Eletric touch

169 14 10
                                    

PONTO DE VISTA DE AMBAR...

- Por que fez isso comigo?-- olhei brava.
- Eu não entendo...-- Simón me olha com cara de bobo -- eu tinha planejado te trazer no sábado, mas como é o mesmo dia da competição achei que ia se cansar. Não sabia que ia detestar de qualquer jeito..-- o garoto deu de ombros.
- Você não entende!?-- bufei e enxuguei as lágrimas da bochecha -- eu cresci aqui. Fui adotada bem pequena, mas eu me lembro de tudo!

 Fui adotada bem pequena, mas eu me lembro de tudo!

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Suspirei e saí andando rápido. Marchei pra longe do Simón, voltando pra mansão.

Ele me deu espaço, mas veio andando depois de mim.
Fui direto pro meu quarto, corri pro banheiro, tomei banho e pus um moletom aparentemente bem simples, mas caro.

Abri o armário e friamente joguei todas as minhas roupas no chão.
Peguei um banquinho e peguei peça por peça dobrando, separando por cor, estação funcionalidade.

1 hora se passou e eu ainda dobrava roupas. De repente, sem bater na porta Simón entra.

- O que está fazendo? -- ele pergunta com a voz bem mansa como se tivesse medo de me irritar.
- Arrumando o guarda-roupa. -- falo o óbvio sem olhar pra ele.
- Eu não sabia... -- ele se abaixa ao meu lado me encarando. -- pelo roller escutei suas amigas dizendo que seus pais estavam na Europa. Eu sei que devia ter perguntado...
- É tudo mentira..-- me virei olhando pra ele. -- a minha madrinha me adotou, mas pediu que a tratasse como uma tia e não como mãe..-- baixei o olhar.

Peguei outra peça de roupa e voltei a dobrar.

- Sempre imaginei que a empregada fizesse isso por você. -- ele prestou atenção no que eu fazia.

- Quando eu era pequena ficava muito empolgada com as coisas que a minha madrinha me dava, mas quando eu respondia ou fazia birra ela me colocava pra organizar os brinquedos ou minhas roupas. -- suspirei lembrando -- ela dizia que só teria vantagens porque eu iria me acalmar, ter tempo de pensar no que eu fiz, manter o quarto organizado e me lembrar de cada coisa que ela me deu pra eu ser grata.
- Você não fez nada de errado. Eu fiz! -- Simón fala pausadamente.
- Sim, mas é um jeito de eu ficar calma..-- fechei as mãos em volta do tecido de uma blusa branca por alguns segundos como se fosse passar toda agonia que eu sentia.

Simón franziu as sobrancelhas e tocou as minhas mãos, no intuito de fazer com que eu soltasse a roupa. Ele deslizou as mãos por baixo das minhas com as palmas pra cima.

- Pode descontar tudo em mim se quiser.. -- olhou nos meus olhos -- eu tô aqui..

Ouvir aquilo fez a vontade de chorar novamente vir tona, meu corpo tremeu involuntariamente, mas eu não queria chorar pela segunda vez.

- Não precisa se segurar, eu não vou julgar você, queria que tivesse me contado tudo isso antes. -- ele se ajoelhou no chão, mas ainda segura minhas mãos. -- me deixa ajudar...

Antes de desabar em lágrimas eu o puxei pelos pulsos pra perto de mim e o abracei.
Estava nos braços dele, aos prantos e ele me apertava tão forte.
Nunca na vida eu tinha me sentido tão segura.

You're on your own, kid Onde histórias criam vida. Descubra agora