Capítulo 3 - Convite

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Nos vemos segunda.

Aquelas palavras ficaram ecoando na minha cabeça o fim de semana todo, e com isso fiquei um pouco fora de órbita esses dois dias que se passou. Não havia acontecido nada de interessante - como sempre -, mas fiquei divagando como uma tola o beijo que Sasuke havia me dado na noite de sexta-feira.

Eu não entendia o que estava acontecendo comigo, nunca fiquei assim por garoto nenhum. Quer dizer, nunca fiquei assim por que isso nunca aconteceu comigo. Nenhum garoto nunca chegou perto de mim como Sasuke havia feito, ele havia me defendido e demonstrado preocupação comigo diante daquela situação. E mesmo que eu tentasse negar com todas as forças... eu havia gostado.

Eu havia me sentindo pela primeira vez na vida especial.

Estava me sentindo confusa, tentei arrumar uma lógica que explicasse esse fenômeno do garoto mais lindo que eu já vi, demonstrar algum tipo de interesses por mim. Uma parte de mim estava animada, pedindo para que eu fosse em frente sem olhar para trás, mas a outra parte me dizia que eu não podia confiar assim, mesmo ele demonstrando boas intenções - em parte -, mas que ele não deixava de ser um estranho e que era para me afastar antes que eu me desse mal.

E assim fiquei nesse dilema, queria que segunda chegasse logo, mas ao mesmo tempo queria que nunca chegasse. E essa expectativa estava acabando comigo, e pirou ainda mais quando a segunda-feira chegou, não com o céu muito límpido como nos dias anteriores, mas a brisa da manhã era gostosa.

Depois de me arrumar com o uniforme e tomado meu café na velocidade de uma lesma, eu estava em direção à escola. O transporte público não demorou muito, sabia o horário que ele passava e assim chegava na hora certa, nem um minuto a mais e nenhum minuto a menos.

As aulas haviam sido a mesma coisa, os professores passando matérias novas, os alunos conversado e trocando bolinhas de papel entre a troca de matérias e eu sendo ignorada como um ser medíocre que eu era. Tudo normal.

Não demorou para que o sinal do intervalo soasse pela escola, fazendo os alunos se levantarem como se nunca soubessem o que era educação, e saíssem rindo e falando alto pelos corredores.

Ajuntei meus materiais e fui para o meu refúgio, a biblioteca. Eu não lanchava nos intervalos, detestava a comida da cantina, e mesmo que eu gostasse, eu não sentia fome, já comia o suficiente no café da manhã para não lanchar na escola.

Olhei pelos lados enquanto caminhava entre os alunos algum sinal de Sasuke, e para o meu total conforto, não havia o visto. Eu havia decidido que iria me manter afastada, eu iria fazer de tudo para não esbarrar com ele por aí. Eu tinha concluído que era melhor assim, pois eu me conhecia bem o suficiente para quando se eu o visse - depois do que aconteceu naquele dia -, eu não iria saber o que fazer. Não tinha a mínima ideia de como agir perto dele. E para o meu bem psicológico, era melhor que ele desaparecesse e esquecesse que eu existia.

Entrei na biblioteca quase vazia, cumprimentei Shizune e assinei o livro de visitantes que era obrigatório. Fui para a mesa que ficava nos fundos, oculta pelas prateleiras de livros, ninguém podia me ver. Coloquei minha mochila ao lado e comecei a fazer os deveres de casa, não iria ter tempo hoje, já que era o meu dia de trabalhar na loja de doces.

Fiz todo o dever de matemática que o professor havia passado hoje, o silêncio da biblioteca fazia o pequeno som do ar-condicionado que deveria estar no volume máximo ecoar pelo local, mas não era incômodo.

Quando eu me preparava para fazer a lição de geografia, eu senti uma presença se aproximando de onde eu estava, e uma voz particularmente familiar soou, fazendo-me dar um pulo na cadeira, pegando-me totalmente de surpresa:

A Garota do UchihaOnde histórias criam vida. Descubra agora