Capítulo 19

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---------- Reyten -------------

Eu não sabia que a dor poderia ser tão esmagadora, ao ponto deu querer morrer.

Cada respiração era um lembrete de tudo o que havia perdido, de todos que se foram. Era um sofrimento respirar.

Hawks, Kirishima, Mina, Momo... e agora Shinju... Ela foi simplesmente a última gota pra eu desistir e sucumbir à loucura... O peso dessas perdas era insuportável, e eu me encontrava afundando cada vez mais em um abismo sem fim.

Não sei nem por que ainda não me matei de uma vez.

Acordar todos os dias era um sofrimento. Eu só queria estar morta neste exato momento.

Quando Shinju se foi... Eu simplesmente morri junto. Não existe outro tipo de explicação pra isso...

O sol nascia, mas para mim, tudo permanecia em escuridão sem você.

A casa, que antes era um refúgio de felicidade que compartilhavamos nas nossas festas do pijama, agora parecia um túmulo. As paredes, outrora cheias de vida, estavam agora impregnadas de tristeza e desespero, sem você aqui...

Eu não tenho forças para limpar, para comer, para treinar. Eu não tenho forças para estar viva. Nada mais importava. NADA mais importa...

As noites eram as piores. A insônia me consumia, e os pesadelos assombravam as poucas horas de sono que eu conseguia.

Foi durante essas madrugadas intermináveis que eu me entreguei a um vício que pensei ter superado há muito tempo.

Fumei 3 caixas de cigarros em uma única noite, foram apenas 3 porque... eram as únicas que tinham aqui em casa, eu estava tentando desesperadamente acalmar minha mente atormentada e sucumbida por morte.

O cheiro da nicotina preenchia o ar, um lembrete constante de minha própria fraqueza. Eu sabia que estava me destruindo, mas, no fundo, não conseguia me importar...

Todos os momentos do meu dia eu estava segurando a foto. A foto que tiramos no dia de Shibuya.

A única coisa que eu sentia era arrependimento e dor por ela não estar mais aqui...

As vezes eu achava horrível ter aquela maldita foto em mãos... Por que ela me fazia lembrar de sentimentos e sensações que eu nunca mais vou ter...

Mas mesmo sentindo esse desgosto pela foto... Ela nunca saia de minhas mãos.

Bakugou vinha todos os dias. Ele trazia comida, tentava me convencer a sair da cama, a viver de novo.

Ele limpava a bagunça que eu deixava acumular. Seus esforços eram inúteis, mas ele nunca desistia.

E, no fundo, eu sabia que ele fazia isso porque se importava. Mas nem isso conseguia me tirar da vontade de morrer.

- Você precisa comer, Rey... (ele disse, a voz firme, mas carregada de uma preocupação genuína.)

Eu não queria ouvir. Não queria comer. Não queria fazer nada além de me afogar nas minhas lágrimas.

- Vai à merda, Bakugou! (respondia, a voz rouca de tanto chorar.)

- Eu não quero comer, não quero treinar! Eu não quero porra nenhuma!... Só...Só me deixa em paz!...Me deixa...

Ele nunca me deixava. E, por mais que eu dissesse aquelas palavras, parte de mim estava grata por ele estar ali.

Porque, sem ele, eu teria me perdido completamente e eu sabia disso.

As memórias dos meus amigos mortos me assombravam.

À Espera De Um Milagre... | Katsuki Bakugou | • Boku No Hero Academia Onde histórias criam vida. Descubra agora