Sãos e salvos

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"we got their stones, never knowing what they mean, some to throw, some to make diamond rings"

"I didn't have it in myself to go with grace"

"And if I'm dead to you why are you at the wake cursing my name, wishing I stay, look at how my tears ricochet"

Nessa manhã eu acordei com o barulho de Theo chegando, ele tinha se arriscado e ido até a cornucópia enquanto eu dormia.

Ele conseguiu pegar um saco de maçãs e um kit para montar uma mina terrestre explosiva.

Ele tinha montado um plano, atrair os carreiristas restantes e fazer eles nos perseguirem até a armadilha para explodir neles.

Depois de passar a manhã montando o aparelho no chão, eu e ele corremos até o acampamento dos carreiristas que ficavam no centro da arena.

Eu acendi uma grande fogueira na minha direção, e a fumaça fez eles olharem para o início dela, onde eu estava.

Eu saio correndo quando vi que eles estavam correndo atrás de mim, propositalmente correndo mais lento para eles verem minha rota.

Eles correm a poucos metros atrás de mim, mas quando eu estou a alguns passos da armadilha eu pulo ela.

Cheap para de correr a poucos metros antes depois de perceber a mina, enquanto a menina do distrito dele continua correndo e pisa na armadilha, que explode na hora.

Eu escuto o canhão e não acho mais Cheap na fumaça, ele deve ter corrido para não morrer na explosão.

Eu me levanto para procurar Theo de volta, escuto ele gritando meu nome.
- Lily, cadê você?

Eu avisto ele, perdido me procurando.
- Oi... Eu tô aqui - eu abraço ele.

- Como foi com a mina terrestre? - ele pergunta. - ela explodiu?

- Eu só escutei um canhão, foi da menina do distrito um, não vi Cheap antes da explosão, acho que ele fugiu.

Ele solta do abraço e nós dois começamos a caminhar. Eu comecei a calcular, já se passaram 5 dias desde o início dos jogos. E agora só sobraram Cheap, Ken, o menino do dois, eu e Theo.

De noite

Eu estou ao lado do Theo, nós estávamos dividindo uma fruta que eu achei em uma árvore.

Olho para ele e ofereço parte da minha metade da fruta para ele, ele recusa inicialmente mas depois da minha insistência ele aceita.

Depois de alguns segundos ele quebra o silêncio.
- Lily... Eu vi sua entrevista, é verdade aquilo que você disse?

- O-o quê?

- Sabe... Seu amante misterioso, ficou bem óbvio que você estava falando do tutor do seu distrito. Qual é o nome dele mesmo?

- Finnick, Finnick Odair - eu falo com um sorriso largo ao lembrar dele.

Antes de responder a verdade, eu fico pensativa, o que eu falar pode mudar o que os espectadores pensam sobre mim.

- Sim, é verdade. - eu digo e ele sorri mostrando entendimento.

Nós dois adormecemos no nosso abrigo, enquanto eu penso em como vou dar fim nos últimos tributos, Theo precisa ganhar, e eu vou me certificar disso.


***

Na manhã do dia seguinte eu acordo e depois Theo se mexe, um pouco desorientado, ele parecia ter tido um pesadelo, eu chacoalho seu ombro gentilmente para acordar ele.

- Theo? Calma, é só um pesadelo, tá tudo bem.

- Lily? Oi...- ele senta e esfrega os olhos, ainda grogue do pesadelo.

Ele lentamente se levanta e começa a se afastar do nosso abrigo.

- Para onde você está indo?

- Eu vou pegar alguma coisa para a gente comer - ele responde.

- Você tem certeza? Eu posso ir com você.

- Não precisa, fica aqui cuidando do nosso abrigo.

Ele sai e eu permaneço lá, com medo dele se machucar ou de algum tributo encontrar ele, depois de alguns minutos sem o seu retorno, eu vou atrás dele.

Ando pela arena segurando minhas facas, procurando ele ou qualquer outro tributo.
Depois de procurar, vejo Theo debaixo de uma armadilha feita de rede, gritando meu nome baixo.

Eu vou até ele e tiro a rede de cima dele, que estava se debatendo assustado. Ele me abraça quando eu liberto ele.

- Calma, tá tudo bem, você tá bem.

Depois que eu disse aquilo eu vejo o menino do dois correndo e jogando uma lança em nossa direção.

Eu desvio e ao mesmo tempo jogo uma faca nele, que acerta seu peito e faz ele cair no chão. Eu suspiro aliviada.

Quando eu olho para trás eu vejo Theo, com a lança pousada eu seu peito, meu alívio some na hora e eu entro em pânico, ele retira a lâmina de seu peito e cai no chão. Eu seguro ele e seu corpo cai no meu colo.

- Theo... - lágrimas começam a escorrer meu rosto.

Ele olha pra mim e sorri levemente, eu acaricio sua bochecha, tentando guiar ele para continuar respiração.

- Lily, obrigada por ser minha aliada...

- Theo, me desculpa...

Uma lágrima escorre seu rosto.
- Você... pode cantar?

Eu aceno que sim e seguro meu choro para conseguir cantar para ele.

Lembro-me das lágrimas escorrendo pelo seu rosto

Quando eu disse que nunca vou te deixar ir

Quando todas aquelas sombras quase mataram sua luz

Eu lembro que você disse não me deixe aqui sozinho

Mas tudo isso está morto e desaparecido

Apenas feche os olhos, o sol está se pondo

Você ficará bem, ninguém pode te machucar agora

Venha a luz da manhã, você e eu estaremos sãos e salvos

Eu canto para ele e ele lentamente fecha seus olhos, o canhão detona e eu fecho o seu casaco, fico naquela posição por um tempo, soluçando sem nem ligar para qualquer tributo que estiver vindo.

Recolho uma flor que tinha por perto e coloco nas mãos dele, depois dou um beijo em sua testa antes de deixar ele e ir.

Eu não consegui salvar ele, mas a morte de Theo não vai ser em vão.
Eu pego as minhas facas e volto para o abrigo.

Eu demoro para dormir, e ver o rosto de Theo no céu só me fez custar mais para adormecer, aquela será a minha última noite nos jogos vorazes

***


Descanse em paz Theo 🕊️
Calma gente ainda vai ter final feliz, sem ameaçar matar a autora
Comentem o que vocês estão achando
Não esqueçam da estrelinha 😘
Volto em breve 💗

Invisible String | Finnick OdairOnde histórias criam vida. Descubra agora