Capítulo 25 - CAVALEIRO

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Joaquim saiu de casa naquela manhã se sentindo radiante.

Ele estava vestindo um short de linho acima do joelho, uma camisa branca sem estampa e estava com um bucket hat preto na cabeça, que combinava com suas sandálias escuras de tiras.

Felipe estava escorado no carro daquele dia (era azul-escuro e parecia excessivamente limpo naquele bairro todo esburacado e cheio de poeira), usando calça, camisa e tênis pretos, como se estivesse de luto.

— Por que você tá vestido como se fosse um vampiro se escondendo do sol? — Joaquim se aproximou dele, ajeitando a alça da bolsa azul no ombro direito e cruzando os braços.

— Isso se chama estilo — Felipe retrucou, levantando os braços.

Isso te deixou mais branco que o normal!

Felipe esticou os braços e o puxou para perto, aproximando a boca do pescoço do rapaz, dizendo:

— Essa é a pele de um assassino, Joaquim!

Os dois caíram na risada e logo estavam dentro do carro, Felipe seguindo o caminho que Joaquim indicava.

— Você jamais vai adivinhar onde estamos indo — ele disse animado, enquanto o carro saía do bairro.

— É sábado de manhã e você tá todo riguilido — o mafioso respondeu. — Estamos indo ao clube ou a feira.

Joaquim virou o rosto, encarando-o boquiaberto.

— Já deixo avisado que não trouxe roupa de banho — Felipe avisou.

— Tá tudo bem, já estou me acostumando a te ver sem roupa.

*

O carro parou em uma rua interditada e eles saíram, sendo atingidos pela música alta e o barulho de pessoas conversando.

— Você realmente me trouxe a uma feira — Felipe comentou, enquanto ligava o alarme do carro ele olhou para trás e viu os seguranças saltando do carro preto a alguns metros de distância.

— Não é uma feira qualquer — Joaquim deu a volta e parou ao lado dele.

— Tem um cara vendendo frango vivo — ele apontou para uma barraquinha no lado extremo da praça.

Joaquim segurou no pulso dele, o puxando para passar entre as barracas com verduras, carnes, frutas, etc. até chegarem a um espaço mais amplo. Havia cadeiras e mesas espalhadas para todos os lados, Felipe viu diversas barraquinhas com artesanatos de todas as cores e formatos sendo vendidos e mais a frente, em uma plataforma elevada, dois caras estavam tocando violão e cantando uma música animada sobre o sol, a lua e o corpo nu de uma mulher.

Isso sim é a essência de Minas Gerais.

— Tá com fome? — Joaquim perguntou, soltando o braço de Felipe.

— Você trouxe sonho nessa bolsinha?

— Se deixar você come sonho todo dia né?!

— Você deveria agradecer o elogio.

Felipe sorriu ao ver os olhos do padeiro se revirando e logo em seguida ele foi guiado até uma barraquinha onde compraram pastel de queijo e caldo de cana — apenas um, para dividirem e ainda conseguirem comer outras coisas.

Joaquim logo anunciou que pagaria por tudo naquele encontro, o que foi muito estranho para Felipe.

— Eu posso comprar tudo aqui sem nenhum problema — ele argumentou.

— Eu que te convidei para esse encontro — o outro rapaz afirmou. — Eu vou bancar tudo... contanto que você não exagere, sou um pretendente romântico e não o seu pai!

KravtQuim - Máfia e Pão (Irmãos Kravtsov)Onde histórias criam vida. Descubra agora