A Garota do Uchiha

Epílogo

NÃO SEI O QUE ESTÁ ACONTENCENDO, MAS SOUBE QUE O SASUKE ESTÁ SE MUDANDO PARA A INGLATERRA HOJE.

Estava jogada em minha cama, observando a mensagem que Hinata tinha me enviado a uma hora atrás. Eu havia lido e relido um milhão de vezes, sentindo aquele aperto no peito, a realidade acontecendo.

Havia se passado uma semana e meia depois da noite do baile e eu jurava de pés juntos que aqueles dias haviam sido os piores de minha vida. Mas havia me enganado, aquele dia – uma quinta-feira – estava sendo o meu pior dia.

Eu tentava de todas as maneiras possíveis distrair a minha mente da depressão que me consumia, a dor que eu sentia em meu peito e a vontade insuportável de chorar toda vez que lembrava do rosto arrasado de Sasuke manchado por lágrimas enquanto eu dizia coisas horríveis.

Eu era a pior pessoa do mundo.

Mamãe estava preocupada comigo. E por mais que eu tentasse fingir que estava tudo bem, que iria superar aquele rompimento, eu sabia lá no fundo de mim que superar Sasuke era impossível. Eu o amava tanto que chegava a me sufocar. Me arrependia tanto da decisão que tomei que queria fazer uma besteira. Me segurei por muitas vezes para não ir atrás dele. Pedir perdão por minhas palavras, me ajoelhar e implorar que ele me aceitasse de volta.

Deus sabe o quanto aquilo me consumia esses dias todos. Chorava baixinho todas as noites para que minha mãe não notasse, e acordava com os olhos cheios de olheiras e uma cara péssima.

Na segunda-feira, minha mãe conseguiu uma folga em seu trabalho para me acompanhar até a universidade de Nagoya para eu conhecer o local, o alojamento aonde ficaria e as burocracias da minha matricula. Eu gostei do lugar, era grande com vários prédios em conjuntos e uma extensa área aberta com árvores e um campo gramado. Confesso que naquele momento eu me animei, imaginando estudar ali, o primeiro passo do meu sonho.

Chegamos em casa naquele dia super tarde, as ruas estavam vazias e uma vizinha que estava colocando o seu lixo para fora. Até ali tudo bem, a não ser o fato de ela ter nos abordado e dito que um rapaz havia aparecido naquela manhã. As descrições que ela dizia, junto com a motocicleta reluzente batia com o perfil de Sasuke.

Ele havia me procurado.

Naquele momento era inevitável controlar as batidas do meu coração, a ansiedade por vê-lo falou mais alto. Era a primeira vez que ele me procurava depois daquele dia. Ele havia ligado muitas vezes e mandado muitas mensagens, mas não respondi e muito menos atendi suas ligações, deixando sempre em modo avião. Eu não podia respondê-lo, não podia ouvir sua voz e muito menos vê-lo. Pois sabia que se eu cedesse a um desses tópicos, eu não ria conseguir seguir adiante. Eu iria voltar atrás na minha decisão e fazer tudo diferente, sem pensar nas consequências. Mas o olhar retraído de mamãe havia me feito voltar a realidade e seguir com o plano traçado por nós duas.

Mas agora...

Agora era diferente. Sasuke estava indo embora e talvez a gente nunca mais pudesse nos ver. Eu me sentia desesperada, já havia roído todas as minhas unhas que chegou a doer e a sangrar. Eu precisava vê-lo, nem que seja a última vez. Nem que seja só de longe para que eu guardasse a lembrança da pessoa importante que ele havia sido em minha vida.

E com isso, eu segui o meu coração e tomei a atitude que não tinha a mínima ideia se iria ser bom para mim, ou se seria a minha ruina.

Liguei para Hinata enquanto pulava da cama e ia até o guarda-roupas procurar algo para vestir. Ela atendeu no quarto toque e sua voz fina e suave soou do outro lado:

- Sakura...

- A que horas é o voou dele, Hinata? – Não deixei que ela terminasse a sua frase, minhas mãos tremiam enquanto puxava uma calça jeans e um moletom.