precisava trabalhar, e eu não queria escutar isso.

Suspirei e ergui minha cabeça para cima e meu coração congelou.

Do outro lado da rua havia um homem suspeito, usava roupas normais e um casaco com capuz na cabeça, e me olhava de um jeito estranho.

Ele percebeu que eu havia o notado e começou a se movimentar. Meu sensor de proteção falou mais alto e não pensei duas vezes, saí do ponto indo em direção ao centro de Konoha. Mesmo que minha mãe alertasse que o ponto distante estava tendo assaltos constantes, lá pelo menos havia mais gente.

Eu sabia que meu movimento repentino de sair daquele ponto não havia sido nada discreto, mas eu tinha uma pontinha de esperança de que aquela sensação de perseguição fosse coisa da minha cabeça.

A Garota do UchihaOnde histórias criam vida. Descubra agora