Capítulo 27 - PEDIDO

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Felipe deveria ir a um encontro com Joaquim naquela noite, sem muitas informações, tudo o que ele sabia é que deveria vestir roupas mais claras e leves como shorts coloridos — o que era bem difícil para Felipe, com seu guarda roupa 100% composto por calças jeans e camisas pretas sem estampa.

Ainda assim ele estava saindo do banho, pensando se encontraria algo que se encaixasse no que havia sido pedido pelo padeiro, quando Aleksei invadiu seu quarto.

— Rastreamos o carro — ele estava todo descabelado e usava uma camisa social branca com manchas de café na gola. — Vamos sair agora, antes que o percamos. Vista-se rápido!

Família em primeiro lugar era um dos lemas dos Kravtsov, por isso Felipe rapidamente vestiu suas costumeiras roupas e ligou para Joaquim enquanto descia apressado as escadas de casa.

— Ei, Quim — disse quando o outro atendeu.

Pera aí, Quim? De onde isso veio? E por que saiu tão naturalmente?

— Oi, Fê — Joaquim respondeu. — Já tá vindo?

FÊ? Será que Joaquim estava debochando do apelido que Felipe usara ou também saíra tão naturalmente para ele quanto havia saído da boca do rapaz?

Felipe parou a três degraus do fim da escada. Não era momento para pensar naquilo!

— Desculpa, vou precisar desmarcar com você — foi logo dizendo. — Surgiu um imprevisto familiar. Depois eu te recompenso, tudo bem?!

— Sem problemas, eu entendo — a voz de Joaquim soava tão acolhedora que ele quase podia sentir como se conversassem cara a cara. — Se eu puder fazer algo por você, é só me ligar ou bater aqui na porta de casa!

— Obrigado! Beijo, até mais!

Logo em seguida ele se apressou para se encontrar com o irmão.

*

Dirigiram por muito tempo, em direção a um bairro próximo a saída de BH.

Felipe estava em um de seus carros mais antigos (do ano anterior) com Samuel ao seu lado, inquieto no banco de passageiro enquanto conversava pelo telefone com outros seguranças.

Era uma comitiva de dez carros, dois indo à frente do carro de Aleksei e os outros seis seguindo atrás de Felipe. Situações como aquela sempre deixavam todos muito tensos, em alerta, mas também os animava muito. Fazia muito tempo desde que os Kravtsov saíam para a ação.

— Vai querer quantas armas? — Samuel questionou, pulando do carro quando estacionaram minutos depois em um terreno baldio.

Ele se apressou, abrindo a porta de trás do carro para pegar a maleta no banco de passageiro. Felipe tirou a chave da ignição e desceu logo em seguida.

— Me dá duas pistolas trezentos e oitenta — ele disse, rapidamente dando a volta até parar ao lado de Samuel. — Já tô com dois revólveres no meu colete!

Depois de prontos eles se apressaram para se juntar ao grupo comandado por Aleksei.

— O prédio está virando aquela esquina — ele apontou para a rua a sua direita. — Vamos chegar com calma, tentar identificar primeiro se há guardas, se tiver, acabamos com eles antes de entrar.

— E se não tiver já entramos com tudo? — Samuel questionou, claramente ansioso para entrar em ação.

Aleksei balançou a cabeça, concordando esfuziantemente — é, estavam todos realmente carentes de uma boa e velha violência.

O grupo seguiu pela rua em silêncio, acolhidos pelas sombras daquelas ruas tão mal iluminadas. Pararam para observar, era um prédio velho, tinha dez andares, claramente abandonado, a fachada marcada por pichações. Avistaram dois caras parados perto da porta, fumando, um deles brincava com a arma, fingindo mirar em uma garrafa de vidro a poucos metros de distância.

KravtQuim - Máfia e Pão (Irmãos Kravtsov)Onde histórias criam vida. Descubra agora