Capítulo 16

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Pov Marília.

- Ela não atende Mai - digo chorando.

- Calma, vamos dar o tempo dela.

- E se ela tentar se matar de novo? Eu não trai ela Mai - digo desesperada - ela viu que não tive escolha, ela não se lembra mas ela estava lá.

- Calma Marília , ficar assim não vai resolver nada - ela se aproxima - além de colocar seu bebê em risco a Maraisa não vai fazer nada, então calma.

Limpo minhas lágrimas ainda com as mãos trêmulas e procuro minha chave do carro..

- Onde tu vai?

- Vou na farmácia comprar um calmante - digo ainda tremendo.

- De jeito nenhum, tu não vai sair daqui sozinha e ainda mais desse jeito.

- Eu vou enlouquecer se eu ficar aqui Mai, eu preciso de um calmante.

- Vou pegar o Léo e vou contigo, tu não vai dirigir assim.

Concordo com a cabeça e ela sobe, abro a porta de vagar e vou pro carro, ligo e saio sem ela. Eu preciso achar a Maraisa e ver que ela está bem pra ficar calma.

Eu não a trai, nunca faria isso, eu amo ela mais que a mim mesma, preciso tentar explicar pra ela que esse filho foi fruto de um estupro e que ela presenciou.

Ela pode não acreditar mas eu vou falar.

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Estou a mais de uma hora rodando a cidade e nada da Maraisa, será que ela saiu da cidade? Eu não deveria ter escondido dela.

Estaciono o carro e tenho ligar pra ela de novo e ela atende.

- O que é? - ela é grossa comigo e pela sua voz prece estar bêbada.

- Onde tu tá Maraisa? - pergunto preocupada.

- Onde eu tô eu não sei, pera aí - ela fala - moço, que lugar é esse?

- Express Posto, saída de Jataí e ida pra Goiânia - diz a voz de um homem.

- Mara, não sai daí por favor, eu estou indo.

Desligo a ligação e vou pro posto, chego lá e Maraisa está dormindo dentro do carro por causa da bebida.

- Mara? - digo próxima ao carro e ela não responde.

Puxo a maçaneta do carro e a porta abre, peço ajuda a um frentista e coloco ela no banco do passageiro.

Tranco meu carro apertando o botão do alarme e entro no carro dela, volto pra casa deixando o meu lá mesmo. Chego em casa e está um completo silêncio.

Entro e subo, a Maiara me ligou várias vezes e eu não atendi, ela deve ter desistido por causa do Léo.

Entro no quarto dela e ela está dormindo com o Léo pois também já era de madrugada.

- Mai - digo baixinho pra não acordar meu filho - vem me ajudar, eu achei ela.

Ela levanta e desce comigo.

- Onde ela tava? - ela diz me olhando com cara de sono.

- Voltando pra Goiânia eu acho, ela estava em um posto de gasolina na saída de Jataí e também achei duas garrafas de whisky no carro, uma sem nada e outra com menos da metade.

- Ela está bêbada?

- Sim e muito, me ajuda dar um banho nela? Não consigo sozinha e tenho medo de machucar o bebê.

- Ajudo.

Fomos até o carro e tiramos ela, subimos as escadas e fomos direito pro banheiro, colocamos ela em baixo da água fria e eu saio pra pegar um pijama pra ela enquanto a Mai fica lá com ela.

A Mai me ajudou a por o pijama nela e deitamos ela cama, Maiara me olha.

- O que tu vai fazer quando ela acordar? - ela pergunta.

- Ainda não sei, seja o que deus quiser - digo com medo - pode dormi com o Léo hoje?

Ela concorda com a cabeça e sai do quarto, tomo um banho rápido e deito na cama, olho pra Maraisa que dorme feito um anjo.

- Um dia tu vai entender tudo meu amor - digo baixinho e passando a ponta dos dedos em seu rosto - eu não posso falar agora mas tu vai entender, só nunca se esqueça que eu te amo muito.

Termino de falar e ela me abraça ainda dormindo, eu nunca gostei de grude, mas eu precisava de pelo menos uma noite abraçada com ela.

Está doendo muito tudo isso, mas tenho que aguentar, estou sobrecarregada e tudo isso me destrói, permiti minhas lágrimas descerem em silêncio pra não acorda-lá.

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Amor em segredo (Malila)Onde histórias criam vida. Descubra agora