Capítulo 9 - Segunda Chance para a Segunda Opção

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Date chega na Millenium Tower, começa a conversar com Kiryu que estava prestes a desistir de tudo, queria ser preso, pagar pelos crimes de todo mundo, porém, seu amigo o fez tirar essa ideia da cabeça, afinal, agora ele tinha Haruka para cuidar e Jingu poderia pagar pelo que fez mesmo depois de morto, a única coisa que Kiryu se atreveu a pedir era tirar Nishikiyama de suspeitas e ele tentaria fazer isso de alguma forma pelo seu amigo.

Falando nele, estava sentado escorado no balcão do bar, havia acordado de seu desmaio após o segundo disparo e viu quando Emiko acabou com Jingu, estava orgulhoso, mas, ao mesmo tempo, queria poder ter feito alguma coisa para ajudar, também queria ter sido mais rápido, talvez Yumi não teria falecido, também desejava estar dentro daquele cofre e sumir da vida de todos, assim, parava de causar problemas.

No lado de fora, na enorme varanda com piscina daquela cobertura chique do bar Ares, Emiko estava sentada no chão em frente a piscina enquanto chorava, sendo iluminada apenas pela luz azul esverdeada que vinha de dentro da água, se sentia fraca, inútil, do que adiantava ser contratada para ser guarda-costas de Yumi se no momento em que ela mais precisou, falhou em salvá-la? Culpava seu emocional, era sempre isso que atrapalhava seu trabalho, acabava com os seus planos, ela queria ser fria, psicopata, não sentir qualquer coisa, mas ela era uma manteiga derretida, no primeiro baque, ela já estava se desmanchando.

Não demora muito para ela sentir pequenos braços envolverem seu pescoço para um abraço, ela percebe ser Haruka e isso a faz chorar ainda mais, o pior sentimento do mundo era saber que havia falhado com ela, aquele sentimento de abandono, de não ter responsáveis consigo, era o mesmo sentimento que Emiko tinha no Orfanato quando foi abandonada pelo seu pai, eram coisas diferentes, mas a sensação era a mesma, a sensação de que o mundo havia falhado com ela e isso, ela não desejaria nem mesmo ao seu pior inimigo.

— Eu sinto muito, pequena... — disse Emiko segurando os bracinhos da menina — Eu falhei com você e com a sua mãe...

— Não diga isso, tia Emi! — disse Haruka se colocando em frente a moça e segurando as mãos dela — Se não fosse por você, a tragédia teria sido maior!

— Não importa, eu fui contratada para salvar a sua mãe e eu não fiz isso... — disse Emiko — Eu falhei com vocês, eu...

— Não tia Emi, não pense assim, tudo vai ficar bem... — disse Haruka — Precisa descansar, respirar fundo, tirar um tempo para você.

Emiko assente com a cabeça, ela seca as lágrimas com as costas das mãos, no fundo, queria ter a tranquilidade e a mente madura de Haruka, a menina estava centrada, não sabia como estava a mente e muito menos os sentimentos dela, talvez porque conviveu pouco com Yumi, talvez porque a ficha ainda não havia caído, tinha tantas camadas que ela nem mesmo conseguia pensar direito, afinal, a mente de uma criança era muito diferente da cabeça de um adulto.

Ela se levanta, Haruka caminha até Kiryu, Emiko decide voltar para o seu lar, não tinha mais porque ficar ali, nos últimos dias estava ficando no seu antigo apartamento mesmo, suas coisas estavam lá e acreditava que não ficaria lá por muito tempo também, estava se dirigindo ao elevador quando sente algo agarrar a sua perna direita.

Nishikiyama viu Emiko entrando no local, a cabeça dele apenas pensava que o destino talvez quisesse que ele ficasse com ela desde o início, ela era tudo o que restava para ele, o mais próximo de família e cuidado, havia demorado para perceber isso, mas agora ele notou, ele precisava falar com ela, sabia que não pararia para o escutar, por essa razão, ele agarrou a perna dela como uma criança, queria se desculpar, precisava do colo dela, ele havia perdido muita gente, sendo por insubordinação dos membros de sua Família ou por outra coisa, precisava dela, sempre precisou, Emiko era o seu porto seguro.

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