Capítulo 6 - Manipulação

1 0 0
                                    

Depois de uma cerimônia simples para Sera, todos começam a sair devagar do local, Emiko saiu acompanhada de Majima, eles param antes das escadas e se encontram com Shinji, que estava conversando com alguns amigos do Clã sobre o choque em saber da morte do Presidente Sera e mais ainda com o tiro que Kazama havia levado em meio a funeral.

Shinji Tanaka era tenente da Família Nishikiyama, mas antigamente, ele pertenceria a Família de Kiryu, ele se tornou amigo de Emiko há muito tempo, ele era um aliado leal a Kiryu, estava noivo de uma bela moça que o fez mudar seus pensamentos em relação a muita coisa.

No canto, na barraca próxima a eles, estava Nishikiyama, pedindo uma garrafa de água para o rapaz que cuidava do local e se escorando no balcão enquanto encarava Emiko como se estivesse secando a moça, bebia um gole de água da sua garrafa, mas queria mesmo era beijar aquela mulher, por mais que tentasse afastar aquele pensamento, ainda era tudo o que ele queria quando a via.

A conversa entre aquele grupo a sua frente parecia interessante, isso fazia Nishikiyama prestar atenção neles, mas ainda mais em Emiko, era incrível que ela continuava sendo aquele mesmo livro aberto de sempre, ele sabia exatamente o que poderia falar e fazer em relação a ela apenas analisando seu comportamento.

— Desculpe não ter cumprimentado você antes! — disse Shinji para a moça — Apenas percebi que você estava aqui durante a cerimônia!

— Tudo bem, foi uma correria desde o momento em que chegamos, falaram que o Kazama levou um tiro e o pessoal ficou muito nervoso, mas nada que não consigamos resolver... — disse Emiko de forma positiva — Como vai a namorada? Fiquei sabendo que está noivo, não se esqueça de me convidar para o casamento, quero pegar o buquê.

— Vai ser algo simples, mas terá uma festa, nem se preocupe... — disse Shinji sorrindo — Minha noiva está muito animada, o sonho dela era se casar.

Emiko sorri, não demora muito para perceber os olhares de seu ex-noivo em cima dela, por isso, decide dar um passeio, mas queria fazê-lo sozinha, pede licença para os meninos usando a desculpa de ir até o banheiro, ela caminha até a entrada do Quartel, mas vira para a sua direita. Nishikiyama coloca a garrafa de água vazia no lixo, em seguida, ele se desloca na mesma direção que a moça havia ido, ele percebe tê-la perdido de vista, caminha mais um pouco na esperança de encontrá-la, mas não a vê em lugar algum, isso o faz bufar de frustração.

— Estava me procurando? — uma voz conhecida fala atrás dele, que faz uma corrente elétrica atravessar todo o seu corpo, ao virar-se encontra Emiko com os braços cruzados e uma expressão serena em seu rosto.

— Na verdade, estava apenas passando... — disse Nishikiyama, mentir não era o seu forte.

— Vou fingir que acredito, apenas porque não quero discutir com você... — disse Emiko — Afinal, você já tentou cometer um crime nesse funeral, não quero que tente cometer outro comigo.

— Do que está falando? — Nishikiyama pergunta se fazendo de sonso — Você está me acusando de alguma coisa?

— Depende, você vai continuar deixando Kiryu assumindo os seus crimes? — Emiko rebate — Você já fez isso com Sohei Dojima, vai fazer com o Kazama também?

Nishikiyama bufa um pouco incrédulo com o que estava ouvindo, não por ela estar o acusando de atirar em Kazama, ele de fato havia feito isso, muito menos estava chocado por ela saber que ele assassinou Dojima, do jeito que as coisas estavam, alguém daria com a língua nos dentes mais cedo ou mais tarde, mas porque ela tinha coragem de cutucá-lo daquela forma quando ninguém mais ousava fazer aquilo, se perguntava se era a certeza de que ela seria a única pessoa na qual ele não sentiria coragem de fazer algo ruim. E falar daquela forma? Como se ele gostasse de incriminar os outros? Aquilo era um ultraje no pensamento dele.

RepentanceOnde histórias criam vida. Descubra agora