Três dias se passam depois da mudança. Hoje é domingo, e amanhã começam as aulas. Nunca odiei a escola, mas também nunca amei, faço de tudo para ela ser uma coisa legal, afinal, meu futuro depende dela.
Fiquei ajudando minha mãe com tantas coisas, que finalmente esqueci o que aconteceu na mata. Naquele dia fiquei bastante assustada, mas depois percebi que não devia ligar para aquilo, afinal, não ia acontecer nada comigo e com a minha família. Pelo menos é nisso que eu queria/quero acreditar.
Está quase na hora de dormir. Cloe está dormindo no colo da minha mãe na sala, meu pai está dormindo e eu estou na cama pensando em fazer o mesmo, porém sinto meu celular vibrar. Mary.Atendo o celular.
— Que saudade! — Mary diz antes de eu poder dizer algo.
— Também estou morrendo de saudades. — Mary é uma prima que parece ser uma irmã. Ela tem praticamente a mesma idade que eu, então os assuntos que eu não posso tratar com Cloe, trato com ela.
— Agora você literalmente está morando em um fim de mundo.
— Pois é. — Falo com uma voz desanimada. — Meus pais disseram que aqui eu iria encontrar várias coisas legais, mas cadê? Até agora não vi nenhuma. — Ela solta uma gargalhada.
— Achei que você estava acostumada já.
— E estou. Mas não posso perder as esperanças né?!
— Verdade. Como vão as coisas por aí?
— Tudo ótimo. — Lembrei no incidente na mata.Acho melhor não contar para ela né?Afinal,não foi nada demais. — E aí?
— Tudo ótimo. Tenho coisas para te contar. — Houve uns minutos em silêncio— Mas não podem ser por telefone. — Ela fala baixo.
— Quando poderemos nos ver?
— Agora que você mora bem longe, acho que só nos feriados prolongados e nas férias. — Esqueci que agora ela mora bem longe de mim.
— Poxa. — Vejo minha mãe passar pelo corredor com Cloe no colo. — Mary, tenho que ir. Amanhã minhas aulas começam e não posso chegar atrasada no primeiro dia.
— Eu também tenho que acordar cedo amanhã. Beijo.
— Assim que der, te ligo.
— Okay. — Desligo o celular e o coloco em cima da mesinha que fica ao lado da minha cama. Levanto para apagar as luzes, depois volto para a cama e adormeço rápido.
Despertador maldito. Pego o celular e desativo o modo alarme. Estava no meio de um sonho em que conhecia o Zack Efron. Levanto da cama e vou para o banheiro tomar meu banho. Água gelada para despertar. Abro o chuveiro e sinto o impacto da água fria com o meu corpo quente.
Depois de tomar banho vou escolher a minha roupa. Como está bem cedo para ficar esquentando a cabeça com roupa, resolvo pegar uma calça jeans, uma sapatilha rosa claro e uma blusa quase da mesma cor da sapatilha. Agora é a vez do cabelo. Solto o rabo de cavalo que tinha feito e o penteio. Até que está apresentável. Resolvo deixá-lo totalmente solto. Nada de maquiagem. Pego a minha mochila e desço as escadas com todo o cuidado para não fazer barulho.
— Já está na hora de você ter seu próprio carro. — Meu pai me dá um susto.
— Poxa pai, quer me matar?
— Você que quer, me fazer acordar a essa hora para te levar para a escola?— Meu pai estava com o rosto todo marcado.
— Só para te lembrar, não pedi para me mudar.
— Tá chata, de tarde vamos resolver o assunto sobre um carro para você. — Apesar de ele ter ignorado totalmente o meu comentário, estava feliz por ganhar um carro só para mim.
Assim que cheguei na escola percebi que a única coisa que sabia sobre a minha sala é que o número dela é cinco, mas onde essa sala é? Um mistério a ser desvendado. Adentro a escola e vejo os alunos colocarem e pegarem seus materiais nos armários, todos bastante felizes. Realmente eu não sabia como é possível ser feliz a essa hora da manhã. Alguns olhavam para mim indiscretamente, mas outros tentavam ser discretos. Odeio isso, mas já estou um pouco acostumada.
