Capítulo 10 - COQUETEL

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Houve paz naquela manhã de evento na KravInc, e só por isso Joaquim se permitiu não ficar tão estressado pelo coquetel daquela noite.

Durante todo o dia ele não viu Felipe uma vez sequer, mesmo tendo se esbarrado com o tio dele e o segurança pessoal que Aluísio adorava se lembrar de que o achara um gatinho safado — a parte do safado ele adicionara quando contara sobre a arma que o cara carregava, aparentemente isso o deixava com cara de sexy para alguns caras gays. Joaquim ainda não havia tido tempo para pensar no assunto.

Quando começou a escurecer e a trupe foi embora, Joaquim precisou de um tempo para convencer as tias a continuarem com o plano de sair, mesmo que ele tivesse que levar Rebeca com ele para a mansão dos Kravtsov.

— Você tem certeza, Quinzinho? — tia Ângela perguntou, enquanto ele a acompanhava até o lado de fora.

Tia Sabrina já estava dentro do carro, esperando por ela.

— Sim, tia, não se preocupa, Rebeca fica lá brincando com o filho do Sr. Kravtsov!

Na verdade, ele não tinha tanta certeza disso. E se Felipe dissesse que a irmã dele não poderia mais ficar brincando com o sobrinho depois que os dois haviam se desentendido? Gente rica tinha dessas futilidades!

— Vai logo, tia — ele soltou uma risada. — Confia em mim!

Tia Ângela o encarou por um momento, mas finalmente pareceu se convencer e entrou no carro com a esposa. Depois disso, Joaquim correu para dentro de caso, pegou o telefone e ligou para Aluísio.

— Sissi, cadê você? — ele falou assim que o amigo atendeu. — A gente vai se atrasar!

*

Joaquim nunca fora a mansão dos Kravtsov depois de escurecer, mas imaginou que ela não seria assim tão iluminada em todas as noites.

Diferente da outra vez que fora até lá, em que entrara pelo portão da frente, dessa vez ele fora guiado para um portão dos fundos, onde funcionários entravam e encomendas eram recebidas.

— Essa é a maior casa que eu já vi na minha vida — Isadora falou, enquanto pulava para fora do carro.

Era por culpa dela que Aluísio havia demorado para ir buscar Joaquim, depois que descobrira que os amigos iriam passar a noite trabalhando na casa de um ricaço no Jardim Natureza, ela não perdera a oportunidade de se voluntariar para o trabalho — Joaquim não podia julgar a amiga, se ele mesmo não tivesse sido contratado para ir até lá, ficaria muito curioso para conhecer o local.

— Claro que é, a gente é pobre, Isadora — Aluísio rebateu, dando uma risadinha.

— Cinquenta e três metros quadrados já é um palácio pra gente — Joaquim brincou.

Os amigos riram juntos e Rebeca pulou do carro, pronta pra sair correndo, mas Joaquim segurou em seu braço e se inclinou para frente, para olhar em seus olhos enquanto falava.

— Se comporte e venha na cozinha a cada meia hora pra eu te ver, entendido?

— Tá bom — ela respondeu, parecendo impaciente.

Então Joaquim soltou seu braço, a vendo passar correndo pela porta da cozinha e sumindo dentro da casa. Logo em seguida ele também entrou, sendo seguido pelos amigos.

Não parecia a mesma cozinha do dia que ele fora para preparar o café da manhã: havia caixas para todos os lados, a porta da geladeira estava aberta e tinha garçons escorados num canto parecendo esperar que alguém lhes desse ordens.

KravtQuim - Máfia e Pão (Irmãos Kravtsov)Onde histórias criam vida. Descubra agora