Capítulo 5

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Enquanto a equipe trabalhava com eficiência, comecei a conversar com o Sr. Santana para mantê-lo calmo. — Senhor Santana, sei que está sentindo muita dor agora, mas estamos fazendo tudo o que podemos para aliviar isso. Você vai ficar bem.

Ele acenou levemente, o rosto relaxando um pouco conforme os medicamentos começavam a fazer efeito. Depois de alguns minutos de tratamento, sua pressão começou a estabilizar e a dor no peito diminuía.

— Vamos monitorá-lo e preparar para um cateterismo cardíaco, se necessário,          — disse, sentindo uma ligeira sensação de alívio ao ver sua condição melhorar.

Ser chefe no hospital não era fácil. A responsabilidade de tomar decisões rápidas e de vida ou morte, além de coordenar uma equipe inteira sob pressão constante, era um desafio diário. Cada paciente, cada complicação, era uma prova da minha capacidade de liderar e de manter a calma.

Depois de estabilizar o Sr. Santana, dei uma rápida olhada na minha equipe, certificando-me de que todos estavam no caminho certo. — Bom trabalho, pessoal. Continuem monitorando os sinais vitais dele de perto. Vou verificar os outros pacientes, — disse, tentando infundir confiança e manter a moral alta.

Caminhando pelos corredores, respirei fundo, refletindo sobre a intensidade do meu turno até agora. A carga de trabalho nunca diminuía, e a pressão de ser a responsável pelo bem-estar de tantos era esmagadora às vezes. Mas também havia momentos de realização, como quando via pacientes melhorando, ou quando minha equipe trabalhava em perfeita harmonia para salvar uma vida.

Helena POV

Segunda-feira, início de semana. Eram apenas 10 da manhã, mas eu já estava exausta após uma reunião com os acionistas. Eles queriam implementar um novo método de testar nossos produtos em animais, algo que eu era totalmente contra. A discussão foi acalorada, cada um defendendo seu ponto de vista com fervor. Saí da sala com a cabeça latejando e um nó no estômago, tentando processar a insistência deles em algo que ia contra todos os meus princípios.

Enquanto caminhava pelo corredor em direção ao meu escritório, peguei meu telefone para checar mensagens. Vi uma notificação de Bruno, que havia enviado uma foto dele no aeroporto com uma legenda animada: — Quase chegando aí, mana! — Sorri, apesar do meu cansaço. A chegada dele era a melhor notícia do dia até agora. Precisávamos de uma presença positiva na família, alguém que pudesse trazer um pouco de leveza em meio a toda essa tensão.

Assim que entrei no meu escritório, sentei na cadeira e deixei a cabeça cair para trás, respirando fundo. Precisava me recompor antes de seguir com o resto do dia. O telefone na minha mesa tocou, interrompendo meus pensamentos. Atendi rapidamente, ainda um pouco dispersa.

— Helena Maverick falando.

— Senhora Maverick, aqui é a Ana da recepção. O senhor Bruno está aqui para vê-la.

— Ótimo, peça para ele subir. — Minha voz ganhou um tom mais animado. Bruno sempre teve esse efeito em mim, conseguindo melhorar meu humor em um instante.

Minutos depois, a porta se abriu e lá estava ele, meu irmão, com um sorriso largo e um olhar que sempre trazia uma sensação de normalidade e conforto.

— Olha só quem está aqui para salvar o dia! — ele brincou, abrindo os braços para um abraço.

— Bruno! — Levantei-me rapidamente e o abracei com força. — Não poderia ter escolhido um momento melhor para aparecer. Estou precisando de um aliado aqui.

— Sempre à disposição, mana. Mas o que está acontecendo? Parece que você enfrentou uma tempestade.

— E enfrentei mesmo. Os acionistas estão querendo começar testes em animais. Imagine só! — Respondi, enquanto nos sentávamos.

Amor sem medidas (LÉSBICO)Onde histórias criam vida. Descubra agora