Sinto o cheiro de terra molhada, está chovendo, eu acho. Se não estiver chovendo, com certeza vai chover. Mas quem se importa? Se chover ou não, não sairei desse quarto. Não quero falar com ninguém, ninguém mesmo, só ficar deitada na minha cama em posição fetal. Talvez eu deveria voltar para o útero da minha mãe, e não sair de lá nunca mais.
Quando você é criança, primeiro você tem medo de lobisomens, e as histórias horripilantes sobre. Depois você quer ser um, pois acha que sua vida seria maravilhosa tendo esses "poderes". Mas isso tudo porque você sempre achou que era apenas uma lenda. Eu nunca quis ser uma lobisomem, eu sempre quis ser uma sereia. Sempre gostei dos filmes da pequena sereia, e sonhei em ser aquilo. Mas então terrível fardo de ser tornar um lobisomem, caiu sobre mim. E ainda trouxe toda essa desgraça. Seco uma lágrima que escorre. Ouço baterem na porta.
-Não! - grito. Mas mesmo assim minha mãe abre a porta e então aos senta na cama. Ela está bem triste, como eu.
-Sei que está sendo difícil para você, mas precisamos conversar.
-Precisa ser agora?
-Eu sou casada durante 20 anos com um lobisomem e eu não sabia, e a minha filha mais velha também é uma! Então, sim, tem que ser agora. -Ela grita, na verdade desabafou. Sento na cama ao seu lado.
-Eu não sabia que meu pai escondia isso de você. E não sei se você sabe, mas não tem tanto tempo assim que me tornei uma lobisomem. -ela respira fundo.
-Quando isso aconteceu isso com você e como?
-Tudo começou quando...-então eu conto tudo para ela tentando ser o mais clara possível. Ela ficou confusa em algumas partes, mas expliquei novamente e ela entendeu.
-Isso é uma loucura!
-Também achei. Mas o pior é que aconteceram tantas coisas, e tudo tão rápido, que nem deu para raciocinar direito. Eu fiquei tão assustada, mas nem pude demostrar ou ter tempo para negação. Eu não sabia que meu pai era um lobisomem até algumas coisas acontecerem e tudo mais...-então me recordo de toda a situação que ocorreu.
-Mas por que fizeram isso com ela? Os tais dos Dread Doctors. Seu pai me falou bem pouco sobre isso. -ah, eles. Irão me pagar pela morte da Mary, e dos meus amigos. Irei me vingar.
-Também não entendi muito bem, mas parece que eles querem controlar o mundo sobrenatural. É bem complicado.
-Okay, teremos tempo para entender. -não sei se quero entender, mas não falo.- Tem certeza de que não quer ir ao enterro?-Tenho. -não quero ir à um enterro onde praticamente todos acham que Mary morreu em um acidente de carro. Não quero ter que fingir que o que aconteceu é normal, afinal de contas, vários adolescentes morrem por esse motivo. Não quero ficar em um lugar onde todos me verão totalmente descontrolada e me afogando em lágrimas. Visitarei sua lápide depois, quando estiver sozinha.
-Okay. -minha mãe me dá um beijo na testa e sai do meu quarto, fechando a porta devagar. Deito novamente e volto á chorar, já que a única coisa que consigo fazer no momento.
***
Acordo com batidas na porta. Cochilei?Dormi? Nem percebi. A única pessoa que ficou aqui em casa comigo foi Cloe, achei que tivesse pedido para ela me chamar só em casos de emergência.-Entra! -tento gritar, mas falho. Porém a porta é aberta do mesmo jeito, e Liam fica parado na porta. O que ele está fazendo aqui? Cloe deixou ele entrar? Achei que tivesse claro quando disse que não queria ver ninguém. Nem lembro as recomendações que dei para ela, imagine se ela lembra.
-Posso entrar? -ele pergunta. Confirmo com a cabeça, então ele entra e encosta a porta. Continuo deitada, e Liam deita ao meu lado, olhando para o teto. -Sei como você está se sentindo, e o quanto o é horrível perder alguém. Sei que você provavelmente esta me odiando por estar aqui agora, mas não posso deixar você sofrendo sozinha. Ele segura a minha mão, e eu entrelaço seus dedos com os meus.
-Obrigada. Por tudo. -uma lágrima escorre. Ele vira de lado, e fica de frente para mim. Tenho uma enorme vontade de abraça-lo, então o faço, e choro, choro descontroladamente. Ele me chega para mais perto de si com o abraço, e eu me sinto confortável e segura.
-Eu te amo, Anne. Por favor, não me faça ter que te ver nesse estado. -ele beija a minha testa. Me afasto, seco minhas lágrimas e sento na cama. Ele senta também.
-Também te amo, Liam. Você é muito importante para mim. Assim como era para a Mary.
-Não é desse jeito que eu quis dizer. -ele se aproxima de mim, e eu não me afasto. Talvez eu esteja magoada demais para mágoa-lo também. Não é a hora apropriada para dar um fora na pessoa que veio me consolar. Ele coloca a mão na minha nuca, faz carinho em meus cabelos com o polegar. E então ele me beija. Retribuo o beijo. E o estranho é que, pensando bem, talvez eu também quisesse esse beijo. Estou sentindo alguma coisa, que talvez eu não consiga explicar. Estou bastante confusa, prefiro parar de pensar e aproveitar o momento. Liam se afasta e fica em pé passando a mão pelos cabelos, nervoso. -Desculpa, não deveria ter feito isso. Péssimo da minha parte.-Não. Tudo bem. Talvez eu também quisesse. -ele me olha confuso, mas não fala nada. -Mas é que nesse momento eu estou muito confusa, não quero fazer algo que possa te magoar depois. Ou que eu me arrependa. -Ele concorda com a cabeça.
-Concordo.
-Mas, por favor, não vá embora. -então ele senta ao meu lado, e eu fico abraçada com ele. Não quero pensar no amanhã, só no hoje e o ontem, pois depois disso, só irei atrás da minha vingança. Irei vingar a morte da Mary. E ninguém precisa saber disso.
***
Olee, olaaa, penúltimo capítulo! Mas lembrando, que é a season 1 gente, depois de um tempinho eu postarei a season 2. Esse capítulo com Lanne p os shippers (shippo também, sou mt dividida). Comentem aí pfvr!!!! Quero saber o que vocês querem no último capítulo e tals. Amo vcs, e até o próximo.
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Secrets Behind Of Full Moon(Concluído)
Hombres LoboAnne é uma jovem de 17 que se muda constantemente por causa do trabalho de seu pai. Cada lugar que ela morou, foi uma nova experiência, mas na cidade de Beacon Hills ,tudo superará suas expectativas. Coisas estranhas, mas realmente surpreendentes, c...