Capítulo 56

41 10 11
                                    

Pov Marília.

Após chegar no local que a Maiara tinha me dito, me deparei com um salão enorme e vazio, só tinha uma pessoa lá, Maiara, havia um caixão e uma coroa de flores, me aproximei com o Léo o segurando pela sua mão e vi encima do caixão uma foto da Maraisa sorrindo.

Isso não está acontecendo, não é ela que está aqui dentro.

- Eu quero abrir o caixão, preciso ver que é ela.

- Não é permitido abrir - Maiara diz.

- Eu quero abrir, eu preciso saber se é minha mulher que está aí.

Me aproximo do caixão e começo a abrir o lacre, Maiara tenta me impedir mas a empurro pra longe, eu precisava ver pra ter certeza. Após abrir todos os lacres eu tirei forças de onde não tinha pra tirar a grande tampa de cima, me assustei quando vi aquilo, realmente tinha uma moça ali dentro, era morena mas o rosto estava todo deformado.

Não tinha como eu identificar pelo rosto que realmente era a Maraisa, mas um detalhe em específico fez meu mundo desmoronar. A Maraisa tinha uma tatuagem no busto, o nome "Léo" estava escrito em japonês, não podia ser ela ali, não consigo acreditar nisso.

Minhas pernas ficam fracas, o choque toma conta de mim enquanto observo aquela tatuagem, era igual a da Maraisa mas não conseguia acreditar que era ela ali, não podia ser verdade, eu não perdi ela pra sempre, não assim.

- Lila - Maiara se aproxima - fecha o caixão, isso vai ser pior pra ti.

Coloco a ponta dos dedos encima da tatuagem e sinto a região gelada, eu não quero acreditar, ela não está morta, não é ela aqui. As lágrimas tomam conta dos meus olhos, o meu chão some, não pode ser verdade.

//

1 ano e meio depois.

Depois da morte da Maraisa, me mudei pra fora do país, eu precisava recomeçar minha vida em um lugar que não me deixava lembranças ruins então por que não me mudar pro Estados Unidos? Abri minha empresa e está cada dia progredindo mais, estou pensando em abrir outra no Brasil pro meu negócio fluir mundialmente.

Depois daquele dia em que me destruiu, eu nunca mais soube da Maiara, apesar de eu me sentir sozinha aqui, preciso seguir minha vida. Léo está crescendo e ficando cada dia mais focado em estudar pra ser alguém na vida, mesmo que ele ainda seja pequeno, ele já sabe o que quer ser quando for adulto.

Conheci uma pessoa aqui, ela me lembra muito a Maraisa, mas não pretendo ter nada oficial com ela, ela se chama Ísis, tem a mesma idade que eu e trabalha comigo na minha empresa. Ela está consciente que não quero nada sério com ela, o que torna tudo melhor e mais fácil.

//

Alguns meses depois.

Até que enfim consegui abrir minha empresa no Brasil, vou ter que ir até lá pra poder contratar funcionários pra trabalhar comigo, a empresa daqui vou deixar a Ísis na gerência, ela sabe como eu gosto de trabalhar pois ela está na empresa desde que inaugurei.

Minha viagem ao Brasil vai ser apenas pra negócios, não pretendo ficar lá por muito tempo, o Léo vai comigo pois não confio em deixar ele com ninguém aqui, afinal, ele é minha única companhia desde então.

Comprei as passagens para hoje à noite, estou ansiosa pra pisar novamente em terras brasileiras. Penso muito em levar a Ísis comigo mas não acho uma boa ideia então deixo ela por aqui mesmo.

- Filho, já pegou as coisas que tu quer levar? - digo entrando em seu quarto.

- Não coube na mala mamãe.

- Vou pegar outra, pode levar o que quiser pois não sei quando vamos voltar.

- Tá bom mamãe.

Vou até meu quarto e pego a mala que eu havia comprado mas não precisei, volto pro quarto dele e coloco encima da cama dele pra ele por as coisinhas dele.

- Vamos sair em meia hora pra não perdermos o avião, tá?

Ele concorda e eu saio do quarto dele, volto pro meu quarto e dou uma conferida pra ver se não está faltando nada, pego meu celular e ligo pra Ísis.

"- Oi meu amor.

- Tu vai levar a gente no aeroporto? Preciso de alguém pra trazer meu carro de volta.

- Levo sim, tu passa aqui pra me pegar?

- Passo, preciso que fique com meu carro até minha volta pra ele não estragar o motor, pode usar mas com cuidado.

- Eu sei amor, vou cuidar dele assim como cuido da dona dele.

Fico em silêncio e ela prossegue.

- Vou sentir sua falta.

- Depois conversamos sobre isso Ísis, tu sabe que estou indo ao Brasil por causa da empresa.

- E se tu não voltar mais?

- Eu vou voltar, não tenho ninguém lá, meu irmão voltou pra cidade dele aqui no exterior, então não tenho por que ficar lá.

- Assim espero, sei que não temos nada, mas eu tenho planos pra gente.

- Não quero falar sobre isso agora, tu sabe que a morte da minha esposa ainda é muito recente pra mim e eu não estou pronta pra ter outra pessoa agora.

- Esquece essa mulher Marília, ela já morreu, é passado.

- Quem tu acha que é pra falar assim da minha mulher? Ela foi a melhor pessoa que já conheci e a que eu mais amei na vida, tu lava sua boca pra falar dela dessa forma - digo brava - não precisa mais levar eu e o meu filho no aeroporto."

Desligo o telefone sem dar chance de resposta a ela e vou até o quarto do Léo.

- Está pronto filho?

Ele concorda sem tirar a atenção do tablet dele. Pego as malas dele e desço as escadas, subo e pego as minhas, passo no quarto dele e ele desce comigo. Chamo um carro de aplicativo e vou pro aeroporto com o Léo. Após fazer o check-in, embarquei e cada segundo que passava me deixava mais ansiosa que o normal.

Saber que posso reviver muita coisa lá me deixou com um certo medo, mas eu tinha que fazer isso, afinal, era minha empresa e ninguém melhor que eu pra comandar e contratar meus companheiros de trabalho.

//

Amor em segredo (Malila)Onde histórias criam vida. Descubra agora