O Olho da Raposa

Segunda Temporada - Capítulo 16

Faltava uma semana para a festa e eles se preparavam para ir. O plano consistia em ir, chamar a atenção dos pais de Chen e fazer amizade com eles ou tentar uma aproximação. Se Hyunjin não conseguisse, então os advogados teriam a chance. Os outros três da gangue iriam como reforço para caso algo acontecesse. Eles se sentiam como se fossem roubar um banco, mas o objeto a ser roubado seria um contato mínimo com os pais loucos de Chen.

Esse é o problema com planos a longo prazo, requer muita paciência e as chances de sucesso são mínimas, muitas vezes partes dos planos são levados ao acaso.

Neste meio tempo, Chris decidiu saber mais sobre o passado de Hyunjin. Desde que ele ouviu sobre sua infância no orfanato, o mais velho agora queria descobrir mais. O mais novo contou mais detalhes sobre si mesmo, Chris percebeu que Hyunjin falava melhor sobre quando ele conheceu Jeongin, o que era normal, afinal a vinda do mais novo para a vida de Hyunjin foi uma dádiva, ou era assim que ele se referia sobre Jeongin.

Chris, então, decidiu ir visitar o orfanato. Hyunjin não gostou muito da ideia, mas não o proibiu de ir e até concordou com a ideia contanto que Chris também conseguisse descobrir mais coisas sobre a adoção de Chen. Porém o mais novo não queria ir junto apesar de tudo. Então Chris decidiu ir junto com Lino, seu cúmplice. Lino também estava curioso sobre Jeongin, mas o mais novo não queria contar nada, desde a chegada de Chen ele vem estado muito quieto e calado, mal falava com alguém. Lino, supondo que estava relacionado ao orfanato e ao passado deles, queria saber qual era o problema e aceitou ir com Chris.

Agora pela manhã, os dois estavam no carro a caminho do orfanato, eles não marcaram visita e estavam prontos para usarem suas carteirinhas de advogado. O orfanato ficava quase nos limites da cidade, bem isolado e distante de tudo. Havia poucas casas e estabelecimentos ali, não havia escolas por perto também. A construção era antiga e pequena, a casa parecia meio abandonada. O terreno ao redor era grande, havia um parquinho nas dependências do orfanato, a cerquinha que rodeava a casa criava uma atmosfera até bonitinha se fosse bem cuidada.

Os dois desceram do carro, abriram a porta da cerca e entraram. Eles tocaram a campainha e uma mulher de cara fechada abriu a porta.

— Sim? — ela disse.

— Olá, bom dia. Nós somos advogados, Christopher Bang e Lee Minho, e estamos fazendo uma pesquisa sobre as histórias dos orfanatos do nosso estado. — Chris respondeu rápido.

— Sim, nosso foco é divulgar a pesquisa e assim atrair atenção das autoridades para os orfanatos. — Lino complementou rápido.

A mulher os encarou e não parecia muito feliz, mas ela acabou abrindo a porta e os deixou entrar.

— O diretor está na sala dele, por favor, me acompanhem.

— Obrigado. — os dois responderam em uníssono.

Os móveis eram antigos e bem cuidados, não pareciam muito confortáveis. O papel de parede florido estava amarelado e descascando em algumas partes, mas nada que fosse muito alarmante. O orfanato era de fato muito limpo, mas não havia nada ali que fosse aconchegante para crianças. Chris quase duvidou que realmente fosse um orfanato se não tivesse visto duas crianças sentadas à uma mesa fazendo um exercício da escola juntas e em silêncio.

Eles foram para os fundos e se depararam com uma porta, a mulher bateu de leve e eles ouviram uma confirmação abafada vinda de trás da porta. Ela abriu e deu a passagem para os dois homens. Chris e Lino curvaram a cabeça de leve e entraram. O diretor estava sentado em sua cadeira de escritório e analisava alguns papéis. Diferentemente da casa, que era arrumada, o escritório do diretor estava uma bagunça. Pilhas e pilhas de livros por todo lado, inclusive no chão; Papéis espalhados pelo chão e por cima da mesa; até mesmo as cadeiras tinham livros em cima.