Águas Podres -

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Conforme combinado com seu amigo, Bryel levantou-se pouco antes das duas da tarde. Seguindo para o QG, Bryel logo viu Dalton na frente do mesmo, o aguardando em um cenário que já havia sido pintado pelo pouco acúmulo de neve que caia.

- E aí, vamos ver o que tem de bom lá dentro? - Cumprimentou Bryel, vendo seu amigo tremendo de frio.

- É uma boa ideia. O frio aqui fora tá demais. Deveria ter pego mais uma blusa além dessa japona grossa e a jaqueta de baixo! - Disse Dalton, se encaminhando para a porta.

- Dependendo do serviço, esse frio será o de menos. Vamos escolher algo longe de água, áreas externas e coisas geladas! - Disse Bryel, entrando junto a Dalton no QG.

Assim que entraram, o oficial do cômodo de trás os notou, dando para ver apenas sua silhueta por detrás da cortina branca que tapava aquela entrada.

- Boa tarde senhores, o que desejam? - Questionou o oficial, de voz familiar a Bryel.

- Estamos atrás de serviço. Tem algo que possamos fazer ainda hoje? - Se prontificou Bryel, reconhecendo o soldado Colle de imediato.

- Você não era o cara do apartamento? A recompensa foi aumentada assim que comunicamos a presença de infectados no local. Você ainda quer mais cartões? - Questionou Colle, parecendo sério.

- Deixa eles sargento Colle. Como a maioria da população não quer trabalhar após perderem tudo no estouro do Progenitor, os que querem devem ser recompensados para dar exemplos aos outros! - Disse outra voz familiar de dentro da cortina do local, saindo da mesma e se revelando como o sargento Saul. - Esse rapaz tem a garra que precisamos para manter essa cidade murada funcionando!

- Já que você está dizendo tenente Saul. Olha, estamos com um serviço emergencial disponível, pagando quinze cartões para qualquer um que se inscrever nele! Se por ironia do destino haver alguma coisa infectada por esse vírus progenitor lá dentro, a quantia sobe para dezessete a vinte cartões, dependendo da gravidade! - Explicou Colle.

- E qual é a pegadinha nesse serviço? - Questionou Dalton.

- Nenhum militar, nem sobrevivente quer se inscrever nesse serviço meu rapaz, por que é nos esgotos entupidos! Nesse serviço vamos mexer com merda, cabelo grudado, restos de alimentos podres, papel higiênico molhado e mais tudo o que der para jogar em um vaso sanitário pode ter lá dentro. Em resumo, é serviço para maluco desesperado por cartões! - Explicou Saul.

- Eu topo. - Disse Bryel, deixando os três surpresos.

- Como?! Isso é podre demais, Bryel! E aquela parte de evitar serviços que envolva água que falamos mais cedo? - Indagou Dalton, não concordando com aquela ideia.

- O que importa é pagarem bem. Enquanto tiver coisas boas para comer e a oportunidade de juntarmos mantimentos, valerá o esforço! - Comentou Bryel, fazendo uma observação inteligente.

- Ele está certo, garoto. E quanto mais trabalharem, mais estarão ajudando a manter a Zona 04 em pé! - Completou Saul, batendo de leve nas costas de Dalton.

- Certo, valendo vinte cartões... Acho que eu topo. - Aceitou Dalton, ainda relutante.

- Se ao menos todos os sobreviventes fossem assim, teríamos uma zona de quarentena perfeita em poucos dias! - Comentou Colle, pegando os papéis de requisição de serviço para os dois sobreviventes, entregando-as para Saul.

- Ao menos, fizeram em uma dia mais do que a prefeitura faria em anos! - Completou Bryel, elogiando o serviço dos militares.

- Nisso você tem razão! Bom, de qualquer forma, espero vocês dois no local. A entrada para os esgotos é uma passagem subterrânea entre alguns prédios. - Disse Saul, entregando a requisição para Bryel e Dalton assim que as assinou.

Carnaged Almas ContaminadasOnde histórias criam vida. Descubra agora