Falls for Cabello

IV

Às 5h da manhã, Camila já tinha desistido de dormir.
Suas noites eram normalmente difíceis e essa não foi diferente. Agora ela estava deitando acordada, encarando a escuridão pelo que pareciam ser horas. Seu cérebro ligado como uma máquina, gerando preocupação depois de preocupação até o estômago dela doer.
Ela levantou e colocou roupas de corrida e fechou quietamente a porta dos fundos atrás dela.
Do lado de fora ainda estava noite, mas a promessa do nascer do sol iluminava suficientemente o caminho para ela.
Ela começou a correr, o corpo tenso com o frio se soltando lentamente e quando ela passava pelas árvores.
Não ocorreu a ela sentir medo da floresta no escuro. Ela cresceu no meio do mato no Tennessee, então ela se sentia em casa.
Além do mais, humanos eram muito mais assustadores do que qualquer coisa na natureza, mas como a floresta era privada e protegida, ela se sentia mais segura aqui do que se estivesse na sua cama.
Devagar, as ansiedades que não a deixaram dormir começaram a ir embora.
Ela correu de volta ao lago em tempo de ver o sol nascendo. Camila se içou em uma pedra grande que tinha na ponta da pequena praia e tomou fôlego.
Ela se deixou sentir presente, se concentrando no som da água e dos passarinhos, sentido a brisa fria em seu rosto quente enquanto o mundo ao seu redor acordava.
Ela respirou o ar gelado e tentou tirar vantagem dos poucos minutos que podia roubar para si mesma. Eles estavam cada vez mais raros e distantes que ela queria chorar. Ela não queria passar o pouco tempo sozinha se sentindo mal, então começou a focar no dia que teria pela frente, o dividindo em pedaços para que ela conseguisse encarar,
Hoje a banda iria embora, os três voltariam para Nashville para continuar com suas vidas e projetos paralelos.
Camila não tinha nada para eles e o retorno deles para Vermont dependia que ela produzisse algo em que eles pudessem trabalhar.
Ela não estava acostumada a ter controle criativo solo e a ideia a deixava tanto animada quanto assustada.
E é aí que Noah entrava. Ele não era o que ela esperava quando pediu para seu time o convidar.
Seu primeiro álbum caiu no colo dela quando ela estava em seu pior momento. Ela mal estava saindo em público e não conseguia olhar para seu violão, muito menos cantar.
Até ouvir outras pessoas cantarem era uma experiência agonizante.
A primeira vez que ela ouviu Dead Star Ballads de Noah Lyman, ela foi surpreendida. Parecia que um pequeno ciclone passou por ela, abrindo as portas em sua mente que ela não sabia que estavam lá. Finalmente ela sentiu um suspiro de esperança e criatividade.
O álbum a lembrou do poder da música, não só isso engatilhou a epifania que a fez decidir um novo caminho para si.
Ela não viu nenhuma publicidade que Noah fez para o álbum, caso o homem que estivesse por trás de músicas tão importantes para ela fosse babaca, ela não queria saber. O pouco que ela viu, ela gostou e ela não tirou da cabeça que Noah Lyman era a pessoa que ela precisava para ajudar ela nesse próximo passo.
Ela ficou entusiasmada quando ele aceitou, mas conforme os dias foram se aproximando foi ficando cada vez mais nervosa.
Agora era real. Ela  convidou um estranho absoluto para o centro do seu mundo e compor com alguém era um ato extremamente íntimo, o que ela estava pensando, ao não puxar os antecedentes desse cara?
O dia chegou e ele está aqui, um sino-americano bonito, hipster californiano com uma linda esposa.
Ela se sentiu extremamente tímida após seu longo hiato longe da indústria, mas ele trazia um calor e uma energia genuína consigo que eram reconfortantes.
O que para Camila era um alívio. Ela estava cansada de ter machos alfa em sua vida. A esposa dele a intrigava.
Lauren era alta e maravilhosa, com cabelos pretos e sardas pelo nariz e bochechas. Ela parecia legal e difícil de ler, mas definitivamente era forte, o que a fazia gostar de Noah ainda mais.
Um rockstar que parecia feliz em deixar sua esposa brilhar.

Ela percebeu que o sol já estava alto sob as árvores, ela pulou da pedra e correu de volta para casa e para suas responsabilidades. Não mais uma criatura selvagem, mas sim uma mulher novamente.

...

Mais tarde naquele dia, ela abraçou a banda enquanto carregavam a van que os levariam para o aeroporto.