Uma corrente gélida percorria todo o corpo de Kang Dong Won, suas mãos tremiam, pois finalmente estava diante do assassino de seu pai. Ele tentou conter todo o seu ódio para não matá-lo naquele instante. Uma mistura de emoções estava detida em todo os seu ser.- O QUE ESSE CAMPONÊS FAZ AQUI!?- Bradou o rei, olhando com desdém os trajes simples do rapaz.
- Ele é meu convidado. - Interpôs-se Jimin, colocando-se à frente de Dong Won, que não tinha estômago para digerir aquela situação e se encontrava paralisado.
- ISSO É UMA DESONRA! NÃO VOU ACEITAR ISTO NOVAMENTE, PARK JIMIN, NÃO BASTA AQUELE OUTRO CAMPONÊS SUJO? Vai aprender uma lição. GUARDAS!
Jimin expressava fúria em seus olhos cintilantes, enquanto Dong Won ficava atrás dele, observando toda a discussão sem interferir. Ele apenas segurou discretamente a barra das vestimentas de Jimin, temendo o que o rei poderia fazer com seu próprio filho.
Passos apressados ecoavam pelo cômodo, indicando a chegada dos guardas. O ambiente tenso e a atmosfera carregada sugeriam que algo estava prestes a acontecer.
- Prenda esse camponês.
- NÃO! - Jimin proferiu empurrando Dong Won ainda mais para trás dele na tentativa de evitar que o levassem daquela forma. - Isso não é justo, eu que o convenci a entrar no castelo, deixe-o ir.
O príncipe não teve forças suficientes para impedir que levassem Dong Won para um calabouço qualquer. Viu-o ser arrastado pelos guardas do seu pai, que permaneceu no cômodo com uma expressão de desgosto voltada para o filho.
- O que irá fazer com ele? - Questionou.
- Ainda não sei, mas não vou permitir que arruíne nosso nome na lama. Nossos súditos precisam nos respeitar, Park Jimin.
- Seus súditos são pessoas como o camponês que mandou prender agora há pouco. Isso me enoja de todas as formas possíveis, não tens escrúpulos, majestade.
Um tapa foi desferido no rosto do rapaz com grande eficiência, deixando-lhe uma marca vermelha.
- Não ouse tocar em mim! Já está ultrapassando a linha, rei.
- É melhor controlar sua boca, seu insolente, ou irá fazer companhia ao camponês.
Com passos pesados, o rei saiu do quarto e fechou a porta atrás de si. O som das chaves logo alertou Jimin de que mais uma vez ele seria trancado, mas o príncipe tinha suas artimanhas. Não era a primeira vez que seu querido pai fazia isso.
Jimin saiu pela janela como muitas outras vezes, segurando-se nas estruturas da parede para atravessar para o quarto ao lado, restrito apenas para visitantes, onde a porta sempre permanecia aberta.
Com um ardor em seu rosto após o tapa, o jovem não se deixava abalar facilmente. Com passos leves para evitar fazer barulho, atravessou os quartos sem muitas dificuldades. Ao olhar pela brecha da porta, certificou-se de que não havia ninguém por perto. Seu campo de visão era apenas um vasto corredor iluminado por tochas presas às paredes. Sorrateiramente, saiu em direção ao calabouço, determinado a encontrar Dong Won. Jimin não ficaria bem consigo mesmo sabendo que deixou o rapaz preso naquele ambiente sujo por sua causa.
Esperou escondido até que o guarda responsável pelas chaves caísse em um sono profundo. A espera o deixava impaciente, mas logo escutou roncos altos e viu o homem dormindo. Observando o lugar frio e com cheiro de mofo, arriscou-se a andar nas pontas dos pés, parando ao lado do homem de boa estrutura sentado em uma cadeira. Com delicadeza e alguns murmúrios de sonho, o guarda mexia-se, deixando o príncipe sem ar às vezes. Uma gotícula de suor escorria pela testa de Jimin, suas mãos suavam até que a chave se desprendeu.
Ligeiramente, Jimin adentrou o calabouço, cuidadoso para não fazer barulho que pudesse alertar os guardas. O ambiente sombrio e úmido contrastava fortemente com a elegância dos salões do castelo. As paredes de pedra exalavam um odor de mofo e desesperança, enquanto correntes enferrujadas ecoavam os sons das tentativas de fuga de prisioneiros passados.
Ao sussurrar o nome de Kang Dong Won, Jimin viu o jovem camponês levantar-se rapidamente do chão, seus olhos revelando uma mistura de surpresa e esperança. As correntes que o prendiam tilintavam fracamente quando ele se aproximou das grades da cela, seus movimentos ainda cautelosos devido ao desconhecido.
- Estou aqui. - Disse Jimin, tentando descobrir qual das chaves abria a cela. Com temor pelo tempo, ele se apressava com mais vigor. Após várias tentativas, a cela finalmente se abriu, restando somente as correntes presa ao pés.
O príncipe agiu com agilidade, utilizando as chaves que havia conseguido para soltar as correntes que aprisionavam o rapaz. Com movimentos precisos e rápidos, Jimin libertou Kang Dong Won da cela, permitindo que ele se erguesse com um suspiro de alívio.
Os dois jovens trocaram um olhar breve, carregado de um entendimento mútuo silencioso. Jimin foi surpreendido pelos braços firmes do camponês envoltos em um abraço inesperado. A aflição de Jungkook se tornou evidente, e o rei encontrou consolo nos braços do príncipe, que não conseguia entender o motivo das lágrimas.
Durante todo o tempo em que esteve preso, Jeon Jungkook teve medo de fracassar e, mais que tudo, sentiu saudades de seu pai. Não tinha o álcool para confortá-lo, apenas o príncipe naquele momento, o que era tão irônico.
- Dong Won, você precisa sair daqui, não é seguro. - Argumentava Jimin, tentando fazer o rapaz se afastar dele.
Jungkook afastou-se do abraço reconfortante do príncipe, notando a marca vermelha em seu rosto.
- O que aconteceu? - Ele levantou a mão para tocar no rosto de Jimin, mas o príncipe o impediu segurando sua mão.
- Não foi nada. Temos que arranjar um jeito de te tirar deste lugar, está me entendendo? Não conhece o meu pai, ele consegue ser horrível, você não imagina o quanto.
No ambiente escuro e sujo, com o odor desagradável pairando, Jungkook olhava nos olhos de Jimin, percebendo o quão assustado ele estava apesar de lutar para não transparecer. Ele notou que Jimin não era uma miniatura do rei mau, mas sim uma vítima daquele monstro.
- Vem comigo, não fique. Vamos sair juntos. - Dong Won falava com firmeza em sussurros para não serem escutados pelos guardas ou outros prisioneiros.
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Sangue Real - A saga de Eldoria e Valência
RomanceAté onde iria a rivalidade? Eldoria e Valência são dois reinos inimigos que estão em uma profunda guerra. O jovem rei Jeon Jungkook busca vingar a morte de seu pai e não medirá esforços, por isso decide infiltrar-se no reino inimigo, onde viverá emo...