Capitulo 29

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27 dias depois.

Pov Marília.

Hoje acordamos cedo, Maraisa está ansiosa e com medo pois hoje será o julgamento do Murilo, ela está pensativa, distante.

- Amor? - chamo sua atenção - tá pensando em que?

- Eu tô com medo Lila, depor contra o Murilo já está sendo um pensamento complicado e agora desse jeito - ela olha pro teto novamente.

- Vai dar tudo certo meu amor, vou estar lá contigo.

Ela concorda com a cabeça e encosta no meu peito. O julgamento vai ser 15:30 da tarde e ainda são 10:45 da manhã, o tempo não passa, a Maraisa fica mais tensa a cada hora, saber que ela está preocupada com o que pode acontecer após o julgamento me deixa aflita.

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- Eu tô com medo Lila - Maraisa diz dentro do carro na frente do tribunal do júri.

- Eu sei meu amor, mas eu vou estar lá contigo, não vou sair do seu lado.

- Eu te amo muito Lila.

- Eu também te amo muito meu amor, agora vamos?

Ela concorda com a cabeça e eu saio do carro, abro o porta malas e pego sua cadeira de rodas, fecho e vou até a porta do passageiro, como ela está com o braço quebrado ela não consegue sair do carro usando as mãos ainda então a pego no colo e coloco na cadeira.

Entramos no tribunal e encontramos nosso advogado esperando por nós, ele vai ser a acusação do Murilo nesse julgamento. Ele se aproxima e começa a falar com a Maraisa.

- Eu sei que o caso dele pode ter várias reviravoltas, mas espero que esteja preparada pra qual seja a decisão do júri, ele pode ser solto hoje como também pode ser que ele pegue até 20 anos de reclusão.

Ela concorda com a cabeça e entramos na sala onde iria ocorrer o julgamento, olho a minha volta e vejo minha mãe me olhando com a cara séria, ela não gostou nada de me ver ali com a Maraisa.

Ignoro sua presença e me sento em uma das cadeira deixando a Maraisa do meu lado. Murilo entra na sala com as mãos algemadas e colocam ele sentado de frente para a bancada do júri, o olhar dele mexeu comigo, não de uma forma de prazer ou certas intenções mas sim me deixou com medo, ele estava com o semblante sério, sem expressar emoções, seu olhar direto pra Maraisa me deixou preocupada.

O júri entra e se senta nos lugares a frente do Murilo, logo após todos de levantam e o juíz entra, nos sentamos novamente e ele começa a falar.

- declaro como aberto o julgamento de Murilo Huff, acusado de sequestro e tentativa de homicídio contra Carla Maraisa Pereira - ele bate o martelo na bancada de madeira e prossegue olhando pro Murilo - entendeu qual é a acusação?

- Sim excelentíssimo senhor.

Onde o desgraçado aprendeu isso? Que eu saiba ele não sabia disso, Murilo sempre foi burro e ele dizer "excelentíssimo senhor" pra mim foi de cair o queixo.

- Qual a sua versão sobre os fatos? - juíz pergunta.

- Quando minha esposa fugiu com meu filho, eu fiquei sozinho, eu não queria isso por que eu amava muito minha mulher.

Maraisa estava segurando minha mão, mas ao ouvir o Murilo dizer que me amava ela apertou me fazendo fechar os olhos pela dor e olhar pra ela em seguida fazendo ela parar de apertar.

- A Maraisa tirou minha mulher de mim, tirou meu filho que era um bebê ainda, eu segui a irmã dela até a cidade onde as duas estavam morando e elas entraram em um mercado, eu esperei elas voltar e a intenção era seguir elas até a casa onde eu encontraria minha esposa e meu filho novamente, mas eu recebi uma ligação e essa pessoa me disse que teria a possibilidade dela não me levar até meu filho e a minha mulher e sim pra mais longe, então eu sequestrei ela, eu não ia machucar ela mas ouvir ela falar que ama a minha mulher me fez perder a cabeça e eu acabei espancando ela, depois liguei pra minha mulher pelo telefone dela e mandei ela ir até o local.

- Essa ligação foi feita por quem? - juíz pergunta - Marília Huff Mendonça esteve presente no local na hora do ocorrido?

- O remetente da ligação eu não posso falar agora, pois estarei colocando minha vida em risco e a Marília foi até lá depois que eu liguei pra ela na intenção de tirar a Maraisa de um possível perigo.

- Acusação, por favor - ele se refere a ir até o meio.

- Tu confirma ter espancado Carla Maraisa Pereira?

- Confirmo - ele diz sem expressar reação.

- Tu não possuía porte de arma de fogo, onde conseguiu aquela arma?

- Eu comprei em um mercado clandestino.

- Sua intenção era matar Carla Maraisa naquele dia?

- Não, mas depois que recebi aquela ligação, matá-la era a única forma que encontrei de tirar ela do meu caminho, assim eu teria minha mulher e meu filho de volta, eu apontei a arma pra ela mas minha mulher entrou na frente e os polícias entraram atirando contra mim.

- Tu confirma ter apenas espancado Carla Maraisa Pereira naquele dia ou ocorreu algo mais?

- Foi só isso mesmo - ele responde me deixando tensa.

Como ele consegue mentir assim? Esse filho da puta me estuprou, me obrigou a transar com ele na frente da Maraisa, além disso me engravidou e depois tirou minha filha de mim.

- Senhores jurados, estamos vendo que o acusado não deu prosseguimento ao ocorrido pelo fato dos policiais entrarem atirando contra ele, ele poderia ter matado aquela moça mas foi impedido por segundos, um homem desse não pode ficar a solta. Sem mais perguntas excelentíssimo - a advogado de acusação volta pro lugar dele.

- Defesa, por favor - o advogado do Murilo se levanta.

- Tu se arrependeu do que fez?

- Sim, eu não queria ter machucado ela.

- Além do seu filho e da sua esposa, teve mais algum motivo para que tu quisesse tirar a vida de Carla Maraisa?

- Vingança, ela não aceitou ver minha mulher se tornar minha noiva, ela estragou meu casamento quando voltou do coma que ela se colocou em uma tentativa de suicídio.

- Vingança pelo motivo dela ter acabado com seu casamento ou tirado seu filho e sua esposa do seu lado?

- Os dois, essa mulher manipulou a Marília pra elas fugirem.

- Como podem ver senhores jurados, meu cliente agiu por impulso ao espancar Carla Maraisa, como meu cliente mesmo disse, sua esposa foi manipulada pela vítima.

- Protesto excelentíssimo - a acusação grita - a defesa está manipulando o júri de uma coisa que não há provas.

- Protesto aceito - juíz diz.

- Meu cliente é inocente das acusações feitas a ele - a defesa diz olhando para o júri e depois para o juíz - sem mais perguntas.

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Amor em segredo (Malila)Onde histórias criam vida. Descubra agora