Os quatro estavam no carro vestidos casualmente. O mais casual que homens ricos podiam se vestir com suas roupas de marca, muitos suéteres, cardigãs, calças jeans e tênis. Lino dirigia a caminho do estúdio de tatuagem.
— Deixa ver se eu entendi mais uma vez. — Felix estava indignado no banco de trás. — Vocês me ligaram dizendo que íamos para uma degustação de vinhos íntima, mas a verdade é que vocês dois querem fazer uma tatuagem?
— Isso mesmo.
— É.
Lino e Chris responderam ao mesmo tempo.
— E você não sabia de nada? — Felix olhava para Changbin de soslaio.
— Claro que não, eles me avisaram ontem à noite que sairíamos nesta tarde de sábado, nem me disseram que era degustação de nada.
— Haaa... — Felix nem sabia o que dizer. — E precisava ser neste... local abençoado?
Eles claramente estavam em uma região bem afastada e nada acolhedora. Na entrada do bairro alguns moradores os pararam na rua e disseram para eles abaixarem os vidros do carro e eles obedeceram. O carro de Lino nem era luxuoso, mas atraiu alguns olhares nada felizes.
— Felix, você precisa ter a mente aberta para possibilidades e para aventuras. — Lino sorria enquanto olhava para frente.
Lino dirigia meio rápido, mas precisou frear bruscamente quando quase atropelou um garoto, o rapaz acabou tropeçando em frente ao carro.
— Caralho! — Chris gritou.
— Será se ele está bem? — Changbin perguntou assustado.
— Eu vou ver. — Lino desafivelou o cinto e desceu do carro depressa.
O rapaz se levantou devagar, Lino o ajudou. Ele parecia ter pouco mais de 16 anos, o rosto jovem e as bochechas coradas o faziam parecer mais novo ainda. Havia alguns ferimentos nos braços deles.
— Eu sinto muitíssimo. — Lino estava preocupado. — Posso te levar ao pronto socorro, vou custear tudo.
— Não, não! Eu estou bem. — o rapaz tirou a poeira das roupas e ele parecia meio preocupado. — Não posso ir para o hospital ou meus pais... — ele fez um gesto de corte no pescoço.
— Mesmo assim. Nossa, suas mãos estão sangrando. — Lino olhou para o carro, o rapaz olhou também.
Os outros dentro do carro pareciam preocupados.
— Não se preocupem, isso é comum por aqui.
— É comum você ser atropelado?
— Não. — o rapaz riu. — Mas é comum sofrer acidentes e ninguém se importa muito, as pessoas só não querem ter trabalho.
— Mas-
— Olha, estão nos encarando feio. — o rapaz olhou para os moradores que faziam cara feia. — Você me fará um favor maior ainda se apenas me ignorar.
— Eu ainda não me sinto bem.
— Tem pessoas aqui que me matariam se soubessem que eu aceitei ajuda de forasteiros. Por favor, só sigam em frente. O melhor seria se vocês saíssem do bairro, não é um lugar amistoso. — o rapaz olhou para trás. — Eu preciso ir. Adeus.
Lino ficou parado no meio da rua, meio perdido. Depois voltou correndo para o carro.
— Você deixou ele ir? — Changbin o julgava.
— Ele disse que ele seria morto se aceitasse nossa "ajuda". — Lino respondeu.
— Mas não seria ajuda, seria direito dele. — Changbin argumentou.
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O Olho da Raposa
General FictionEsquecer o ex-namorado é difícil, ainda mais quando ele vai embora do nada depois de terminar o relacionamento. Após um dia puxado de trabalho, o advogado Chris saiu com seus amigos para espairecer, mas acabou reencontrando o seu ex-namorado, Hyunji...