Capítulo 2

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Enquanto Ariany se afastava, meu coração batia um pouco mais rápido do que o normal. Havia algo naquele encontro que mexia comigo de uma maneira diferente, algo além da gratidão pela sua gentileza e profissionalismo. Talvez fosse a maneira como seus olhos transmitiam compreensão e calma, ou a forma como suas palavras ecoavam em minha mente, trazendo conforto.

Decidi então digitar aquele nome no Instagram, curiosa para saber mais sobre ela. Encontrei a conta, mas para minha indignação, era privada. Com um suspiro resignado, guardei meu telefone e me preparei para voltar ao quarto onde meu pai estava, pois minha mãe me aguardava.

Voltei ao quarto e, de forma resumida, compartilhei com minha mãe o que havia acontecido na cafeteria. No entanto, decidi não mencionar minha tentativa de encontrar Ariany no Instagram. Não parecia apropriado compartilhar esse detalhe pessoal, especialmente considerando o momento delicado que estávamos vivendo com a saúde do meu pai.

Ariany Pov

Após meu café com Helena na cafeteria, senti-me um pouco pensativa. Helena tinha um olhar cansado e frio, como se estivesse perdida em sua própria bagunça, sem brilho e sem alegria.

Meu momento de reflexão foi interrompido abruptamente quando Fernanda me puxou para um quarto vazio, pegando-me de surpresa.

— Você está maluca, mulher?, — respondi em um tom ofegante, tentando entender o que estava acontecendo.

— Está devendo?, — ela respondeu, rindo, como se estivesse se divertindo com a situação. — Me diz que você vai me ajudar!, — suplicou quase em um pedido desesperado.

— Ajudar? Não me venha com suas loucuras de novo, estou traumatizada pela última,         — retruquei, rindo indignada. A última vez que Fernanda me envolveu em uma de suas confusões ainda estava fresca na minha memória.

—E eu juro que é a última vez, nunca mais te peço nada!, — ela insistiu, tentando me convencer.

Revirando os olhos, cruzei os braços. — Por que você sempre precisa de uma amiga junto quando quer transar? Sabia que há encontros a dois e não duplos?, — provoquei, meio exasperada com a situação.

Fernanda riu, parecendo não se importar com minha implicância. — Ah, Ariany, você sabe que eu gosto de compartilhar experiências. Além disso, é mais divertido com você por perto! — Sacudindo a cabeça, dei um suspiro resignado.

— Mais divertido? E quando será isso?, — questionei, tentando entender o que Fernanda tinha em mente.

— Ela respondeu prontamente: — Será no domingo, amiga. Diz que vai, por favor?

Senti-me dividida. — Sem chances, — respondi com firmeza. — Vou sair com o Gabriel. Eu já prometi minha folga a ele. Além disso, não estou afim de conhecer ninguém agora, Fe. Estou com muito trabalho e pouco tempo para mim e para o meu filho. Dessa vez, fico te devendo.

Fernanda suspirou, parecendo resignada. — Ah, Ary, sério? Tudo bem. Te perdoo pelo Gabriel.

Apesar da insistência de Fernanda, ela sabia que era importante priorizar meu tempo com meu filho e cuidar de mim mesma. Talvez mais tarde, quando as coisas estivessem mais calmas, eu pudesse reconsiderar participar de suas aventuras, mas por agora, meu foco estava em Gabriel e em equilibrar minha vida pessoal e profissional.

Depois de passar em alguns quartos e verificar alguns pacientes, decidi dar uma rápida olhada no meu telefone. Para minha surpresa, havia uma mensagem da minha mãe dizendo que Gabriel estava um pouco enjoadinho e com febre. Meu coração se apertou ao ler aquilo. Como já era tarde e eu estava no meio do plantão, enviei rapidamente uma mensagem de volta, dizendo que ela poderia me ligar a qualquer hora caso precisasse de ajuda ou se Gabriel piorasse.

Amor sem medidas (LÉSBICO)Onde histórias criam vida. Descubra agora