Desafios de Valência

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Em uma cabana em meio ao nada, a chuva caía com mais intensidade do lado de fora. Jimin sentou-se no chão empoeirado, enquanto Jungkook procurava madeira em alguns cantos para acender a pequena lareira.

A lareira foi acesa com dificuldade, pois a pouca madeira que havia estava úmida.

Diante da chama, que transmitia um calor confortável, Jungkook sentou-se ao lado de Jimin, que tinha os olhos vermelhos e marejados. As palavras fugiam de sua boca, deixando-o sem saber o que dizer.

- Posso abraçá-lo? - Gentilmente Jeon pediu, recebendo apenas um sinal positivo em resposta, encostando-se no ombro alheio.

- Quero abdicar. Nunca quis a coroa. - Jimin afastou-se do abraço cautelosamente, pois, de certa forma, era desconfortável.

- Sei que é extremamente difícil, mas Valência precisa de alguém para governá-la, e acredito que você seja a melhor pessoa para isso. Pense no seu povo, como penso no meu.

- Pretende voltar para Eldoria?

- Desde que cheguei a este reino, mas se o rei de Valência me permitir, voltarei sempre. - Respondeu Jungkook, seus olhos encontrando os de Jimin com uma intensidade que fazia parecer haver uma corrente elétrica entre eles. Voltando ao seu modo comum, Jungkook tentou reconfortar o novo rei. - Lide com seus conflitos no seu tempo. Tente descansar, seu dia foi sobrecarregado.

Jungkook e Jimin trocaram um boa noite antes de tentar adormecer naquela cabana chuvosa, aquecida pelas pequenas chamas da lareira.

O calor da lareira iluminava os rostos de ambos, refletindo as chamas nos olhos de Jungkook, enquanto Jimin, ainda com os olhos marejados, encontrava um breve momento de paz. A cabana, embora simples e desgastada, se tornava um refúgio temporário para os dois, longe das intrigas e responsabilidades que os aguardavam.

O som da chuva caindo no telhado e o silêncio trocado por olhares que exalava um sentimento reconfortante. Jimin deitou-se no colo de Jungkook, que acariciava suas madeixas com ternura. Ele não conseguia acreditar que seu principezinho estava aceitando seu carinho.

Enquanto acariciava o cabelo de Jimin, Jungkook observava o rapaz adormecer. Jimin parecia um anjo, sua beleza era surreal, deixando Jungkook inebriado. A expressão angelica no rosto de Jimin contrastava com a tempestade lá fora.

O dia amanhecia, e o sol entrava timidamente pelas frestas da velha cabana. Os dois nem ao menos se deram conta de que a chuva havia cessado.

Ao acordar, Jimin observou Jungkook, mesmo que sua cabeça estivesse latejando.

- Bom dia, príncipe. - Jungkook sussurrou ao despertar.

- Não sei se é bom. Minha cabeça está a mil por hora e mal acordei. - Jimin passou as mãos, puxando seu cabelo para trás em frustração.

- Não está sozinho.

- Tenho que voltar ao castelo. - Disse o mais novo rei, inquieto.

Jimin levantou-se, limpando a poeira das vestes, e estava prestes a caminhar em direção à soleira quando sentiu o braço de Jungkook puxando-o para mais perto. observando a face um do outro,mas nada foi dito.

O caminho de volta ao castelo foi silencioso como um túmulo, o que deixou Jungkook inquieto com a fragilidade de Jimin, o que causava uma sensação terrível em seu estômago.

Ao chegarem aos enormes portões reais, os dois pararam solenemente. Jimin parecia puxar todo o ar dos seus pulmões para absorver a coragem necessária para assumir suas responsabilidades, que incluíam lidar com sua mãe, a mulher que mal reconhecia.

- Park, lembre-se de que não está sozinho. - Jungkook murmurou suavemente.

Jimin assentiu, sentindo um leve conforto enquanto finalmente passava pelos guardas. Ele olhou para trás, vendo Jungkook parado e sorrindo para si.

- Não vem comigo? - Perguntou, confuso com a atitude do rapaz de permanecer ali.

- Não posso. Você tem que fazer isso sozinho. Confio em ti, rei.

Jungkook observou Jimin desaparecer nas profundezas do castelo, sentindo uma mistura de orgulho e preocupação. Ele sabia que o caminho à frente seria árduo, mas acreditava na força e na coragem de Jimin.

Dentro do castelo, Jimin caminhava com determinação, pronto para enfrentar sua mãe e os desafios que viriam. Ele sabia que, embora Jungkook não estivesse fisicamente ao seu lado, seu apoio estava presente, dando-lhe a força necessária para continuar.

Jimin permitiu-se adentrar nos aposentos da rainha sem ao menos se apresentar. Passou pela porta, batendo-a atrás de si, encontrando a mulher a observar a vista da janela. Sabia que ela estava tentando refletir ou inventar qualquer coisa para calá-lo.

- Não sei se fui claro o suficiente, mas não a quero neste reino. Se ficar, não terei opção a não ser mandá-la para um calabouço.

- Eu sou sua mãe. Aquele rei fez a sua cabeça contra mim. É um plano dele para tomar sua coroa! QUANDO DEIXARÁ DE SER UM BEBÊ!? HAJA COMO UM HOMEM, PARK JIMIN!

- Por quê? Sempre foi desta forma? Estive cego todos esses anos? Todo esse tempo que esteve fora realmente foi para cuidar da minha tia? - O rapaz carregava uma amargura em sua voz.

Sua mãe já não o respondia; apenas desviou seu olhar.

- Arrume suas malas. Irei mandar os guardas levarem-na para fora de Valência. Pouparei meus súditos não deixando que os boatos corram à solta.

O jovem rei, de cabelos negros e feição triste, saiu pisando forte, tentando mostrar uma determinação que já não estava sendo mantida com força suficiente. Ele sabia que precisava ser firme, mas a dor e a traição que sentia eram quase insuportáveis.

Caminhando pelos corredores do castelo, Jimin sentiu a cada passo, sua mente fervilhava com pensamentos de dúvida e dor. Ele sabia que tinha feito a coisa certa, mas a amargura da verdade o consumia.

Quando finalmente saiu para o pátio do castelo, encontrou Jungkook esperando por ele. O olhar preocupado de Jungkook se encontrou com o de Jimin, que tentou esboçar um sorriso, mas a tristeza era evidente.

Sangue Real - A saga de Eldoria e Valência Onde histórias criam vida. Descubra agora