Capítulo 57

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Pov Maraisa.

Enfim no Brasil, aluguei um apartamento já mobiliado pra alguns dias e um carro pra facilitar meu trabalho, a caminho do apartamento, eu decidi mudar o caminho e ir no túmulo da Maraisa, fazia tempo que eu não ia lá e eu queria sentir ela perto de mim pelo menos um pouquinho.

Comprei algumas flores pra ela e comecei a andar pelo cemitério segurando a mão do Léo, ele não estava entendendo nada então apenas me acompanhava, após chegar no túmulo da Maraisa, coloquei suas flores próximo a cabeceira do túmulo e sua grande foto chamou a atenção do meu filho.

- A mamãe Mara tá aqui?

- Sim filho, infelizmente ela está com o papai do céu agora.

- É muito longe mamãe?

- Sim filho, é muito longe, ela tá lá no céu - aponto pra cima.

- Ela não vai voltar?

- Infelizments não, a mamãe Mara está olhando pela gente lá de cima, mas a gente não consegue ver ela.

Ele olha pra cima por um tempo e da um tchauzinho, ele realmente não sabia da morte da Maraisa, ele foi no velório comigo mas não viu que a Maraisa estava lá, ele só achou que eu e a Maraisa nos separamos e não iríamos mais ver ela.

Após um tempo ali observando a foto da Maraisa, senti como se ela tivesse comigo, uma paz tomou conta de mim, um sorriso apareceu em meu rosto e o vento bateu em meus cabelos, eu estava sentindo ela ali, mas todo isso foi quebrado quando vi a Maiara se aproximando.

Me afastei do túmulo e segurei a mão do meu filho.

- Vamos embora Léo.

Saio andando pelo outro lado mas a Maiara me chama, eu podia fingir que não ouvi mas o Léo parou ao ouvir a voz dela.

- Oi Lila - Maiara diz me olhando - quanto tempo, oi Léo, tu cresceu rapazinho.

- Oi Maiara - digo sem fazer muita questão.

- Voltaram quando do Estados Unidos? Não sabia que viria pra cá.

- Eu vim a negócio, pretendo voltar logo pra lá.

- Uma pena, tem um tempinho pra um café?

- Eu acabei de chegar de viagem, preciso descansar afinal a viagem foi longa e o Léo não está acostumado com isso, preciso ir.

- Tá certo, tu trocou o número do telefone? Podemos marcar alguma coisa.

- Como eu disse, eu vim a trabalho então melhor não.

- Tudo bem, até mais.

- Até.

- Tchau titia Mai - Léo diz me fazendo sentir um gelo muito grande.

- Tchau Léozinho.

Saio com meu filho dali o mais rápido possível e vou para o hotel, eu precisava de um tempo pra espairecer a cabeça então dei um banho no Léo e dei algo pra ele comer, fiz ele dormi e consegui descansar também.

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Os dias estão sendo tão acorridos, contratei alguns funcionários que ao meu ver são bons pra trabalhar pra mim. O Léo sempre vai pra empresa comigo, não tenho com quem deixar ele então sempre levo ele.

Estar no Brasil, me deixou um pouco triste pelo fato de algumas coisas me lembrar a Maraisa, eu nunca a esqueci é isso torna tudo mais difícil minha estadia no Brasil.

Desde que eu vim ao Brasil a um pouco mais de uma semana, fui no túmulo da Maraisa umas quatro vezes, estar com ela me trás paz e eu preciso disso nesse momento.

Ouço batidas na porta me tirando dos pensamentos que estavam me consumindo.

- A senhora ainda vai precisar de mim? - Joice diz na porta.

- Eu preciso que tu revise esses documentos e veja se ficou algum sem assinar, amanhã quero eles na minha mesa antes do almoço e veja também alguns currículos que entregaram na portaria, preciso dar uma olhada pra contratar mais pessoas, mas, isso é pra amanhã, hoje tu já está dispensada.

- Ta bom, senhora Mendonça, até amanhã então.

- Até.

Ela sai e eu fico observando até ela sumir atrás da porta, ela é uma boa moça, atenciosa e esforçada, coloquei ela pra ser minha secretária na minha estadia no Brasil. Quando eu for pra fora novamente estou pensando em por ela na gerência, ela é uma pessoa que entende do meu negócio e eu sei que estarei deixando tudo em boas mãos.

Não quero sair do Brasil deixando a Joice apenas como uma das muitas funcionárias dessa empresa, quero levar uma amizade com ela desde então, sempre me esforço pra que isso não demore a acontecer pois pretendo voltar ao Estados Unidos logo.

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Após um dia cansativo, finalmente cheguei em casa, mexer com contabilidade de empresa é cansativo mas como tudo isso é meu, não confio em deixar na mão de qualquer um.

Dei um banho no Léo e tomei um rapidinho também, apesar de estar cansada, decidi assumir frente do fogão e fazer uma jantinha básica pra eu e o Léo não passar sem comer nada, eu havia feito compra assim que chegamos então, ainda tem muita coisa na geladeira.

Fiz um arroz branco, feijão, um purê de batata e fritei um bife rapidinho. Coloquei pro Léo comer e coloquei em um prato pra mim.

- Mamãe - Léo me olha enquanto sento na cadeira ao seu lado.

- Oi filho.

Ele me olha por alguns segundos sem dizer nada mas toma a iniciativa.

- Por que a mamãe Mara está dentro daquela caixa de cimento? Ela respira lá dentro?

Ele não sabe como isso tudo dói, mas entendo ele querer saber, afinal, ele viveu com a Maraisa por um bom tempo.

- Não filho, a mamãe Mara não respira lá dentro, ela não está mais viva, ela mora lá com o papai do céu agora.

- Mas por que ela morreu?

Eu fui atrás de quem havia matado a Maraisa, mas nem eu e nem a polícia conseguiu respostas pra isso, afinal, ela foi encontrada em outra cidade e isso dificultou pois não havia câmeras onde ela foi morta.

- Todos nós vamos morrer um dia, mas a hora da mamãe Mara chegou mais cedo do que imaginávamos, ninguém esperava que ela morreria tão nova - parei e dei uma pausa pra respirar e não chorar - mas não se preocupa com isso, ela está cuidando de nós lá de cima.

- Tá bom mamãe - ele coloca uma colherada na boca.

Falar sobre a Maraisa, ainda me deixa triste e isso fez eu perder o apetite, mas pra ele não perceber que fiquei abalada com isso, comi pelo menos um pouco mesmo sem vontade.

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Amor em segredo (Malila)Onde histórias criam vida. Descubra agora