Leonis Pertshire

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—Vai dar tudo certo né?!— Mary pergunta quebrando o silêncio de minutos entre nós. Eu quero dizer para ela que dará, eu quero que alguém diga que dará, mas ninguém diz nada e a única coisa que eu ouço é um suspiro de Stiles. Ela me olha assustada e eu lanço a ela um olhar reprovador, já que falei para ela não vir. Levo um susto a ouvir mais um grito da Lydia. Stiles me olha e então sai correndo em direção a porta, mergulhando também na escuridão.

—Ele é maluco?— Sr.Argent pergunta furioso.

—Se você considera alguém que faz tudo pelo amor da sua vida maluco, sim, ele é. —Deaton responde —Agora vamos.

—Vocês ficam com ela, e eu vou sozinha. —digo. Eles concordam com a cabeça, mas Mary me olha indignada.

—Você não vai sozinha. —ela diz.

—Você vai ficar mais segura com eles. Eu vou tentar achar o Stiles e o pessoal. Eu vou entrar pela biblioteca. —Não sou muito experiente com os meus poderes, então não posso coloca-la em perigo a levando comigo.

—Nós vamos pela porta da frente. —Sr Argent diz.

—Cuidado. —digo para Mary antes de sair correndo na direção da biblioteca.

Muitas coisas estão passando na minha cabeça nesse momento, mas o que mais me preocupa é 'Será que vai dar certo?'. Até agora não me fizeram mal, mas agora que estou interferindo muito no plano deles, não sei o que eles farão. Se meu pai estiver aqui, como ele vai reagir ao me ver? Será que ele vai me mandar para casa? Ou será que ele também me usará para o que quer com Scott? Chego à porta da biblioteca e então pego meu cartão de acesso. A porta se abre, e então eu entro. O silêncio e a escuridão me assustam, mas acho que eu posso lidar com isso, considerando o que virá logo em seguida. Vou em direção a porta que leva aos corredores, então ouço uma batida que parece estar vindo da sala onde guardam- se alguns livros velhos. Silêncio. Será que estou ouvindo coisas? Qualquer dúvida sobre a minha loucura se foi quando eu ouvi novamente as batidas. Me aproximei da porta lentamente e quando eu me preparo para tocar na maçaneta, sinto alguém tocar meu braço. Congelo totalmente.

—Se eu fosse você, não entraria aí. —ouço uma voz familiar. Viro-me e o vejo. Magrelo, pele branca até demais, cabelos ruivos, rosto sardento...só os olhos que estão diferentes dessa vez, invés do esverdeado de sempre, está azul brilhante.

—Leonis Pertshire, que desprazer em revê-lo. —digo com a voz mais debochada possível. Eu odeio esse garoto e ele me odeia. Não nos damos bem desde quando éramos pequenos. Ele é filho do amigo do meu pai, por isso sempre acharam que nós tínhamos que namorar, casar, ter filhos... mas aconteceu totalmente o contrário.

—Que má educada. — ele diz tirando a mão do meu ombro e fazendo uma cara de nojo. Estou meio receosa com a voz dele, não sei porque, talvez seja apenas a nossa antipatia um pelo outro. Ou.... tudo passa pela minha mente como um flashback. Eu e Cloe no matagal..... —Era você.

—O que eu fiz agora?

—Você esteve na floresta lá perto de casa, e você atacou a mulher! —ele fez uma cara confusa.

—Ataquei tantas pessoas desde que cheguei em Beacon Hills...— ele diz fingindo estar olhando para as unhas— Muitas garotas, inclusive. —tenho certeza de que era a voz dele! A mulher deveria ser uma caçadora que o encontrou.

—Ah não minta para mim, sei que você é gay. —para minha surpresa, ele segura meu pescoço com força e me joga contra a parede.

—Nunca mais repita isso, nunca mais! —ele grita. Começo a ficar sem ar, então me transformo e chuto ele, fazendo com que ele cambaleie para trás. Ele me olha surpreso —Você também é uma lobisomem?

—O que você acha? —digo avançando em cima dele. Ele se transforma, então começamos a lutar. Dou vários golpes em sua barriga, e quando acho que ele está fraco o bastante para levar um chute, ele segura a minha perna e me joga longe. Caio batendo em uma prateleira, derrubando alguns livros em cima de mim. Levanto antes de Leonis chegar perto o suficiente de mim.

