Felipe estava sonhando antes de acordar.
Com o quê? Bom, isso já era pedir demais para a mente confusa de quem fora desperto por batidas na porta e percebeu que estava agarrado com o padeiro que conhecera dois meses antes.
Droga! Droga, droga, droga!
Ele havia realmente transado com Joaquim na noite passada? Tipo assim, ele realmente havia chupado o mamilo de Joaquim como se tomasse um picolé no dia mais quente do ano? Havia mesmo ficado com o bumbum empinado para que ele o lambesse e depois cavalgado nele como se estivesse em uma corrida de cavalos?
Ok. Era melhor parar de recapitular o que acontecera na noite anterior porque ele estava começando a ficar excitado de novo.
Toc-toc-toc.
As batidas na porta chamaram sua atenção, fazendo com que ele se afastasse de Joaquim e se levantasse num salto. Ela pegou o roupão que ainda estava no mesmo lugar que o largara antes de tudo acontecer e se cobriu rapidamente antes de ir até a porta, a abrindo apenas um pouco para que, quem quer que fosse, não visse Joaquim deitado lá no chão.
— Bom dia, Senhor — disse uma camareira, parada no corredor. — Você pediu que trouxéssemos as roupas secas pela manhã.
Ele colocou os braços para fora e pegou a bandeja com as roupas das mãos dela.
— Obrigado, bom trabalho!
E fechou a porta atrás de si antes que a mulher pudesse dizer qualquer coisa a mais.
Ele voltou devagar até o tapete que estivera deitado momentos antes e não encontrou Joaquim lá.
— São as roupas? — a voz dele surgiu tão do nada em meio ao silêncio, que Felipe quase deu um pulo com o susto.
Ele levantou a cabeça e viu Joaquim sentado na cama, a colcha branca ao redor da cintura.
— São sim... — Felipe respondeu.
Eles ficaram se encarando por alguns segundos, parecendo confusos e estranhos demais para dizerem algo.
Haviam se chupado até o caroço e agora não sabiam o que dizer um para o outro?
— Eu... — Felipe começou a dizer, mas não parecia que nada vinha a sua mente. — Vou...
— Tomar um banho? — Joaquim falou, coçando a cabeça e olhando para o chão. — Claro, pode ir na frente.
Felipe se apressou em direção ao banheiro, parando apenas para deixar a bandeja com as roupas de Joaquim sobre a cama e carregando apenas as suas. Ele tomou um banho rápido e se vestiu ainda mais rapidamente.
Antes de sair do banheiro ele respirou fundo, sem saber bem o que diria.
— Terminei — falou, saindo num rompante, dando de cara com Joaquim mexendo no telefone ainda enrolado na colcha. — É... eu vou indo na frente, preciso passar no shopping.
Ele não precisava coisa nenhuma.
— Claro... claro — Joaquim repetiu, se levantando. — A gente se vê depois!
Felipe abriu a boca. Será que deveria comentar sobre o que acontecera? Deixar claro que fora só um momento de tesão? Será que Joaquim era do tipo que só fazia sexo por amor? Ele tinha esse jeitinho engraçadinho que os homens que gostam de compromisso costumam ter.
Droga! Com certeza ele estava apaixonado por Felipe e o idiota nem percebera, não é?!
— Até mais! — foi tudo o que saiu de sua boca antes que ele escapasse para fora do quarto e corresse em direção ao elevador como se estivesse fugindo da noite anterior.
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KravtQuim - Máfia e Pão (Irmãos Kravtsov)
RomanceNão faz muito tempo que os Kravtsov se estabeleceram em Minas Gerais, mas o pouco tempo foi suficiente para que se tornassem a família mais importante de Belo Horizonte. Entre contrabandos e a gestão da multinacional KravInc, os irmãos Aleksei e Fel...