Amor em segredo (Malila)

Capítulo 14

Na minha história com a Maraisa, ambas as partes amaram intensamente, só que ela me amou cedo de mais e eu tarde o suficiente pra não ter tempo pra mostrá-la que eu a amava.

Eu poderia ter aproveitado esses 6 anos ao lado dela, mas eu fui burra de mais por acreditar que tinha encontrado meu amor verdadeiro em um covarde e estuprador.

Maraisa está na uti a quase dois meses, além do tiro que ela levou, fizeram os exames nela e constataram um traumatismo craniano devido aos chutes na cabeça.

Ela está entre a vida e a morte e pra piorar a situação eu estou grávida novamente.

Esse filho não foi planejado por que afinal, ele é fruto de um estupro, meu psicológico está tão abalado com tudo isso, só não fiz nenhuma besteira por causa do Léo.

O Murilo está preso por sequestro, tentativa de homicídio, abuso e posse de arma de fogo sem registro, pelo menos agora tenho paz.

Queria que a Maraisa tivesse aqui comigo pra poder sentir um pouco dessa paz.

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2 meses depois.

- Alô? - digo após atender a ligação.

- Marília Dias Mendonça?

- Sim, sou eu.

- Me chamo Alice, estou ligando do hospital Goiânia leste.

- Aconteceu alguma coisa com minha mulher?

- Ela acordou e a primeira coisa que ela falou foi seu nome.

- Ela está podendo receber visitas?

- Podemos ver com o médico, poderia vir aqui pra mais informações? Não somos autorizados a dizer nada sobre os pacientes por telefone.

- Vou me arrumar e vou ok? Obrigada.

Desligo o celular e um sorriso aparece em meu rosto. Ela acordou, esperei tanto por esse dia.

Coloco uma roupa larga que não mostra minha barriga, peço pra Mai ficar com o Léo e vou pro hospital.

- Bom dia - Digo pra moça da recepção - eu vim ver a Carla Maraisa.

- Bom dia, poderia me dizer seu nome?

- Marília Dias Mendonça.

- Pode aguardar um pouquinho, já o médico te chama.

Concordo com a cabeça e me sento na cadeira pra esperar, alguns minutos depois o médico aparece.

- Marília Dias Mendonça.

- Sou eu - me levanto e vou até ele.

- Me acompanhe até meu consultório.

Concordo com a cabeça e vou com ele.

- Sente-se - ele aponta pra cadeira e eu me sento.

- Como a Maraisa está doutor?

- O quadro dela é estável no momento, diminuímos os sedativos pra ver como ela iria reagir e está bem, só que ela não se lembra de nada daquele dia, ela não faz ideia do por que tá aqui.

Ele diz isso e minha mão vai para a minha barriga, como vou falar pra ela que fiquei grávida se ela não se lembra? Ela vai achar que eu a trai.

- É bem provável que ela te pergunte o porque de estar aqui, no momento recomendo não falar pois pode ser um choque pra ela.

- Quando eu posso falar doutor?

- Tu tem que esperar ela se lembrar aos poucos pois o trauma foi muito forte pra ela.

- Quanto tempo isso pode demorar?

- Pode demorar dias, meses ou até anos, isso depende de como o cérebro dela vai reagir ao trauma.

- Mas ela vai se lembrar um dia?

- Ela pode se lembrar, mas também pode ter apenas uma lembrança de não se lembrar de algo completamente, falar pra ela diretamente ela pode não acreditar, pode entender totalmente errado ou até ter crises, então não recomendo falar.

Se eu não posso falar o que realmente aconteceu, como vou falar que estou grávida? O Murilo sempre acabando com minha vida.

Me despeço do médico e vou até o quarto da Maraisa que sorri ao me ver.

- Oi meu amor - ela diz.

- Oi - digo segurando o choro.

- Tu tá bem? - ela me olha um pouco preocupada.

- Eu.. Eu.. Tô bem e tu?

- Tô com uma sensação de não me lembrar de algo mas tô bem.

- Logo tu vai sair daqui tá? Eu e o Léo estamos com saudades.

- Como o Léo tá?

- Ele tá bem - sorriso fraco - tá cada dia mais espoleta e tá quase andando.

- Por que não trouxe ele?

- Ele ficou com a Mai, logo tu vê ele.

Me aproximo dela e dou um selinho.

- Amor - ela me olha - eu tive um sonho estranho.

- Que sonho?

- Não me lembro direito, mas eu ouvi um tiro, ouvi a Maiara me chamando, não lembro.

- Foi só um sonho amor, não se preocupa - sorrio fraco.

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