Fracassada.
Fracassada.
Fracassada.
Eu me via encolhida num canto escuro, os olhos fechados com força e as mãos tampando meus ouvidos, tentando inutilmente não escutar o coro de vozes ditando todos os meus defeitos. Eram muitos rostos, e vários eram conhecidos, meus amigos estavam ali e riam e apontavam para mim, dizendo o quando eu era uma fracassada, um ninguém.
Eu queria que aquilo parasse.
Eu queria que aquilo tudo desaparecesse.
E consequentemente eu acabei por chorar, gritando com todas as minhas forças para eles pararem, meu coração se destruída a cada proclamação de ódio. E como resposta a minha súplica, uma chuva de ovos me acertava, me sujando por inteira. Não havia para aonde ir, eu não conseguia me levantar daquele chão. Não conseguia sair daquele canto escuro. Não conseguia me libertar. Não conseguia fazer eles pararem...
Meus olhos se abriram de uma vez, e as lágrimas que desciam por meu rosto deixava minha visão embaçada, dificultando de enxergar ao meu redor. Eu estava no meu quarto, e aquilo era apenas um pesadelo.
Um pesadelo.
Todo o meu corpo tremia, e acabei por chorar baixinho, as imagens daquele sonho ruim nítidas em minha memória. Por mais que eu tentasse me fazer esquecer daquele dia no pátio, as lembranças vinham como enxurradas em pesadelos noturnos, desestabilizando todo o meu sistema emocional. Isso era muito ruim, me sentia a pior pessoa do mundo, e o pouco da minha pequena autoconfiança havia desaparecido, e o medo falava mais alto.
Respirei profundamente, secando as lágrimas que escorriam de meus olhos e funguei a coriza algumas vezes. A última coisa que eu queria era preocupar minha mãe com os meus medos, eu tinha que ser forte.
Ser forte.
Tentar ser forte.
Olhei as horas no meu mais novo relógio despertador, descobrindo que iria me atrasar se ficasse mais um segundo fazendo corpo mole. E isso foi um empurrão para puxar meu corpo para fora daquela cama, mesmo querendo voltar para debaixo dos lençóis e nunca mais entrar naquela escola. Mas eu já tinha dado o primeiro passo, e o pior havia sido ontem, hoje era só o segundo passo, caminhando para frente, deixando as coisas ruins do passado para trás.
Quando entrei na cozinha já arrumada, encontrei mamãe puxando a cadeira para se sentar, a mesa já estava arrumada para a nossa primeira refeição do dia.
- Bom dia – murmurei sem animação, puxando a cadeira e me sentando em seguida.
- Que cara é essa? – Ela perguntou, parando de colocar o açúcar em seu café, olhando para mim. – Está passando mal?
Neguei com a cabeça, pegando o pão e o requeijão, evitava olhar em seu rosto para ela não perceber meus olhos pouco vermelhos. Não queria que mamãe descobrisse que havia chorado.
- Só tive um sonho ruim, só isso.
- Quer compartilhar?
Balancei minha cabeça para os lados.
- Só quero esquecer.
Ouve um momento de silêncio entre a gente, apenas desfrutando do nosso café da manhã, e o meu estava com um gosto ruim. Não digo isso pela comida, mas sim pela minha boca ter um gosto amargo, mas tentei ignorar, pois não gostava da comida da escola.
- Não se esqueça que tem uma consulta com a psicoterapeuta depois da escola – disse mamãe de repente, me fazendo olhá-la rapidamente.
- Eu sei.
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A Garota do Uchiha
Fiksi PenggemarSakura Haruno é uma garota tímida com a autoestima baixa. Não tinha amigos, e era ignorada por todos na escola. Mas ela não se importava, estava conformada com o fato de ser invisível na sociedade, e principalmente estava conformada com sua solidão...