Capítulo 17

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Enquanto saía do hospital e caminhava para o estacionamento, respirei fundo, tentando deixar o estresse do dia para trás. Peguei meu telefone e liguei para Helena.

— Oi, você está em casa? — perguntei, tentando manter a voz firme.

— Estou sim, está tudo bem? — ela respondeu, sua voz soando preocupada.

— Não muito. Posso passar aí? — perguntei, sentindo a necessidade de vê-la e desabafar.

— Claro, meu amor. Vem pra cá. Estou te esperando — ela respondeu, sua voz suave e acolhedora.

Desliguei o telefone e entrei no carro, dirigindo até a casa de Helena. O trajeto parecia mais longo do que o habitual, minha mente correndo com os eventos do dia e as palavras de Bruno.

Saí do carro e toquei a campainha. Helena abriu a porta com um sorriso acolhedor, mas percebi que minha frustração estava me deixando um pouco fria.

— Oi, Ari. Entra, você está bem? — perguntou ela, preocupada.

Entrei e ela fechou a porta atrás de mim. Eu não conseguia segurar minha frustração.

— Helena, por que você não me contou sobre a conversa com Bruno? — perguntei, tentando manter a voz calma, mas a raiva era evidente.

Ela parecia surpresa e um pouco confusa. — Ari, eu... eu achei que ele deveria falar com você diretamente. Não queria interferir ou complicar as coisas mais do que já estavam.

Revirei os olhos, sentindo a raiva aumentar. — Você achou que esconder isso de mim ajudaria? Ele está confuso, magoado, e eu tive que lidar com tudo isso sem saber que você já sabia!

Ela parecia ainda mais abatida, seu rosto refletindo arrependimento. — Ari, eu realmente pensei que estava fazendo o melhor. Não queria complicar ainda mais a situação. Eu errei, e sinto muito por isso.

Eu olhei para ela, minha raiva se misturando com a tristeza ao ver seu arrependimento. — Helena, você não entende o quanto isso me pegou de surpresa. Eu confio em você, e isso me deixou sem chão.

Ela deu um passo à frente, lágrimas começando a se formar em seus olhos. — Ari, eu sinto muito mesmo. Achei que estava ajudando, mas vejo agora que só compliquei as coisas. Eu não queria te magoar.

Senti meu coração apertar ao ver sua vulnerabilidade. Eu ainda estava chateada, mas também não queria vê-la sofrer. — Helena, precisamos ser honestas uma com a outra. Não podemos deixar que coisas assim fiquem entre nós.

Ela assentiu, — Eu sei, Ari. Eu sei. Me perdoa, por favor. Eu prometo que essa foi a primeira e última vez.

Suspirei, sentindo a raiva se dissipar, substituída pelo desejo de reconciliação. — Tudo bem.

Eu a puxei para um beijo, um beijo cheio de emoção e necessidade de reconexão. Senti seu corpo relaxar contra o meu, e todas as tensões do dia pareceram se dissolver naquele momento.

— Senti sua falta — disse ela, mudando de assunto, enquanto nos afastávamos lentamente.

— Eu também senti sua falta — respondi, olhando em seus olhos com um sorriso. — Vamos sentar no sofá?

Helena assentiu, e nos dirigimos ao sofá. Sentei-me por cima dela, nossas pernas entrelaçadas, e começamos a conversar mais tranquilamente.

— Você sabe que nunca foi minha intenção esconder nada de você, né? — ela começou, acariciando meu rosto com a ponta dos dedos.

— Eu sei, Helena. Eu só... fiquei tão surpresa e magoada. Não quero que haja segredos entre nós — respondi, segurando sua mão.

Ela assentiu, parecendo pensativa. — Eu prometo que não haverá mais segredos.

Amor sem medidas (LÉSBICO)Onde histórias criam vida. Descubra agora