Capítulo 53 - ACERTO DE CONTAS

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— Por favor — Felipe continuou a dizer, como se estivesse perdendo a cabeça. — Não me deixe!

— Até parece — Joaquim sussurrou de volta, em meio a um gemido de dor. — Eu te sigo até o inferno!

Felipe soltou uma risada em meio ao choro e levantou a cabeça, gritando pelo irmão. Aleksei se aproximou, apressado.

— Onde foi o tiro?

— No ombro — Felipe disse. — O que eu faço?

Aleksei chamou por um dos guardas que estava próximo.

— Leve-o ao Hospital Central — ele explicou ao guarda, provavelmente por perceber que o irmão estava fora de si naquele momento. — Peça o quarto Dois Sete KT. É o nosso quarto privativo!

— Sim, senhor! — disse o guarda, se abaixando para ajudar Felipe a levantar Joaquim.

A bagunça na casa dos Romano já estava terminando e agora o som dos disparos vinham apenas de dentro da casa, onde os seguranças abatiam todos aqueles que haviam restado. Rapidamente Felipe e o guarda conseguiram levar Joaquim até um dos carros, o colocando sentado no banco de trás porque ele se queixou de muita dor quando tentaram deitá-lo. Felipe se sentou ao lado dele e logo o guarda saiu pisando o pé no acelerador.

*

Aleksei estava dando uma olhada geral no pátio, conferindo se todos os inimigos haviam sido abatidos e se os seus homens feridos estavam recebendo a ajuda necessária quando Samuel surgiu de um corredor, gritando.

— E aí, Chefia — ele chamou. — Tenho um presente para você!

Logo atrás dele Santos empurrava Bela Romano, com os braços presos atrás do corpo. O cabelo dela estava uma bagunça e todo sujo de terra e grama, o que indicava que a tentativa de fuga dela havia sido bastante difícil.

— Aleksei, eu sou a mãe do seu filho — ela afirmou, depois que os seguranças fizeram com que ela se ajoelha-se.

Aleksei se aproximou, colocou o joelho esquerdo no chão e ergue a mão esquerda, segurando no queixo dela.

— Sim, você é a mãe do meu filho, e por isso terá misericórdia!

Ela soltou um suspiro de alívio.

— Obrigado...

— A sua morte será rápida!

Ele levantou a arma e atirou na têmpora dela, assistindo seu corpo caindo ao chão e espalhando o sangue escuro sobre a pedra.

— Sobrou mais alguém? — Ele se levantou e olhou de Samuel para Santos.

— Ninguém, todos eliminados — Samuel respondeu, animado.

— Conseguimos codificar todos os dados e bens da família — Santos levantou o telefone. — Quando acessaram o meu vírus foi como se fizessem uma assinatura digital passando tudo para o seu nome, senhor!

Aleksei balançou a cabeça, concordando.

— Espólios de guerra — comentou. — Deixe que Joaquim escolha algo primeiro, depois venda tudo e divida entre os guardas.

— Até a gente? — Samuel questionou, incrédulo.

— Você não, Samuel — Aleksei respondeu, abrindo um sorriso. — Tenho outros planos para você!

*

O sangue parecia verter com mais frequência do ferimento e, desesperado, Felipe arrancou o paletó do corpo e o dobrou rapidamente, pressionando sobre o ombro de Joaquim.

— Depois disso você vai arrancar a camisa e estourar os botões? — Joaquim provocou, falando baixinho.

Os lábios dele haviam perdido a cor, lhe dando uma aparência angustiante.

— Você gostou mesmo quando eu fiz aquilo né?! — ele respondeu, tentando manter o padeiro desperto.

Joaquim balançou a cabeça concordando.

— Você estava certo — ele disse, encarando Felipe com os olhos quase fechados. — Não deveria mesmo ter me metido nessa confusão... Receber um tiro dói pra caralho!

E logo em seguida ele desmaiou.

KravtQuim - Máfia e Pão (Irmãos Kravtsov)Onde histórias criam vida. Descubra agora