Capítulo 16

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4 anos e dez meses meses atrás~

— Me digam?! O que mais eu preciso fazer para que vocês me aceitem?! — Felix gritou.

— Não seja essa coisa horrenda para começo de história! — seu pai respondeu.

— Eu não tenho como mudar isso, eu já tentei! Tentei e venho tentando muito! Mas não dá para mudar por quem eu me atraio. Eu o amo. — ele chorava desesperado.

— Então fora da minha casa. — o mais velho disse recobrando a postura. — Eu não tenho mais um filho, não enquanto você continuar sendo essa aberração. Saia já daqui! — o homem foi embora.

Felix correu para seu quarto para arrumar suas malas. Ele estava exausto, nunca seria aceito pelo seu pai, nunca. Não importava o que fizesse, não importava se ele estudasse até desmaiar de cansaço, não importava se ele trabalhava ao lado do maior procurador do país. Nada nunca importava. Felix chorou e gritou, a vida não era justa.

Sua mãe entrou no quarto dele em silêncio, seus olhos estavam preocupados, seu semblante estava triste.

— Meu bem... Não tem como você parar com isso? — ela perguntou sincera.

Feliz sorriu cansado, suas lágrimas não cessavam.

— Não tem como parar porque eu não posso controlar. Eu não posso ser quem vocês querem que eu seja, não mais do que eu já tento todos os dias. — ele respirou fundo. — Já não basta eu estar a caminho de ser o melhor promotor desse país? Por que vocês querem decidir por quem devo me apaixonar?

— Meu filho... — a mais velha não entendia e nunca entenderia. Ela suspirou. — Isso não aconteceu por acaso. Seu pai descobriu sobre seu... caso com esse rapaz em um jantar com um amigo.

— O quê? — o mais novo achou que não tinha ouvido direito.

— Esse amigo dele é muito influente, é herdeiro do maior império de bancos deste país. — a mulher continuou. — Eu não entendo ele, ele é excêntrico. Gosta de brincar com as pessoas, com as reações das pessoas. Ele se entedia fácil. Enfim, ele descobriu sobre você e contou para seu pai.

— Este homem fez isso apenas por diversão? — Felix estava incrédulo. — De qual banco ele é herdeiro?

— Do banco da zona norte, há agências espalhadas por todo país e pelo mundo.

Felix arregalou os olhos surpreso. Por que alguém tão poderoso iria querer desgraçar a vida dele? Felix também não entendia. Ele terminou de ajeitar suas coisas e saiu correndo. Felizmente ele já estava formado e tinha um emprego até estável. Não precisaria depender de seus pais.

Dentro do carro a caminho de seu apartamento ele repassou tudo o que estava acontecendo consigo. Ele trabalhava bem, ganhava bem, estudava muito e amava Changbin. Ele esperava se tornar o melhor apenas para poder assumir seus sentimentos pelo outro em voz alta para todo mundo. Se ele fosse o melhor, ninguém o questionaria, ninguém poderia dizer algo ruim contra seu amor. Mas sua família nunca apoiou, nunca esteve ao seu lado.

Felix voltou a chorar, seus olhos ardiam em lágrimas. Ele ficou tão aturdido em secar as lágrimas que tirou os olhos da estrada. Seu carro bateu de frente com outro veículo.

Ele respirou paralisado, o air bag de seu carro foi acionado com a batida. Felix ficou aturdido por conta do impacto, seu coração estava acelerado, sua respiração desregulada, demorou alguns segundos para que ele se mexesse. Ele saiu do carro e foi ver quem ele atingiu.

Era uma moto, uma moto bem grande e ela estava inteira. Mas seu condutor estava debaixo dela e ele não parecia bem, estava sangrando no canto da cabeça.

O Olho da RaposaOnde histórias criam vida. Descubra agora