Passei em frente a várias salas, mas nenhuma era a minha, já estava ficando com raiva. Sala do diretor. Seria uma boa. Poderia ir lá perguntar sobre o meu armário e depois perguntaria onde é a minha sala. Não sei como,mas consegui me lembrar onde era. Cheguei lá e um um homem estava sentado à mesa, suponho que seja o diretor. Bato na porta e ele diz que posso entrar. Entro.
— Bom dia, em que posso ajudá-la? — Ele diz.
— Bom dia, é que eu sou aluna nova e não sei muito bem onde é a minha sala.
— Você é a Anne? — Ele procura alguma coisa em sua mesa. Ele pega um papel e o analisa.
— Sim.
— Sala cinco então. Só ir direto e virar a esquerda. — Ele aponta para a direção que eu tinha que ir.
— Obrigada. — Estava esquecendo de mais alguma coisa, ah — E a chave do armário? Devo pegar com você?
— Bem lembrado. — Ele abre uma gaveta que continha várias chaves. — Aqui. — Ele pega uma e me entrega. — Os armários são próximos ás salas, então não vai ter muita dificuldade em encontrar o seu. — Mais um desafio, encontrar meu armário. — Qualquer coisa, só falar comigo.
— Obrigada.
Acho que o sinal já tinha tocado e eu não percebi, pois não vi mais tantos alunos como antes andando pelos corredores. Achei a sala com facilidade. O professor ainda não estava em sala. Que sorte. Entrei e resolvi escolher um lugar bem no final da sala. Quase todos os alunos da sala me encaravam. Confesso que estou com um pouco de vergonha. Um pouco não, muita. Sento e fico mexendo nas minhas coisas para não precisar olhar para ninguém.
— Anne? — Ouço uma voz conhecida. Olho e então vejo Liam.
— Liam? — Ele dá um sorriso.
— Sim. — Ele coloca suas coisas na mesa ao lado da minha e senta. — Não imaginei que seríamos da mesma sala.
— Nem eu. — Será que naquele dia o treinador aceitou suas desculpas por ter faltado o treino? Vamos ter aula de que agora?
— Geografia. — Ele faz uma cara engraçada.
— Não gosta? — Falo pegando meu caderno na mochila.
— Mil vezes lacrosse. — O professor entra em sala e todos ficam em silêncio.
Hora do intervalo. Finalmente. Liam e eu vamos ao refeitório pegar nossos lanches e vamos para o refeitório externo. Resolvi pegar um sanduíche natural de frango e um suco de laranja. Sentamos em uma mesa. Todos que passavam, olhavam para nós. Será que acham que nós temos algo? Não, não. Você é uma menina nova, por isso estão olhando para você. É em que eu queria acreditar.
Em uma mesa um pouco distante da nossa um grupo de amigos olhavam para nós com um ar de reprovação. Isso já estava me deixando incomodada, mas antes que eu pudesse dizer alguma coisa para Liam, uma jovem ruiva vinha em nossa direção.
— Liam. — Ela chamou um pouco distante de nossa mesa. Liam olhou para ela surpreso e se levantou.
— Já volto. — Disse. Ele se aproximou dela e enquanto conversavam, percebi que olhavam para mim. Quando achei que ele estava prestes a voltar, ele virou e foi para a mesa dela. Achei que ele fosse apenas falar com os outros, mas não. Ele sentou na mesa com eles e só pude ver sua boca dizendo "Me desculpe".
*Notas da autora:
Oi gente,como vocês estão?
Então,essa fanfic é minha, e eu também a posto no Nyah!Fanfiction.Como lá a história já está adiantada,vou postar mais de um por dia aqui até igualar lá,okay?
Comentem o que estão achando porque a opinião de vocês é muito importante para mim okay?Beijão,e até amanhã.
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Secrets Behind Of Full Moon(Concluído)
Hombres LoboAnne é uma jovem de 17 que se muda constantemente por causa do trabalho de seu pai. Cada lugar que ela morou, foi uma nova experiência, mas na cidade de Beacon Hills ,tudo superará suas expectativas. Coisas estranhas, mas realmente surpreendentes, c...