Eu não conseguia realmente distinguir o que eu sentia de verdade, acho que confusão se encaixava melhor naqueles sentimentos novos e diferentes. Não conseguia ignorar o quanto meu coração batia com mais força quando eu pensava nele, do frio que circulava o meu estômago quando lembrava dos nossos beijos trocados, e daquela sensação gostosa quando concluía que eu tinha de alguma forma um pouco de sorte.
Sasuke era uma pessoa maravilhosa, isso era fato, e ele estava fazendo parte dessa minha nova fase de vida, uma fase diferente e boa. E isso fazia eu me pegar por várias vezes sorrindo como uma idiota quando toda vez meus olhos pousavam no anel de plástico que havia no meu dedo. Aquilo havia sido uma demonstração romântica e que me fazia sentir como se eu fosse a protagonista de um livro de romance clichê.
E claro que esse meu estado sonhador aéreo apaixonado não havia passado despercebido por mamãe. A sua atenção aguçada e seus olhos avaliadores captou de longe que algo havia acontecido comigo, pois mesmo que tentasse sempre negar, eu era transparente demais.
Eu havia conseguido me esquivar de algumas de suas perguntas curiosas quando ela chegou do supermercado naquele sábado à noite. Inventei uma desculpa qualquer de que estava com dor de cabeça e fui para cama mais cedo, mas não consegui escapar de seu interrogatório no domingo. Ela até que tentou respeitar o meu silêncio de que "nada havia acontecido" e que era "super normal um garoto lindo me chamar para sair". Eu podia ver a sua curiosidade brilhando em seus olhos verdes, principalmente quando ela tentava puxar um assunto qualquer para colocar o que ela queria ao meio e extrair de mim o que ela queria saber. Claro que me fiz de desentendida diante de tudo isso, me fingi de idiota de propósito. Mas o fato era que eu estava morrendo de vergonha de conversar um assunto tão íntimo com ela. Eu tinha confiança em mamãe, sabia que ela iria apoiar qualquer decisão que eu tomasse, contanto que fosse a coisa certa, mas a maldita vergonha me fazia travar.
Era mais forte do que eu.
Mas mesmo assim, ela conseguiu com um jeitinho arrancar a verdade de mim, e me pegou quando eu estava assistindo um filme de comédia que passava na televisão naquele começo de tarde. Ela estava passando o espanador nos móveis da sala, tirando o pó.
- A senhorita não tem nada para me contar não? - Ela começou, a voz soando descontraída, mantinha a atenção no que fazia, mas eu sabia que ela estava com a butuca ligada em mim.
- Contar o quê? - Me fiz novamente de desentendida, tentando agarrar numa chance de escapar da onda de perguntas que estava começando a surgir.
Mamãe ergueu os olhos para mim, mas eu não tirei a atenção da televisão enquanto mordia a unha do meu mindinho, tentando ocultar o nervosismo que começava a dar as caras.
- Do seu encontro com aquele rapaz. - Agora ela havia sido direta, e um frio circulou o meu estômago. - Não vai me contar como foi?
- Ah, foi legal. - A minha voz saiu estranha devido eu estar roendo a unha, fazia o possível para que o meu rosto não ficasse vermelho.
- Legal? Só isso? - Ela virou o corpo todo em minha direção, o cenho levemente franzido, e se aproximou do sofá e sentou-se ao meu lado. Desviei meus olhos da TV para ela. Alerta Vermelho. - Querida, não precisa ficar com vergonha de me contar as coisas, eu sou a sua mãe, sabe que pode confiar em mim, não sabe?
Suspirei, soltando todo o ar pela boca, balançando a cabeça para cima e para baixo, concordando. Não tinha mais como escapar, mamãe havia me cercado e o jeito era superar a vergonha e enfrentar aquilo de uma vez por todas, por que uma hora ou outra ela iria ficar sabendo.
- O Sasuke... ele... ele me... me pediu em namoro. - Eu gaguejei, e aquilo havia soado estranho. Eu e namoro numa mesma frase soava diferente, eu não havia me acostumado com aquilo.
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A Garota do Uchiha
FanficSakura Haruno é uma garota tímida com a autoestima baixa. Não tinha amigos, e era ignorada por todos na escola. Mas ela não se importava, estava conformada com o fato de ser invisível na sociedade, e principalmente estava conformada com sua solidão...