—Até que você luta bem, para uma novata. Pena que não é melhor do que eu! —ele pula em cima de mim e me faz cair, ele tenta me arranhar, mas desvio e dou um soco em seu olho. Ele se distrai, então me levanto e saio correndo até a porta que estava sendo batida, mas novamente Leonis me pega e bate com a minha cabeça na parede, fazendo com que eu fique meio desnorteada. Tudo gira a minha volta e então só vejo Leonis me jogando dentro da sala onde se guardam os livros, totalmente escura.

Abro os olhos e então percebo que não foi um sonho/pesadelo, e sim real. Sento e coloco a mão na cabeça, já que sinto dor. Ouço um rosnado e então olho para trás. Olhos dourados vibrantes me encaram, então me levanto devagar. Me concentro e então enxergo tudo a minha frente, inclusive o dono dos olhos. Isaac.

—Isaac, você está bem? —pergunto completamente feliz por encontrá-lo, mas ele não parece estar muito feliz em me ver. Ele está transformado e me olha com raiva em seus olhos, parece que sou o último iogurte da cartela. —Isaac? —falo com a voz meio falha, já que ele está me assustando um pouco. Ele vem correndo para cima de mim, e por pouco eu consigo desviar. A sala é grande, mas não muito, e com alguns livros espalhados pelo chão e em estantes, fica difícil para eu correr. Tropeço em uma pilha de livros e caio. Isaac segura meu pé e crava suas unhas em meu calcanhar. Grito. Por que ele está fazendo isso? Puxo meu pé e então ele vem para cima de mim, me arranhando. Vários arranhões que Leonis havia deixado e estavam se curando, começaram a abrir, e outros novos foram surgindo. Sangue começa a escorrer. Começo a me debater, tentando tirar Isaac de cima de mim, mas não consigo. Não tenho coragem e nem forças para machucá-lo. Começo a chorar. A dor está insuportável, e estou completamente sem forças para reagir.

—Isaac, você não é um monstro. —digo antes de apagar.

Acordo com uma enorme dor de cabeça e com Isaac me olhando preocupado. Seus olhos estão normais agora-exceto pela cor avermelhada, dizendo que ele estava chorando a pouco tempo- e ele não está mas transformado. Me sento lentamente e ele me ajuda a encostar na parede. Ele seca as lágrimas que rolam por seu rosto silenciosamente.

—O que houve? —pergunto preocupada.

—Olha o que eu fiz com você. —ele aponta para os arranhões em minha barriga que estão quase curados.

—Tudo bem, já estou quase boa. —minha roupa está toda manchada de sangue. Ele se levanta.

—Não, não está!— ele respira fundo —Se não fosse esse lugar fechado me lembrando meus dias de tortura...

—Você é claustrofóbico?— ele confirma com a cabeça.

—Tudo começou com o meu pai. Ele sempre me trancava em um freezer, quando eu fazia algo ''errado''. —ele diz errado com uma certa ironia na voz. Que horror. —Desde quando minha mãe morreu. Eu tinha uns quatro anos quando isso aconteceu.— credo. Levanto com dificuldade e abraço Isaac.

—A culpa não foi sua, e eu estou bem já. —ele passa a mão pela cabeça mostrando nervosismo.

—Eu achei que você tivesse morrido!Eu nunca ia me perdoar por isso. NUNCA!— Isaac grita.

—Eu não morri!—grito—Estou aqui com você.— digo olhando em seus olhos—Não vai se livrar de mim tão fácil.— Isaac se aproxima de mim e me dá um beijo. Um beijo rápido, porém confortante. Ele me abraça forte e eu retribuo o abraço. Ouço a porta ser destrancada, então vejo Zack, Max e mais dois caras. Zack e Max. O que eles estão fazendo aqui?—Vocês estão metidos nisso tudo?—eles não respondem nada, e isso me deixa com raiva. Os dois caras entram e vão para cima de Isaac. Ele luta bravamente contra os dois, e quando eu vou tentar ajudar, Max e Zack me seguram, e eu não consigo me soltar deles, eles são fortes demais. Um dos caras dá uma forte pancada na cabeça de Isaac e ele cai desacordado. —Não!—grito, então eu também não vejo mas nada.

*Notas da autora:

Comentem o que acharam, o que acham que vai acontecer... Beijo!

Secrets Behind Of Full Moon(Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora