Capítulo 53

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Pov Maraisa.

Acordei e olhei ao meu lado, a Marília não estava na cama, deduzi que ela havia descido pra preparar o café, então fiquei deitada mais um pouco, devido a sua demora, resolvi levantar, tomei um banho rápido e desci, ela estava na sala sentada no sofá.

- Amor? - ela me olha - tá tudo bem?

- Me ligaram, era do presídio - a observei esperando que ela continuasse - me disseram pra eu comparecer no presídio pra pegar os pertences do Murilo, ele foi assasinado essa noite.

Eu não sabia se comemorava ou ficava preocupada, mas vendo a Marília daquela forma me deixou um pouco preocupada, ela estava abalada com isso tudo.

- Eu sei que agora teremos paz, mas não acaba aqui.

- Não?

- Não, Murilo tá morto, minha mãe também, João Gustavo não tem mais uma pessoa pra dar ordens a ele, então provavelmente não virá atrás da gente, mas agora, o Léo é pequeno pra entender que o pai dele morreu, ele sabe que tem um pai mesmo que não esteja presente na vida dele, como vou dizer a ele que ele não tem mais?

O Léo nunca teve um pai, ele sempre foi meu filho.

- O Léo é meu filho Lila, meu e seu.

- Tu sabe que não é bem assim, o Léo tem um pai ou pelo menos tinha, tudo bem que a gente considere ele como seu filho também, mas ele não é.

- Tu tá me dizendo que o Léo nunca foi meu filho? - sorrio incrédula - eu não tô ouvindo isso de ti não né?

- Tu sabe que o Léo não é seu filho Maraisa, a gente criou ele juntas, mas ele não é seu filho.

- Tá bom Marília - seguro o choro - eu não esperava isso de ti.

- Eu não menti Maraisa.

- Tá bom, eu preciso ficar sozinha - viro as costas e subo novamente pelo elevador.

Passo pelo quarto do Léo e ele está dormindo, fico observando ele por um tempo enquanto as lágrimas escorrem pelo meu rosto em silêncio pra não acorda-lo, Marília me magoou muito em dizer que o Léo não é meu filho.

A dor de ouvir aquelas palavras acabou comigo, eu não sabia mais o que pensar, eu estava destruída. Talvez, eu nunca tenha tido nada disso aqui, eu roubei a vida dele, roubei a mulher dele, o filho dele,  a vida que ele teria, eu roubei, talvez isso tudo não era pra estar acontecendo.

Vou até meu quarto e pego algumas roupas, pego minha carteira, meu celular e as minhas chaves. Desço pelo elevador e não vejo ninguém, suspiro aliviada por não ter que dar explicação e saio de casa, pego o carro e saio sem me preocupar com voltar.

Andando pela cidade em busca de algum lugar pra eu parar um pouco, vi uma pracinha cheia de crianças brincando, casais juntos, idosos fazendo caminhada e resolvi parar um pouco, abaixei os vidros do carro e fiquei ali mesmo pensando em o que fazer de agora em diante.

Meu celular toca e eu vejo que é a Marília, coloco no silencioso e deixo de lado, eu precisava ficar sozinha agora, não sei se é a decisão certa a se fazer mas eu precisava desse tempo pra por minha cabeça no lugar.

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Já estava anoitecendo, eu passei o dia dentro do carro, só sai pra comprar uma água, as lágrimas me acompanharam na maioria do dia, Marília não deixou de me ligar e mandar mensagens, Maiara também não, mas resolvi ignorar, se a Marília queria me deixar mal, ela está de parabéns.

Saio com o carro da pracinha e procuro um hotel pra passar a noite, eu precisava descansar e na rua seria bem difícil e perigoso. Após conseguir um quarto eu precisava de um bom banho, largo tudo na cama e vou pro banheiro, tomo um banho demorado pra esfriar a cabeça e deito na cama, peço pra trazerem o jantar pra mim no quarto pois não estava afim de descer e ver gente. Como e deito na cama, pego meu celular e vejo muitas chamadas perdidas da Marília e várias mensagens.

"- Tu sabe que não é bem assim, o Léo tem um pai ou pelo menos tinha, tudo bem que a gente considere ele como seu filho também, mas ele não é.

- Tu tá me dizendo que o Léo nunca foi meu filho? - sorrio incrédula - eu não tô ouvindo isso de ti não né?

- Tu sabe que o Léo não é seu filho Maraisa, a gente criou ele juntas, mas ele não é seu filho."

Aquelas palavras ainda estavam me perseguindo, eu não iria conseguir dormir assim, liguei na farmácia e pedi pra entregassem um sonífero no hotel, tomei e finalmente consegui dormi.

- Te achei filha da puta.

Acordo assustada e olho a minha volta, vejo um homem de costas na porta.

- Achou que ia se livrar de mim né?

- Quem é tu? O que quer aqui?

- Chegou sua hora Maraisa, tu vai por inferno agora.

Sem ter chance de resposta, uma arma é direcionada pra mim e disparada, pois depois disso não vi mais nada.

Amor em segredo (Malila)Onde histórias criam vida. Descubra agora