Distrito 12

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"I can hear them whisper as we pass by
It's a bad sign, bad sign"

"Cause they got the cages, they got the boxes, and guns. They are the hunters, we are the foxes. And we run"

"Baby, I know places we won't be found, and they'll be chasing their tails trying to track us down. Cause I, I know places we can hide"

Quando eu acordei o céu ainda estava escuro, olhei pro meu braço e a pomada que recebi do Finnick havia ajudado a diminuir a dor e agora era apenas um corte.

Eu me sentia agradecida, embora soubesse que esse pequeno alívio era apenas temporário.

Encolhida em um canto escondido entre duas grandes rochas, eu me forçava a permanecer alerta, observando cada sombra e ouvindo cada ruído.

Eu sabia que precisava sair dali e encontrar reursos. Com cuidado, levantei-me e comecei a explorar a área ao redor.

A noite era minha aliada; eu poderia me mover mais livremente sem ser vista. A lua cheia lançava uma luz pálida sobre a arena, eu avistei outro riacho, e fui até ele.

Enquanto lavava meu rosto e meu cabelo no riacho, ouvi um leve sussurro. Meus sentidos se aguçaram imediatamente.

Agachei-me, mantendo-me fora de vista. Esperei, e finalmente, avistei um tributo ferido, aparentemente mais jovem que eu, tentando lavar um ferimento na perna. Seus olhos estavam cheios de medo e dor.

- Ei - sussurrei, tentando não assustá-lo. - Você está sozinho?

Ele levantou a cabeça bruscamente, os olhos arregalados de surpresa e medo.
- Quem... quem está aí?

- Sou eu, Lily, do Distrito 4. Não quero te machucar. Talvez possamos ajudar um ao outro.

Ele hesitou, mas finalmente assentiu.
- Meu nome é Theo. Distrito 12.

- Deixe-me ver seu ferimento.

Theo estendeu a perna com receio e pude ver um corte profundo. Usando o que restava da pomada e alguns tecidos da minha mochila, fiz um curativo improvisado. Ele gemeu de dor, mas não resistiu.

- Obrigado, - disse ele, com a voz baixa. - Eu estava tentando encontrar um lugar seguro, mas não sei quanto tempo vou aguentar assim.

- Podemos ser aliados, dois é melhor que um.

Passamos o resto da noite planejando nossas próximas ações. Decidimos nos mover apenas durante a noite e nos esconder durante o dia.

Theo conhecia algumas técnicas de sobrevivência que aprendeu em seu distrito, e eu tinha a força e a determinação para protegê-lo.

Eu sentia um carinho especial por Theo, um doce menino inocente que não merecia estar lá.

Com o amanhecer, encontramos um abrigo melhor: uma caverna escondida por folhagens densas.

Lá, montamos algumas armadilhas rudimentares e fizemos um estoque de água e alimentos básicos.

Naquela noite, ao me deitar, refleti sobre a ironia da situação. Ken, meu parceiro de distrito, havia me rejeitado, mas eu havia encontrado um novo aliado inesperado.

A arena nos transformava, nos forçava a formar conexões improváveis.

Meu braço já estava curado, eu estava deitada na caverna e Theo dormia ao meu lado.

Da caverna eu não conseguia ver os rostos dos tributos mortos no céu, mas eu consegui contar 7.

Fechei os olhos, ouvindo o som do vento e da água corrente próxima. Ainda havia muitos perigos pela frente, mas agora eu não estava mais sozinha.

A aliança com Theo provou ser crucial para minha sobrevivência na arena.

Durante o dia, trabalhamos juntos para nos manter vivos, evitando tributos mais fortes e explorando as poucas oportunidades que a arena oferecia. Mais 6 tributos mortos.

Na manhã do dia seguinte, enquanto Theo e eu explorávamos uma área rochosa em busca de comida, fomos surpreendidos por um grupo de tributos do Distrito 2, que para minha surpresa estavam sem o resto do bando de carreiristas.

Eles surgiram de repente, armados até os dentes e claramente em busca de presas fáceis. Nosso refúgio foi descoberto.

Instintivamente, Theo e eu nos afastamos, buscando esconderijos entre as rochas afiadas. Os tributos do Distrito 2 nos cercaram rapidamente, usando táticas coordenadas para nos acuar. Eu podia ouvir Theo ofegando ao meu lado, seu rosto pálido de medo.

Sem uma palavra, fiz um sinal para Theo, indicando um plano de fuga. Eu distrairia os tributos enquanto ele tentava se esgueirar para um local mais seguro. Era arriscado, mas era nossa única chance.

Com um grito de desafio, lancei uma pedra na direção dos tributos, e quando eles olharam pro lado eu joguei uma faca em direção da garota, matando ela na hora.

Theo aproveitou a oportunidade e começou a correr em direção a um buraco estreito entre as rochas.

Eu corri atrás dele, desviando-me de golpes de lança e flechas lançadas pelo garoto do dois que voavam em minha direção.

Eu parei de correr quando as lanças pararam de voar em minha direção e o tributos do dois não estava mais na nossa cola.

- Theo, ele foi morto, o garoto do dois. - eu digo enquanto procuro por ele.

- Sim - ele responde - temos que achar outro abrigo.

Eu aceno que sim e nós caminhamos juntos de volta para a rocha que eu fiquei no primeiro dia.

- Theo, eu posso te perguntar o que aconteceu com a garota do seu distrito?

Ele acena que sim.
- Eu não conhecia ela antes da colheita, mas quando fomos sorteados ela rejeitou se aliar a mim por eu ser considerado fraco, mas morreu no banho de sangue.

- Bom, podemos dizer que o mundo da voltas, não é - eu brinco e ele ri um pouco.

Nós ficamos na pedra até o anoitecer, onde fizemos uma fogueira e cozinhamos um pássaro e adormecemos.

Só restava eu, ele, Ken e os tributos do 1.

***
O que acharam do novo aliado da Lily?
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Não esqueçam da estrelinha 😘
Volto em breve 💗

Invisible String | Finnick OdairOnde histórias criam vida. Descubra agora